Pedro Rigo: “As organizações devem superar a lógica do lucro”
Durante o evento “Em Pratos Limpos”, diretor do Sebrae/ES defendeu que empresas precisam alinhar propósito, pessoas e impacto social
Ao abrir um contrato social, toda empresa firma mais do que um documento jurídico — ela assume um compromisso com a sociedade.
O aspecto “social” desse contrato representa o valor que o negócio devolve ao seu entorno, indo além do lucro, como destaca o diretor-superintendente do Sebrae/ES, Pedro Rigo.
Para ele, essa reflexão é fundamental. “As organizações precisam ultrapassar a lógica puramente financeira e reconhecer seu verdadeiro papel na construção de uma sociedade mais justa e próspera. A nossa reflexão é sobre o que as empresas podem fazer para cumprir esse contrato social, o seu compromisso com a sociedade, e entregar valor real. A humanização das organizações começa dentro delas, com as pessoas, que são os pilares do desenvolvimento de qualquer negócio.”
Em um mundo cada vez mais acelerado e orientado por resultados, Rigo reforça que não basta investir em processos e tecnologia se as pessoas não estiverem conectadas com o propósito da organização.
“A empresa precisa ter um propósito claro, para que cada pessoa possa conectar seus propósitos individuais com o propósito coletivo da organização. Quando isso acontece, as pessoas entregam o seu melhor — e é aí que alcançamos a verdadeira performance”.
Essa filosofia é a base da gestão por propósito, modelo que o Sebrae vem aplicando desde o final de 2023.
Segundo Rigo, a instituição compreendeu que é muito mais do que um órgão de apoio às pequenas empresas. Pela sua capacidade técnica e orçamentária, como ele salienta, o Sebrae tem o compromisso de entregar valor, desenvolver pessoas, organizações e territórios.
O desenvolvimento, explica ele, não se mede apenas em números, mas também na evolução humana e social. “A proposta é entregar valor real à sociedade, indo além do simples atendimento a CNPJs (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica).”
Rigo destaca ainda que essa discussão não é nova, mas urgente. Segundo ele, ainda há muitas empresas estruturadas de forma verticalizada, que não valorizam as pessoas nem compreendem o verdadeiro papel de gerar valor social.
“Quando trabalhamos com as pessoas, com a autoestima e com o reconhecimento de talentos, o resultado é imediato. Pessoas motivadas produzem as melhores entregas — e isso se reflete diretamente na sociedade.”
Por isso, ele ressalta que a parceria com a Rede Tribuna é fundamental para ampliar esse debate e fortalecer uma consciência sustentável, voltada para um futuro mais justo e equilibrado.
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