Novos projetos da Petrobras vão criar empregos para 25 profissões
A construção de cinco plataformas para a Bacia de Campos vai requerer a contratação de fornecedoras numa quantia de R$ 3 bilhões
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A construção de cinco plataformas de petróleo pela Petrobras na Bacia de Campos, localizada no Sul do Espírito Santo e no Norte do Rio, vai movimentar R$ 3 bilhões só em oportunidades para empresas fornecedoras capixabas e criar empregos no Estado para pelo menos 25 profissões.
A perspectiva surgiu no seminário sobre negócios do setor, nesta quarta, na sede da Petrobras em Vitória, onde a estatal destacou investimentos para o período 2023-2027.
“Em termos de funcionários, cada navio-plataforma costuma ter de 150 a 200”, explicou o presidente da RedePetro-ES, Rafaele Cé, ao detalhar que as oportunidades abertas no Estado devem variar em cada plataforma. Um desses navios-plataforma é o Maria Quitéria, que tem operação prevista para começar em 2025 no Estado.
O CEO da DVF Consultoria, Durval Vieira de Freitas, citou chances para engenheiros de produção, de manutenção, químico, de meio ambiente, segurança do trabalho, mecânico, eletricistas, soldadores, geólogo, técnico mecânico e supervisores.
Já no universo dos empregos indiretos, haverá chances para piloto de lancha, montador, ajustador, médico, técnico de segurança, enfermeiro, cozinheiro, garçom, arrumadeira, motorista, técnico em instalação elétrica, mecânico de manutenção, entre outros.
Durante o seminário, a gerente-geral da unidade do Espírito Santo da Petrobras, Eduarda Lacerda, não informou o número de vagas que serão criadas nas plataformas, mas frisou a tendência de crescimento de oportunidades no setor.
“Não podemos falar números, até porque estaríamos criando uma expectativa ou fazendo promessas. Mas estamos vendo uma quantidade de empresas envolvidas e as cifras relacionadas às oportunidades para as empresas.”
Eduarda também detalhou que a Petrobras conta atualmente com 290 oportunidades de negócios em aberto, que vão movimentar até R$ 3 bilhões em investimento. Há chances para fornecedores de equipamentos e serviços diversos.
Entre as oportunidades estão fornecimento de itens como: permutadores de calor e feixes tubulares, tanques de armazenamento, válvulas de controle, tubos para troca térmica, motores pneumáticos, bombas centrífugas, luminárias industriais e sistemas de ar-condicionado. O cadastro é feito pelo site www.petronect.com.br.
Desmontagem de até 16 plataformas no Estado
O chamado “descomissionamento”, ou a desmontagem de navios-plataforma, também deve ser realizado no Espírito Santo, criando oportunidades de emprego e movimentando a cadeia da indústria do setor.
Segundo a gerente-geral da unidade do Espírito Santo da Petrobras, Eduarda Lacerda, a parte do Rio de Janeiro da Bacia de Campos está com 16 plataformas que estão prestes a passarem pelo processo de descomissionamento, que poderia ser realizado no Espírito Santo.
“Lá no Rio de Janeiro não há um estaleiro com a capacidade como a da Jurong em Aracruz, por exemplo. Isso seria uma oportunidade para o Estado para que essas plataformas sejam descomissionadas por aqui. Mesmo a plataforma não estando aqui, dá para trazê-la para cá, sem problemas”.
O CEO da DVF Consultoria, Durval Vieira de Freitas citou algumas oportunidades que devem surgir no mercado de trabalho caso esses descomissionamentos venham a ocorrer no Espírito Santo.
“Pode gerar oportunidade em empresas de metalmecânica, que podem aproveitar muito o material que tem nele. Também haverá trabalho para soldador, caldeireiro e para a parte de logística, além de mergulhador, engenheiros de segurança, técnicos de meio ambiente e operador de máquinas”.
O presidente da RedePetro-ES, Rafaele Cé, explica que toda plataforma vai ser descomissionada no fim da vida útil dela, podendo ou não ser substituída por outra.
Todos os projetos um dia vão ser descomissionados. São plataformas que não dão mais viabilidade econômica, o que se gasta é maior do que o preço de que se vende. Quando chega nesse momento é mais vantajoso para a Petrobras, economicamente, retirar do que mantê-la”, explicou.
Os investimentos
Navios-plataforma
A petrobras vai investir U$ 18 bilhões (cerca de R$ 85,81 bilhões) para a construção de cinco plataformas de petróleo na Bacia de Campos, no sul do Estado.
Somando as cinco plataformas, cerca de mil profissionais vão atuar durante o funcionamento delas.
A primeira a entrar em funcionamento será o navio-plataforma Maria Quitéria, previsto para iniciar as atividades em 2025.
Manutenção de concessão
O navio-plataforma Maria Quitéria faz parte do projeto Integrado Parque das Baleias, que vai viabilizar a extensão da concessão do Campo de Jubarte, na costa do Espírito Santo, a 76 km do Pontal de Ubu, em Anchieta, por mais 30 anos.
A plataforma terá capacidade de 100 mil barris de óleo por dia e de 5 milhões de metros cúbicos por dia de gás, e uma lâmina d'agua de 1.400 metros.
O navio será o primeiro a produzir pré-sal com ciclo combinado de geração de energia, com menor emissão de gases do efeito estufa (GEE).
Fornecedores
A Petrobras divulgou nesta quarta que está com 290 oportunidades de negócio em aberto, que vão movimentar até R$ 3 bilhões em investimento, a partir deste ano.
Entre as oportunidades estão fornecimento de itens como: permutadores de calor e feixes tubulares, tanques de armazenamento, válvulas de controle, tubos para troca térmica, motores pneumáticos, bombas centrífugas, luminárias industriais e sistemas de ar-condicionado.
A petroleira também busca serviços de inspeção e manutenção de equipamentos diversos.
O cadastro das empresas é feito pelo site www.petronect.com.br.
Oportunidades
O Ceo da DVF Consultoria, Durval Vieira de Freitas, cita alguns cargos diretos, entre os quais na área da engenharia, com oportunidades para engenheiros de produção, de manutenção, químico, de meio ambiente, segurança do trabalho, mecânico, elétrico, de segurança do trabalho, entre outros.
Além disso, Durval Vieira dá outros exemplos de profissionais que serão contratados, como geólogo, técnico mecânico, supervisores.
Já no universo dos empregos indiretos, haverá chances para piloto de helicóptero, piloto de lancha, montador, ajustador, médico, técnico de segurança, enfermeiro, cozinheiro, garçom, arrumadeira, motorista, técnico em instalação elétrica, mecânico de manutenção, cozinheiro, auxiliar de cozinha, entre outros.
Durval Vieira salienta que além dos salários atrativos, o profissional ainda contará com outros benefícios, como alimentação, transporte, assistência médica e seguro.
Fonte: Petrobras.
Dinheiro da União para obra em BRs
No mês que vem, o governo federal deve lançar o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) com cerca de 2 mil obras, entre empreendimentos federais e estaduais.
O governador Renato Casagrande enviou uma lista com 14 obras prioritárias para o desenvolvimento do Estado, com investimentos que somam R$ 14 bilhões.
Os pedidos foram enviados ao ministro da Casa Civil, Rui Costa. A duplicação da BR-101 encabeça a lista. A BR-262 também faz parte das prioridades.
“Me reuni com o ministro em maio, quando apresentamos as obras prioritárias para que o governo federal analise e escolha o que será beneficiado pelo novo PAC. Ficamos de enviar a lista em ordem de prioridades, o que fizemos com essas 14 obras. Todas são nossas prioridades, mas mostramos quais precisamos de mais atenção, como as rodovias federais que ainda são um gargalo”, disse Casagrande.
O governador destacou que o Espírito Santo é um estado pequeno como consumidor e por isso precisa ser eficiente. “Para isso precisamos de boa infraestrutura, principalmente logística. O governo federal tem se mostrado receptivo com nossas demandas”.
O Ministério das Cidades informou que no Espírito Santo, são 27 operações em andamento, totalizando R$ 690 milhões. “Uma das diretrizes do 'Novo PAC' é a conclusão das obras em andamento. Nesse sentido, a Casa Civil tem feito a interlocução com os governos estaduais para levantar as prioridades”.
Para Cris Samorini, presidente da Federação das Indústrias do Estado, a infraestrutura é um dos pontos-chaves para o desenvolvimento do Espírito Santo e País.
“Esta é uma das agendas prioritárias da Findes. Garantir investimentos em rodovias, ferrovias, portos, saneamento e outros projetos dessa natureza é garantir também a atração de negócios, mais emprego e renda, além de crescimento socioeconômico para o Estado. Há décadas o Espírito Santo aguarda por obras estruturantes e a nossa expectativa é que o governo federal dê atenção a esses projetos logísticos e garanta que eles saiam do papel”, finalizou.
Os pedidos prioritários para o Estado
1 Duplicação da BR-101
Grupo: Rodovias (R$ 2,9 bilhões).
Status: à espera da relicitação da concessão.
Em 2013, a Eco101 assumiu, por inicialmente 25 anos, a administração de 478,8 km do trecho capixaba da BR-101 – do trevo de acesso à cidade de Mucuri (BA) até a divisa com o Rio. Contudo, em julho de 2022, comunicou que iria deixar a concessão.
O Estado tentou negociar a retomada das obras com a Eco101, sem êxito. Enquanto uma relicitação não sai, a Eco segue operando a via e cobrando pedágios. O governo do Estado pede uma solução rápida para o impasse.
2 Duplicações na BR-262
Grupo: Rodovias (R$ 1.371,1 milhões).
Status: Elaboração do projeto
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) assinou no último dia 13 a ordem de início dos serviços para a elaboração dos projetos básicos de engenharia para adequação de capacidade da BR-262.
Com investimento de aproximadamente R$ 22,2 milhões do governo federal, serão desenvolvidos projetos para a duplicação e restauração da pista existente em 180,6 quilômetros da rodovia, entre o município de Viana e a divisa com Minas Gerais. Também será elaborado o Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental.
3 Fortalecimento do Corredor da Ferrovia Centro-Leste
Grupo: Ferrovias (R$ 8,6 bilhões).
Status: Elaboração de projeto pela Vale.
O Governo pleiteia o investimento da União principalmente em dois segmentos: trecho Nair a Pirapora e Pirapora a Sete Lagoas – FCA e trecho de Cariacica a Anchieta e Anchieta ao norte do Rio de Janeiro– EF 118), ambos conectados pela Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM).
4 Ampliação do Aeroporto de Cachoeiro
Grupo: Aeroportos (R$ 150 milhões)
Status: Licitação RDCI (Regime Diferenciado de Contratações Públicas) prevista para o 2º semestre.
O governo do Estado conduz a elaboração de projeto básico e executivo para reforma e ampliação do aeroporto. Após a inauguração, a expectativa é que o Estado firme contrato com a Infraero para gestão do terminal.
5 Implantação 3ª Ponte de Colatina
Grupo: Rodovias (R$ 200 milhões).
Status: Projeto do DER/ES finalizado (previsão de início da obra no 2º semestre de 2024).
A construção da 3ª Ponte, ligada à BR-259, melhora a circulação e tira o excesso de veículos das primeiras pontes e projeta o desenvolvimento da região centro-oeste capixaba.
6 Ampliação da capacidade da BR-259
Grupo: Rodovias (R$ 347,5 milhões).
Status: Elaboração do projeto pelo Dnit.
A finalidade de melhorar a logística de escoamento das diversas produções das regiões da área de influência da BR-259/ES. Pretende-se realizar adequações com duplicação de trechos e restauração da pista existente, de João Neiva a Divino Espírito Santo-MG), incluindo implantação de vias marginais, alargamento de acostamentos, e outras melhorias.
7 Adequação da BR-447
Grupo: Rodovias (R$ 115,7 milhões).
Status: Em execução pelo Dnit.
A obra prevê a implantação de uma via elevada exclusiva de acesso ao porto. Está prevista construção de equipamentos de lazer e de incentivo à pratica de esportes ao longo da via.
8 Barragem do Rio Jucu
Grupo: Segurança Hídrica (R$ 160 milhões, sendo que o Estado já dispõe de R$ 56,3 milhões de recurso, via emenda parlamentar).
Status: Licitação da obra publicada em maio, com previsão de abertura em 18 de julho deste ano.
Após a finalização da obra, pretende-se obter uma reserva hídrica de cerca de 23 bilhões de litros de água, volume para atender uma população de 1,2 milhão de habitantes por seis meses.
Além disso, com a regularização da vazão do rio Jucu será possível garantir a reserva hídrica em períodos de estiagem e controlar a vazão do leito em períodos de fortes chuvas.
9 Macrodrenagem de Guriri
Grupo: Prevenção a desastres naturais ( R$ 150 milhões).
Status: Elaboração de projeto.
As redes de galerias que serão implantadas vão ampliar a capacidade de drenagem das águas do balneário, trabalhando em conjunto com as estações de bombeamento que serão instaladas no Rio Mariricu.
10 Construção do Hospital Geral de Cariacica
Grupo: Saúde (R$ 217,5 milhões).
Status: Obras em andamento.
O hospital terá pronto-socorro clínico e cirúrgico adulto e maternidade de referência para alto risco e risco habitual. A previsão é de ser entregue em dezembro de 2025.
11 Requalificação do Rio Marinho em Vila Velha e Cariacica
Grupo: Prevenção a desastres naturais (R$ 150 milhões).
Status: É indispensável revestir a calha para permitir aumento de vazão e proporcionar maior facilidade de manutenção.
12 Requalificação do Rio Aribiri, em Vila Velha
Grupo: Prevenção a desastres naturais (R$ 110,8 milhões).
Status: Elaboração de projeto.
Na calha do Rio estão previstas obras, com duração de 12 meses, entre elas revestimento em concreto, galerias fechadas em trechos estratégicos, ciclovia, entre outras .
13 Recuperação e contenção costeira da orla de Piúma e Anchieta
Grupo: Encostas e proteção costeira (R$ 125 milhões).
Status: Fase interna (orçamentação) de contratação por RDCI.
Em Piúma, o governo quer conter a erosão da Praia Central, um trecho costeiro de cerca de 1.500 metros. Para isso, o projeto é fazer um “engordamento artificial” e criar uma faixa de 70 metros de praia emersa.
Já em Anchieta, a ideia é conter o processo erosivo na Praia Central, recuperando um trecho costeiro de cerca de 3.350 metros. Lá, o plano é criar uma faixa média de engordamento de 55 metros de praia emersa.
14 Fixação da foz dos rios Cricaré e Mariricu
Grupo: Encostas e proteção costeira (R$ 105 milhões).
Status: Elaboração de projeto
Proposta consiste em duas estruturas de enrocamento (contenção de pedras).
Fonte: Governo do Estado
Financiamento
O “Novo PAC” terá como uma das principais linhas o financiamento dos projetos por meio de bancos públicos, que devem dar crédito para obras que serão feitas via concessão à iniciativa privada e por estados e municípios.
Instituições como BNDES e Caixa terão linhas específicas para bancar os empreendimentos.
O programa vai reunir sob um mesmo guarda-chuva os principais empreendimentos do governo, sejam projetos de concessão ou obras públicas. Haverá projetos bancados com o orçamento da União e aqueles listados como concessões e empreendimentos locais (a exemplo de rodovias estaduais).
Análise
"Criação de emprego e impulso à economia”
“O novo PAC do governo federal está sendo bem capitalizado pelo governo capixaba para aplicar um importante recurso em investimentos que são soluções estruturantes para o desenvolvimento do Estado e com grande potencial de elevação do crescimento da economia capixaba.
Diretamente as obras, se implantadas simultaneamente, podem gerar mais de 15 mil empregos, principalmente nas obras rodoviárias e ferroviárias.
As soluções viárias, ferroviárias e aeroportuárias destravam um gargalo logístico que impede o crescimento de setores fundamentais como novos investimentos industriais, o comércio exterior, setor varejista e o turismo.
Se essas obras forem implantadas devidamente e rapidamente vão garantir a geração de empregos no presente e ao longo dos próximos anos com o impulsionamento de todos os setores da economia do Estado”, diz Fernando Otávio Campos, diretor da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis
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