Prestação de 150 mil pessoas no Estado pode ficar menor
A crise do novo coronavírus e a falta de movimentação no mercado financeiro trouxeram juros mais baixos que estão refletindo no setor imobiliário. Com isso, centenas de pessoas saíram à procura de taxas mais atrativas no financiamento da casa própria, trocando bancos e gerando economia para o bolso.
No Estado, 150 mil pessoas estão aptas a fazer a chamada portabilidade de crédito, segundo o presidente do Conselho Consultivo da Associação dos Representantes de Bancos do Espírito Santo (Arbes), Jorge Eloy Domingues.
“Com a redução da taxa Selic a 3%, esse é o melhor momento para quem quer fazer esta operação. A primeira coisa a se analisar é qual banco está oferecendo os juros menores”, afirmou Jorge Eloy.
O advogado de Direito Imobiliário Diovano Rosetti, explicou o motivo da queda dos juros. “A economia desaqueceu, a queda das taxas de juros é para incentivar as pessoas a se movimentarem, a consumirem. Com essa queda da Selic, a taxa do financiamento cai também. E é o momento em que a competitividade entre os bancos vai ser incentivada”, disse.
Ele declarou que a economia com a portabilidade para um banco que ofereça juros menores, vem a longo prazo. “O cliente só vai sentir ao longo dos anos. Mas é uma economia que existe. Se a pessoa conseguir uma taxa melhor, ao final, ela pode economizar muito”.
Uma das coisas que o banco vai analisar, antes de conceder a taxa de juros, é o perfil do consumidor.
“O banco vai avaliar a renda do pretendente, se ele pode suportar o financiamento, o tipo de imóvel, enfim, o perfil do devedor. Não quer dizer que a portabilidade vai ser feita. Pode ser que a pessoa hoje esteja em uma situação pior do que na época em que ela contraiu o financiamento”, disse Diovano.
Gilmar Custódio, que é advogado de Direito Imobiliário, disse que é possível fazer simulações online. “Na maioria dos bancos a pessoa consegue fazer uma simulação nas plataformas digitais, o banco já libera online qual a melhor taxa para aquele cliente. Se o mutuário contratou um banco em que a taxa estava 10% ao ano, nada impede que ele mude, se hoje encontrar uma taxa de 7%”, frisou.
Pagamento de perito e novos documentos
Juros mais baixos
- Com a queda da taxa Selic, que hoje está a 3%, o valor do financiamento de imóveis também caiu. Com isso, a variação de juros de banco para banco aumentou nos últimos tempos.
- Além de juros menores, a possibilidade de portabilidade está fazendo com que, cada vez mais, clientes migrem de banco.
- No ano passado, cerca de 200 pessoas fizeram a portabilidade de crédito no Estado. Este ano, somente de janeiro a maio, foram aproximadamente 500 operações, o que representa um aumento de 150%.
- Já no Brasil, de acordo com o banco central, o aumento foi de 200% no ano passado, quando comparado com os dados de 2018.
- Os descontos na prestação podem variar e dependem do valor da parcela e de quantas ainda precisam ser pagas.
- Especialistas lembram que, na grande maioria dos casos, a diferença final pode ser grande, mas que é preciso ter atenção e cautela na hora de trocar o financiamento de banco.
Pedido ao banco
- Para ter o desconto na prestação da casa própria, o consumidor deve ficar atento às taxas de juros aplicadas pelo banco.
- Caso as taxas do banco de origem sejam maiores do que dos concorrentes, o ideal é procurar a agência mais próxima e solicitar uma nova proposta, com juros menores.
- Em muitos casos, o banco de origem faz uma contraproposta. Isso porque o relacionamento de um financiamento é longo e, para os bancos, manter o cliente de um financiamento de imóvel é vantajoso.
- Caso o banco se recuse a alterar o valor dos juros cobrados, o cliente pode solicitar a portabilidade para outra instituição.
Como solicitar
- Após entrar em contato com o banco de origem e não ter sucesso na diminuição dos juros, o cliente deve procurar uma nova instituição para apresentar sua dívida e, potencialmente, obter uma nova proposta, com juros mais vantajosos.
- Vale lembrar que para conseguir mudar de banco, o cliente precisa estar em dia comas contas, e o imóvel pronto. As regras não valem para projetos ainda na planta.
Custos da mudança
- A portabilidade é feita de maneira gratuita, mas a troca implica na emissão de novos documentos em cartório, além de pagamentos de taxas para a abertura de cadastro de crédito e o pagamento do perito, que pode avaliar as condições do imóvel.
- A pessoa pode procurar a agência de forma presencial, mas, em períodos de isolamento social, é recomendado que ela busque a negociação por meios digitais, como e-mail e aplicativos.
Fonte: Especialistas consultados e bancos
“Momento é bom para negociar”
Com a crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus, o momento é de buscar negociações e, se necessário, fazer a portabilidade de crédito imobiliário para um banco com juros mais atrativos.
Hoje, os juros básicos (Selic) do Banco Central são de 3% ao ano, o que ocasiona em taxas mais baixas nas instituições bancárias. Especialistas afirmaram que o momento é vantajoso para fazer a mudança ou até mesmo para investir.
“Hoje em dia vale a pena pesquisar. A pessoa deve procurar alternativas, se informar de todas as taxas envolvidas na portabilidade. Para quem quer, com certeza é um bom momento”, afirmou o presidente do Conselho Consultivo da Associação dos Representantes de Bancos do Espírito Santo (Arbes), Jorge Eloy Domingues.
No entanto, é preciso ter paciência para pesquisar e buscar orientações. “É um trabalho que exige paciência, orientação e pesquisa. na maioria dos casos, os bancos de origem vão fazer uma contraproposta e vai ser a hora de negociar”, afirmou o advogado de Direito Imobiliário, Diovano Rosetti.
Ele destacou que a contraproposta do banco pode vir de outras formas ao invés do juros menor. “O banco pode oferecer um seguro melhor para o mutuário, aumentar o limite de conta, cartão sem anuidade, entre outras coisas. O consumidor vai decidir o que é melhor para ele”.
Já o economista Marcelo Loyola Fraga, destacou que a portabilidade faz com que os bancos concorram em termos de juros de taxas de habitação. “O mutuário passa a ter mais força de negociação nesse processo quando ele pode trocar de banco atrás juros mais baixos”.
Ele destacou ainda que é preciso ficar atento a algumas questões. “O mutuário tem que negociar as taxas de juros, de administração e outras taxas que existirem, além de ler atentamente o contrato antes de assinar. Verificar os prazos e os valores das prestações, bem como elas serão corrigidas”.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) destacou que a portabilidade imobiliária é benéfica para o banco e para o cliente.
“Ela é positiva para o banco, pois trata-se de um cliente com boa garantia e possibilidade de fidelização, já que o produto é de longo prazo. E para o cliente além da taxa mais baixa, há a possibilidade de acesso a outros produtos com condições diferenciadas”, disse a entidade por meio de nota.
Taxa a partir de 6,65% ao ano
Caixa Econômica Federal
- Informou que as taxas de juros variam de acordo com as taxas atuais e com o perfil de relacionamento do cliente com o agente financeiro.
Banestes
- Na linha de financiamento imobiliário para pessoa física, a taxa é a partir de 6,65% ao ano, na aquisição pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Esse financiamento permite a utilização do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A correção do saldo devedor é feita pela Taxa Referencial (TR).
Banco do Brasil
- Informou que as taxas variam conforme perfil do cliente, prazo do financiamento e relacionamento com o banco. Atualmente, as operações indexadas a TR estão com taxas a partir de 6,99% ao ano. O financiamento é de 80% para imóveis.
Itaú Unibanco
- Em abril, o Itaú reduziu sua taxa de juros mínima para a linha de crédito imobiliário para 7,3% ao ano, mais TR. Antes desse período, os juros estavam a 7,45% ao ano, mais TR.
Santander
- Oferece taxas a partir de 7,99% ao ano, mais TR (pró-Cotista não está operando em 2020).O limite do financiamento é de até 80% do valor. O prazo máximo para os financiamentos é de 420 meses.
Bradesco
- Não respondeu à demanda.
Fonte: Bancos citados.
Comentários