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Economia

"Não é aceitável que haja violência contra mulher", diz nova presidente da Caixa

Daniella Marques assumiu a presidência do banco no lugar de Pedro Guimarães, que deixou o cargo após denúncias de assédio sexual


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Imagem ilustrativa da imagem "Não é aceitável que haja violência contra mulher", diz nova presidente da Caixa
Daniella Marques Consentino é a nova presidente da Caixa |  Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

A nova presidente da Caixa Econômica Federal, Daniella Marques, afirmou neste domingo (3) em entrevista à TV Record que vai conduzir uma apuração ágil e rigorosa sobre as denúncias de assédio sexual feitas por funcionárias do banco contra o ex-presidente Pedro Guimarães.

"Asseguro que tudo será feito com independência, rigor e seriedade, e, se realmente for comprovado, todas as punições cabíveis serão feitas", afirmou.

Marques reforçou que, como mulher, entende o sentimento das funcionárias neste momento. "Já me disseram que banco não era lugar de mulher, sei um pouco das barreiras que norteiam essa causa", afirmou.

A nova presidente fez um breve relato de suas metas à frente da instituição em entrevista ao programa Domingo Espetacular.

"A Caixa é um banco com 161 anos de história, de quase 150 milhões de clientes e tem 250 mil colaboradores, mas o que eu propus como estratégia é que, independentemente do resultado das apurações, se existem culpados ou não, essa causa é para já", disse.

"A gente não deveria estar falando de assédio. Metade das mulheres do Brasil são vítimas de assédio no trabalho, então a Caixa, que sempre foi o banco de todos os brasileiros, daqui para a frente -e tenho aprovação de todos os órgãos internos para isso– vai ser a mãe da causa das mulheres. Não é aceitável que haja violência contra mulher."

Na quarta-feira (30), o conselho de administração da Caixa aprovou a realização de uma auditoria externa para apurar as denúncias de assédio sexual e rastrear outros membros da cúpula que acobertaram a situação.

A decisão levou em consideração que vítimas indicaram que os episódios eram conhecidos por ao menos parte da diretoria e dos vice-presidentes da Caixa, que nada fizeram para apurar a conduta de Guimarães.

Marques reforçou a importância dessa decisão e da agilidade em apurar o que ocorreu.

"Vou implementar um ritmo de mulher, acelerado, com tudo ao mesmo tempo. Já na sexta-feira, quando assinei internamente o termo de posse, me reuni com alto comando da Caixa e definimos um plano de ação", afirmou.

"O primeiro passo foi o afastamento de outras pessoas que estão evolvidas nas apurações, porque agora temos de proteger a imagem da instituição", afirmou.

Nesse processo de identificar quem pode ter sido conivente com as irregularidades, o vice-presidente de Negócios de Atacado da Caixa, Celso Leonardo Barbosa, também deixou o cargo. Barbosa substituía Guimarães no comando da instituição com frequência, e a avaliação é que seria muito difícil ele não ter conhecimento da conduta do chefe.

Marques também quer criar um comitê de crise para apurar os episódios narrados pelas vítimas e identificar outros possíveis envolvidos.

A nova presidente da Caixa também afirmou que na sua gestão uma das prioridades será contribuir para o fomento dos pequenos negócios.

"Qual é a maior alavanca de transformação social? O empreendedorismo. Todos os programas sociais são contratados pela Caixa, mas, além de assistência, queremos dar independência com apoio ao microempreendedorismo", afirmou.

Daniella Marques trabalhou com o ministro Paulo Guedes (Economia) no mercado financeiro antes de integrar o atual governo.

Como chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos da Economia, atuou nos bastidores de negociações políticas, função que continuou exercendo, ainda que de maneira informal, após assumir, em fevereiro, a Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, cargo que deixou para comandar a Caixa.

Colegas de trabalho no governo a descrevem como uma profissional dedicada e que trabalha por horas a fio para assegurar o cumprimento das "missões" dadas pelo ministro e pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem também se tornou uma interlocutora direta, frequentando o Palácio do Planalto.

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