Premiê do Japão vem ao Brasil em maio para fortalecer laços econômicos
Última visita de um primeiro-ministro japonês ao Brasil aconteceu em 2016
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O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, vem ao Brasil em maio em uma operação para fortalecer os laços econômicos entre seu país e a América do Sul como contraponto aos esforços de China e Rússia para liderar países em desenvolvimento.
A embaixada japonesa no Brasil não confirmou a agenda nem a data de chegada do premiê, mas ele deve se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e, no dia 4 de maio, dará uma palestra na Faculdade de Direito da USP, no largo de São Francisco, em São Paulo. Após passar pelo Brasil, ele vai ao Paraguai, segundo o jornal de economia japonês Nikkei.
A última visita de um premiê japonês ao Brasil foi feita pelo antecessor de Kishida, Shinzo Abe, em 2016. Abe veio para a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio e chamou a atenção ao aparecer vestido de Mario, icônico personagem de games da japonesa Nintendo, para marcar a transição do Rio para a Olimpíada seguinte, Tóquio-2020, realizada em 2021 por causa da pandemia.
Abe também veio ao Brasil em 2014, durante visita oficial que incluiu caminhada pelo bairro da Liberdade, que concentra a comunidade asiática em São Paulo. Mais longevo premiê do Japão (2006-2007 e 2012-2020), ele foi morto em 2022, já fora do cargo, baleado durante um ato de campanha eleitoral.
Líder do conservador Partido Liberal Democrático (LDP), Kishida foi ministro de Relações Exteriores de Abe e assumiu o governo do Japão em outubro de 2021.
Há quase um ano, em maio do ano passado, Lula se encontrou com Kishida na cúpula do G7, que acontecia em Hiroshima. Na ocasião, o premiê prometeu isenção de visto de curta duração para brasileiros e confirmou um empréstimo futuro de 30 bilhões de ienes (R$ 1,09 bilhão) para saúde e outros setores.
O Brasil é o principal parceiro comercial do Japão na América Latina —em 2023, foram US$ 6,6 bilhões (quase R$ 34,7 bilhões) exportados para o país asiático, montante formado principalmente por milho, carne de ave e minério de ferro. As importações somaram US$ 5,1 bilhões (R$ 26,8 bilhões), e as principais mercadorias que vêm do Japão para o Brasil são peças de veículos automotivos.
De acordo com o jornal Nikkei, Kishida estará acompanhado de líderes empresariais durante a visita e deve focar em novas parcerias relacionadas a bioetanol e tecnologias verdes.
Em fevereiro, o Japão anunciou uma doação de 400 milhões de ienes (cerca de R$ 13 milhões) ao Fundo Amazônia, no que seria a primeira participação do país asiático no fundo ligado à contenção do desmatamento na floresta.
O anúncio foi feito durante uma reunião bilateral entre a ministra das Relações Exteriores japonesa, Yoko Kamikawa, e o ministro brasileiro, Mauro Vieira, às margens do encontro de chanceleres do G20.
Apesar de não ser um valor alto, como reconhecido pelo próprio governo japonês, é simbólico para o país como um compromisso no combate às mudanças climáticas. A Noruega é hoje o maior doador do fundo, representando 89,9% dos recursos já recebidos, seguido por Alemanha (8,4%), Suíça (0,8%), Petrobras (0,5%) e Estados Unidos (0,4%).
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