Número de empresas de jogos digitais dobra no ES
Boa remuneração para os profissionais e a existência de cursos de formação ajudam no crescimento do setor no Estado
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Muito além do entretenimento. O mercado de games tem decolado mundialmente e aqui no Espírito Santo não é diferente: o número de empresas mais que dobrou em cinco anos.
É o que aponta o Censo do Mercado de Jogos Capixabas 2023/2024, apresentado pela Game Dev ES, associação de empresas e desenvolvedores de games, que tem o objetivo de fornecer aos seus associados ferramentas e recursos necessários, além de promover a colaboração e o compartilhamento de conhecimento entre seus membros.
O estudo aponta para uma expansão significativa no número de empresas e desenvolvedores independentes, além de uma crescente profissionalização do setor, como destaca Lorena Louzada, gerente de Economia Criativa da Secretaria de Estado da Cultura (Secult).
Atualmente há 25 organizações, sendo 13 com CNPJ e 12 desenvolvedores independentes, espalhadas por municípios, como Vitória, Vila Velha, Cariacica, São Mateus, Ibatiba, Venda Nova do Imigrante, Colatina, entre outros.
Para ela, o crescimento do setor de games capixaba reflete a importância de políticas de fomento (estímulo). “Mundialmente, o mercado de games é bilionário, gera muito emprego e renda e também traz uma série de vantagens tanto para quem trabalha no setor quanto para população em geral, que se beneficia do entretenimento proporcionado, do avanço tecnológico, além do desenvolvimento de habilidades”.
Fabiano de Paula, empresário, professor, game designer e presidente da Associação Game Dev ES, disse que a qualificação pode ser o primeiro passo para quem deseja ingressar nesse universo.
“Tem cursos gratuitos que o Estado oferece, a exemplo de Desenvolvimento de Jogos Digitais em Vila Velha, pós-médio. É um curso com formação de um ano e meio e muitas pessoas já saem trabalhando”.
Sobre o curso, Fabiano explica que são oferecidas 25 vagas a cada seis meses. “Mais informações podem ser obtidas no Instagram @ceetjogos. A próxima turma vai começar em dezembro”, avisou.
Ao falarem sobre o mercado de trabalho, os dois destacam que a remuneração depende de vários fatores, como perfil da empresa e do funcionário. Mas, em média, um profissional Júnior (recém-formado) ganha entre R$ 4 mil a R$ 8 mil por mês. Já o sênior, entre 6 mil e R$ 10 mil.
Time apaixonado por games
Há quatro anos nascia a Quimera Game Studio, focada em desenvolver treinamento com realidade virtual, utilizando os jogos para melhorar a vida das pessoas.
Quatro anos antes, a Mito Games chegava ao mercado que já atravessa fronteiras, com foco em jogos educacionais e corporativos.
Já a Dallm Games Studio é a empresa caçula. Iniciou a atividade em abril deste ano. Entre as missões, está criar uma franquia com a temática do jogo, através de todo um ecossistema de produtos.
O que essas três empresas, tocadas pelos empresários Fabiano de Paula, Marcelo Herzog e Lucas Dalcolmo, respectivamente, e demais sócios, têm em comum?
A resposta é deles: um time engajado, apaixonado por games e com muitos projetos para serem executados.
Encanto com a nova carreira
Quem mergulhou no mundo dos games foi o biólogo Wilson Maxwell Losnaque, 37 anos. No início do ano ele foi apresentado a essa nova carreira e se diz encantado.
“Inicialmente comecei a fazer alguns cursos on-line de designer de modelagem 3D, mas me identifiquei mais com a parte de level design, que é a construção dentro do mundo dos jogos”.
Já Thais Inacio, 22, cursa Publicidade e Propaganda e nunca pensou em atuar na área de games, mas tudo mudou depois que foi convidada para compor a equipe de marketing da Dallm Games, mesma empresa que Wilson trabalha.
“Aceitei o desafio e hoje ajudo a divulgar cada vez mais a Dallm e nossos games em criação. É um mercado sem restrição de idade no universo de jogadores. Um mercado em plena expansão no Estado e fora daqui”.
RAIO X
Empresas
O Censo do Mercado de Jogos Capixabas 2023/2024, apresentado pela Game Dev ES, revela que em cinco anos o número de empresas de games no Espírito Santo mais que dobrou.
Hoje são 25 organizações, entre empresas registradas e desenvolvedores independentes, em cidades como Vitória, Vila Velha, Cariacica, São Mateus, Ibatiba, Venda Nova do Imigrante, Colatina, entre outras.
Participação em eventos
Foram mais de 50 participações em eventos de tecnologia no Brasil e no mundo, incluindo o ESX, em Vitória; Gamescon, na Alemanha, e Kikk Festival, na Bélgica.
Faturamento
O levantamento também mostra bons números na economia dos desenvolvedores independentes.
Nos últimos 12 meses, houve um faturamento de R$ 2.313.860, empregando 135 pessoas, entre formais e informais.
Experiência e cargos
A pesquisa ainda revela que a maioria dos colaboradores tem uma sólida formação acadêmica e experiência no setor, variando de 5 a 13 anos.
Além disso, há diversidade de cargos, que inclui funções técnicas e de gestão, como Game Designer, Programador e CEO, demonstrando que o mercado está estruturado para crescer de maneira sustentável.
Fonte: Associação Game Dev ES e Secretaria da Cultura (Secult).
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