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Economia

Produção de veículos desaba em janeiro, com ômicron e férias coletivas

Os fatores que determinaram o resultado vão além dos problemas de fornecimento de peças


O ano começa com uma forte queda na produção de veículos leves e pesados. Segundo a Anfavea (associação das montadoras), as 145,4 mil unidades fabricadas em janeiro representam baixas de 27,4% em relação ao mesmo mês de 2021 e de 31,1% na comparação com dezembro.

Os fatores que determinaram o resultado vão além dos problemas de fornecimento de peças: envolvem também os efeitos da variante ômicron e a mudança na legislação ambiental.

Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, diz que o afastamento de funcionários devido à Covid-19 não parou a produção, mas houve redução do ritmo nas linhas de montagem. O agravamento da crise sanitária ocorreu no período de férias coletivas, o que potencializou a contaminação.

E essas férias foram atípicas, realizadas em janeiro. As montadoras precisaram acelerar a produção em dezembro para que seus carros fossem concluídos antes que a sétima etapa do Proconve (Programa de Controle de Emissões Veiculares) entrasse em vigor, e por isso atrasaram a tradicional parada de fim de ano.

A norma previa que os automóveis leves feitos a partir de 1º de janeiro deveriam emitir menos poluentes que os modelos montados em 2021. As empresas aceleraram a fabricação para tentar contornar o problema, ao mesmo tempo em que tentavam ganhar mais prazo.

No fim, o pedido de tempo foi atendido. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) prorrogou por três meses o período para adequação dos carros novos à nova etapa da legislação ambiental. As empresas terão até o dia 31 de março para concluir os carros inacabados.

As chuvas em excesso também foram apontadas como um fator prejudicial ao comércio e à produção de veículos em janeiro. Houve ainda a implementação do novo Renave (Registro Nacional de Veículos em Estoque) -que, embora reduza a burocracia no setor, demandou ajustes que atrasaram o lançamento de veículos novos no sistema.

Com o ritmo mais lento da produção, houve reflexo nos emplacamentos. Foram vendidas 126,5 mil unidades no mês passado, com uma média de 6.025 automóveis/dia, segundo a Fenabrave (entidade que representa os distribuidores). O resultado inclui carros de passeio, comerciais leves, caminhões e ônibus. Em relação a janeiro de 2021, a queda registrada agora é de 26,1%.

Toda essa movimentação deve se refletir no PIB industrial, que registrou alta de 3,9% em 2021 na comparação com a base fraca de 2020, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar do começo de ano ruim, a Anfavea continua apostando na alta do setor de transformação em 2022.

"Não podemos perder mais, planejamos crescer neste ano mesmo com as restrições", diz Moraes. A entidade projeta um crescimento de 9,4% na produção de veículos leves e pesados neste ano, com 2,46 milhões de unidades fabricadas.

A Anfavea acredita ainda que o PIB crescerá 0,5% em 2022 em relação ao ano anterior, número que parece otimista diante das dificuldades do momento.

"Alguns economistas falam até em queda do PIB em 2022, mas o setor automotivo tem um impacto relevante e pode puxar a cadeia industrial", afirma o presidente da associação de montadoras.

Os problemas, contudo, não se resumem a questões produtivas. A alta da Selic (taxa básica de juros) -que subiu 1,5 ponto percentual na última quarta (2) e chegou a 10,75% ao ano- pressiona o setor de financiamento, modalidade responsável por cerca de 60% das vendas de veículos no Brasil nos últimos 10 anos.

Se subir os juros é um remédio para segurar o consumo e, por consequência, reduzir a pressão inflacionária, o setor automotivo não está seguindo a receita.

Segundo a KBB Brasil, consultoria especializada na precificação de carros, os 10 modelos mais vendidos do país acumularam uma alta média de 25,4% ao longo de 2021. O preço elevado e o crédito mais caro tendem a afastar potenciais compradores de carros zero-quilômetro.

Os aumentos são atribuídos a fatores como falta de componentes, encarecimento dos insumos e variação cambial.

No cenário global, o Brasil é um dos países que mais perdeu vendas neste início de ano, diz a Anfavea. Os EUA, por exemplo, registraram uma queda de 9,8% nos licenciamentos na comparação entre os meses de janeiro de 2021 e de 2022. No Japão, a retração ficou em 14,2% no mesmo período.

Segundo a Anfavea, o ritmo de vendas mostra sinais de melhora em fevereiro, embora as entregas continuem prejudicadas pelas dificuldades em manter o ritmo de produção. A normalização da atividade no setor só deve ocorrer entre o fim deste ano e o início de 2023.

Até lá, as oscilações nos estoques devem continuar. Moraes explica que, se considerarmos o ritmo de vendas de dezembro, o estoque atual seria suficiente para atender a 17 dias de comercialização.

Mas se a base do cálculo for o resultado de janeiro, há veículos suficientes para 27 dias de vendas. A se considerar a movimentação do mercado no início de fevereiro, o primeiro número é mais realista.

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