Revolução nas profissões faz faculdades mudarem cursos
Avanço da tecnologia leva as instituições a promoverem alterações mais rápidas a fim de acompanhar evolução do mercado de trabalho
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As novidades tecnológicas estão modificando a realidade de diversas profissões. Com isso, instituições de ensino estão tendo de transformar e adaptar cursos para que seus alunos estejam preparados para o ambiente profissional assim que se formarem.
Um levantamento feito pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos do Ensino Superior revelou que, até 2030, alguns cursos de graduação vão ser drasticamente modificados em relação ao que são atualmente.
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Cursos como Direito, Arquitetura, Psicologia, Engenharia Civil e Contabilidade são alguns dos que foram listados como os com maior tendência a serem modificados.
Diretor de Inovação Tecnológica da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Anilton Salles Garcia explica que as instituições de ensino superior devem estar atentas às novidades tecnológicas que ocorrem em todos os cursos.
“Eles precisam ter projetos pedagógicos adaptados e preparados para as mudanças que ocorrem no mercado. O estudante de sua rede precisa estar preparado para a realidade de sua área quando se formar”, afirmou.
É o que ocorre na Faesa, que relatou realizar atualizações constantes em suas matrizes curriculares e investir em atividades práticas.
Um exemplo é o desenvolvimento de um jogo de realidade virtual sobre a cultura das Paneleiras de Goiabeiras, realizado por alunos da área de computação e jornalismo da instituição.
Já na UVV, o pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão da instituição, Alessandro Coutinho Ramos, citou a criação de uma inteligência artificial para detectar verrugas e melanomas, criada em uma parceria entre alunos de fisioterapia e de TI.
O presidente do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Estado do Espírito Santo (Sinepe), Bruno Loyola Del Caro, relatou que as instituições têm se atentado para as mudanças tecnológicas e feito parcerias com organizações e indústrias para entender as necessidades do mercado e ajustar os currículos dos cursos.
“Além disso, buscam incorporar as novas tecnologias durante os cursos de graduações, com novas metodologias, como por exemplo, aprendizagens práticas”, destaca.
Acompanhar as tendências
Para o Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES), tanto os profissionais quanto as instituições de ensino superior precisam se preparar ainda mais para as mudanças tecnológicas dos próximos anos, e acompanhar as tendências do mercado de trabalho.
De acordo com o presidente do Sinepe-ES, Bruno Loyola Del Caro, os profissionais devem acompanhar as tendências de seu setor e manter um aprendizado contínuo para se atualizar.
“Outro passo é desenvolver habilidades que podem ser usadas em diversos segmentos do mercado de trabalho, como boa comunicação, liderança e trabalho em equipe, além de fortalecer uma mentalidade empreendedora”.
Pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão da UVV e líder do Comitê Qualificado de Conteúdo do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-ES), Alessandro Coutinho Ramos comenta que as instituições precisam capacitar professores para as novas ferramentas, para que o conhecimento seja devidamente repassado.
“Os cursos sempre precisam se adaptar ao que surge no mercado, se não seus alunos podem ficar até mal-vistos. E para que um aluno aprenda sobre essas novas tecnologias, as universidades e as faculdades precisam preparar seus profissionais para terem condições de lidar com essas ferramentas e repassar o conhecimento”.
Atendimento 100% on-line
Professora e coordenadora do curso de Psicologia da Faesa, Caroline Bezerra conta que a clínica-escola da instituição já faz atendimentos 100% on-line e dialoga constantemente com o mercado profissional para trazer novas tecnologias aos estudantes da instituição.
“Buscamos sempre observar o que está com mais destaque no momento e trazer para os alunos de uma forma organizada”.
A estudante de Psicologia da Faesa, Mirian Dias Morais, conta que está fazendo o trabalho de conclusão de curso justamente sobre os novos desafios da área. “A Faesa tem me permitido ver novas tecnologias do segmento. É algo que veio para ficar principalmente após a pandemia”.
Revolução nas profissões
Seis dos cursos que vão sofrer transformações
1 Psicologia
Atendimentos remotos já são realidade, mas ferramentas voltadas para a área de Recursos Humanos já estão sendo cada vez mais utilizadas para agilizar processos no setor.
2 Arquitetura
O Conselho Regional do segmento relatou que há diálogo para reorganizar a grade curricular de instituições de ensino para incluir novas tecnologias do segmento.
3 Direito
As chamadas “Legal Technology” estão se tornando realidade no setor. São softwares e tecnologias que oferecem serviços jurídicos e apoio aos profissionais da área, agilizando processos.
4 Contabilidade
O setor já utiliza uma série de sistemas, que devem ser ampliados com novas tecnologias, que por sua vez devem favorecer profissionais da área. Eles poderão ampliar seu foco na análise dos dados e orientações aos clientes.
5 Pedagogia
Especialistas destacam que o professor atuará cada vez mais como um mentor, utilizando os avanços tecnológicos para qualificar o ensino, inclusive com aulas práticas.
6 Engenharia Civil
Profissionais da área vão usar cada vez mais ferramentas que vão permitir agilizar processos e atuar em conjunto com arquitetos, como sistemas de realidade virtual.
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