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Economia

Por escassez de mão de obra, empresas querem contratar de recrutas a presidiários

Com 357 mil vagas abertas em todo o País, empresas recorrem a maiores de 50 anos, recrutas das Forças Armadas e refugiados


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Imagem ilustrativa da imagem Por escassez de mão de obra, empresas querem contratar de recrutas a presidiários
Supermercado é um dos setores que tem dificuldade para contratar profissionais e busca novos caminhos |  Foto: Kadidja Fernandes/AT — 14/04/2022

A escassez de profissionais tem levado empresas, especialmente do setor supermercadista, a buscar alternativas para preencher vagas de emprego. No Espírito Santo, sete redes de supermercados já contratam detentos do sistema prisional, que cumprem penas no regime semiaberto, para atuarem em diferentes funções.

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) também anunciou o lançamento, em maio, de uma plataforma voltada à contratação de egressos do Exército. Outras ações incluem programas de inclusão para pessoas com mais de 50 anos e refugiados.

Há 357 mil vagas abertas em supermercados de todo o país. No Espírito Santo, são mais de 1.500, segundo Hélio Schneider, superintendente da Associação Capixaba de Supermercados (Acaps).

Empresários relatam dificuldades em preencher essas vagas, já que muitos jovens têm buscado jornadas mais flexíveis e salários mais altos, o que afasta esse público dos cargos operacionais no varejo.

No caso dos detentos, a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informa que 114 internos trabalham por meio de convênios com as redes supermercadistas, em funções como ajudante de açougueiro, repositor, embalador, auxiliar de depósito, carga e descarga, e ajudante de padaria.

Uma das empresas participantes é o Extrabom. Segundo o diretor-presidente do Grupo Coutinho, Luiz Coutinho, a parceria com a Sejus representa um caminho possível para suprir a demanda por mão de obra, além de ter impacto social.

A diretora de Gente e Gestão do grupo, Fabiana Vieira, destacou que cerca de 30 detentos atuam no centro de distribuição da empresa, na Serra. “Temos mais dificuldade de contratar para essa unidade, e os internos atuam, por exemplo, com carga e descarga”, afirmou.

O vice-presidente da Fecomércio-ES, José Carlos Bergamin, apontou que a redução no número de jovens ingressando no mercado torna a situação mais crítica. “Os detentos ajudam a suprir essa demanda, e o Senac tem atuado na qualificação. Em geral, são jovens, e essa é uma forma de reinserção.”

Para o empresário do setor, José Henrique Neffa, também é viável adotar programas voltados à contratação de refugiados e imigrantes. “Países da Europa e os Estados Unidos usam essa mão de obra, e podemos dar oportunidade a eles também”, disse.

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Programa de ressocialização dá qualificação aos detentos

Para suprir a falta de mão de obra no mercado de trabalho, em setores a exemplo do comércio varejista, presidiários do regime semiaberto são qualificados para ganharem oportunidades de trabalho.

O Programa de Ressocialização da Secretaria da Justiça (Sejus) inclui a oferta da educação formal, qualificação profissional e trabalho. Atualmente, 5.423 detentos exercem atividade laborativa dentro e fora das unidades prisionais, direcionados para diversas áreas.

São cerca de 300 instituições conveniadas à Sejus para oferta de mão de obra. Uma das instituições que atuam com oferta de qualificação é o Senac, como contou o diretor regional Richardson Schmittel.

“O programa Integra foi desenvolvido para qualificar os detentos e egressos do sistema prisional, atuando também com o Jovem Aprendiz no Iases (Instituto de Atendimento Socioeducativo do Estado)”.

O diretor do Senac destacou que o programa é desenvolvido totalmente de forma gratuita, com apoio do governo do Estado, que autorizou as atividades, e prioriza a formação para o emprego formal.

Mudanças na CLT e escalas são demandas de associação

Empresas mantêm conversas com o governo federal e o Congresso para tentar mudar o cenário de falta de mão de obra, segundo o vice-presidente da Abras, Márcio Milan. As demandas da associação envolvem mudanças na CLT e debates aprofundados sobre o fim da escala 6x1, pois o setor teme a implantação da escala 4x3 e o movimento Vida Além do Trabalho (VAT).

A alteração na CLT estaria ligada à possibilidade de contratação dos trabalhadores por hora, sem onerar as empresas com os impostos sobre a folha de salários, o que seria uma forma de atrair quem procura flexibilidade. Seria o caso tanto dos mais jovens quanto das pessoas com 60 anos ou mais.

Milan afirma que o setor vê com preocupação os avanços pelo fim da escala 6x1 e implantação da escala 4x3, mas acredita que o debate é necessário. O problema, segundo ele, é que os supermercados teriam mais dificuldades de encontrar funcionários.

SAIBA MAIS

Trabalho para detentos

O Programa de Ressocialização da Secretaria da Justiça (Sejus) realiza diversas ações nas 37 unidades prisionais do Estado.

São sete supermercadistas conveniados, que absorvem mão de obra de 114 internos do regime semiaberto em diversas funções, como: ajudante de açougueiro, repositor de mercadorias, embalador, arrumação de depósito, carga e descarga, embalador, ajudante de padaria, confeiteiro, açougueiro, padeiro, atendente de padaria e recepcionista, auxiliar de logística, operador de atacarejo, entre outras funções.

No geral, são cerca de 300 instituições conveniadas à Sejus para oferta de mão de obra prisional.

Vantagens para as empresas

Um dos grandes benefícios da contratação de internos é a isenção de encargos trabalhistas, uma vez que a contratação de mão de obra de detentos é realizada fora do regime da CLT e regulamentada pela Lei de Execução Penal.

Dessa forma, as empresas que firmam convênio com a Sejus contam com benefícios como isenção de pagamento de férias, 13º salário, FGTS, multa rescisória, entre outros tributos; facilidade de reposição ou substituição de mão de obra; e isenção de despesas com locação de imóvel, água e luz, no caso de oficinas de trabalho dentro da unidade prisional.

Egressos do Exército

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) deve lançar, no fim de maio, uma plataforma para conectar egressos do Exército a oportunidades de emprego nos supermercados. A plataforma da Abras vai reunir informações sobre as empresas com postos abertos, as faixas salariais e os planos de carreira.

A associação também quer ampliar encontros com os jovens durante o cumprimento do serviço militar obrigatório para tirar dúvidas sobre a carreira no setor e tentar recrutá-los ao final do período no Exército.

A associação do setor de supermercados dialoga com o Ministério da Defesa para tentar ampliar a iniciativa para a Marinha e a Aeronáutica.

Falta de mão de obra

Para se ter ideia, oito das dez posições que os supermercados mais contratam têm escassez de mão de obra: operador de caixa, padeiro, açougueiro, embalador, repositor de mercadorias, atendente de loja, vendedor e auxiliar de serviços de alimentação.

Fonte: Secretaria de Justiça (Sejus), Confederação Nacional do Comércio (CNC) e Abras.

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