Previdência privada: viabilidade para compra de imóvel ou abrir negócio
Previdência privada vai além da aposentadoria e ajuda a alcançar objetivos de médio e longo prazo
A previdência privada é também uma ferramenta versátil, que viabiliza objetivos de médio e longo prazos, como adquirir um imóvel, abrir o próprio negócio ou comprar o automóvel.
“No meu ponto de vista, a previdência privada é muito mais do que somente um plano para aposentadoria, pois viabiliza viagens, ajuda para os filhos, para comprar um imóvel ou um carro”, explicou Paula Andrioli, assessora de produtos e serviços da Sicredi Serrana.
Cursos, como pós e MBA, também entram nessa lista. O desejo de se aperfeiçoar constantemente e de desenvolver atributos de “soft skills”, atualmente tão valorizados, podem ser viabilizados por uma Previdência Privada, segundo a Mestre em Economia Natalie Verndl.
No caso de imóvel, é possível ajustar o investimento ao cronograma definido para a compra do mesmo. “Estabelecer o prazo de aquisição é fundamental para que o Plano seja estruturado de modo a coincidir com esse horizonte”, destacou.
Economia
Quem tem planos de previdência privada consegue poupar, em média, 40% mais do que aqueles que não possuem um plano, mostrou pesquisa do Instituto Datafolha.
Além da maior capacidade de economizar, 82% das pessoas que investem em previdência privada afirmam ter metas e objetivos financeiros bem definidos para o futuro, índice superior ao dos que não possuem o benefício (66%).
Outro dado é que 43% dos respondentes que não investem na modalidade preferem focar no presente, sem se “preocupar com o amanhã”. Entre aqueles que possuem um plano de previdência, o percentual cai para 21%.
Facilitador para heranças
A previdência privada facilita o repasse de valor em caso de morte do titular, e isso também é um motivo para aumento na procura, segundo Alexandre Dalla Bernardina, advogado especialista em Direito de Família e Sucessões.
“Por isso, têm sido utilizados como instrumento de planejamento sucessório, sobretudo quando há dependentes que necessitam de liquidez imediata para despesas correntes e não podem aguardar a tramitação, muitas vezes demorada, do inventário”, afirmou.
Ele destacou que no final do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a inconstitucionalidade da cobrança do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCMD) sobre valores existentes em planos de previdência privada aberta, nas modalidades PGBL e VGBL, pagos aos beneficiários em decorrência do falecimento do titular.
“Ao afastar a incidência do ITCMD sobre os valores existentes em previdência privada na data da morte do titular do plano, o Supremo Tribunal Federal considerou que o VGBL é um seguro de vida em favor de terceiro, enquanto o PGBL possui natureza previdenciária” disse o advogado.
O STF também ressaltou que a previdência privada não pode ser utilizada para burlar o direito dos sucessores, explicou Dalla Bernardina. “A ressalva é importante porque, em muitas situações, planos de previdência privada são indevidamente utilizados para frustrar o direito à herança de herdeiros necessários, como filhos e cônjuge”.
Análise
“Um plano sozinho não vai assegurar maior remuneração futura”
“O atual debate sobre o problema fiscal que o governo vem enfrentando, além de constantes problemas econômicos e periódicas reformas no sistema de aposentadoria oficial, fazem com que mais e mais pessoas se interessem em fazer um plano privado de aposentadoria.
Contudo, não é somente pensar em um plano de aposentadoria e contratá-lo que vai assegurar a maior remuneração futura.
Para quem pensa em investimento, antes de qualquer coisa precisa pensar em segurança.
Planos de previdências são administrados por instituições, cujos gestores nem sempre conseguem remunerar bem o capital investido, seja por questões de administração, seja porque os ativos podem sofrer em função de crises de mercado.
Outra situação a se observar que tal investimento não conta com a segurança do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), além de muitos fundos cobrarem taxa de administração de até 2% ao ano, e de possível taxa de performance. Ainda é preciso se atentar ao tipo de aplicação, já que o imposto de renda pode fazer diferença no caso de resgate.
Além da previdência privada, deve-se observar investimentos no Tesouro Direto, principalmente em aplicações em títulos que são corrigidos pela inflação e pagam boas taxas de juros. O Tesouro é considerado aplicação sem risco.”
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