Motoristas capixabas apreensivos com possível aumento no preço da gasolina
Indefinição do governo federal sobre imposto de combustíveis deixa motoristas apreensivos com possível aumento nos preços
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A desoneração de impostos federais sobre a gasolina e o etanol (álcool) está prevista até terça-feira (28). A partir disso, há a possibilidade de que o preço dos dois produtos aumentem nos postos de combustível por todo o País, fazendo com que os consumidores precisem pagar um preço mais elevado.
Essa preocupação já chegou nos postos de combustíveis do Espírito Santo. Em Vila Velha, por exemplo, motoristas que abasteceram seus veículos no sábado (25) disseram que o possível aumento estudado pelo governo federal é alarmante.
De acordo com o aposentado Ricardo Protes, 57, caso o governo bata o martelo e decida voltar com os impostos sobre os combustíveis, ele procuraria os postos para abastecer o tanque antes do reajuste.
"Sem dúvida encheria meu tanque. A possibilidade de um retorno de impostos é um absurdo, uma falta de respeito com a população. Esse imposto foi retirado no governo anterior e deve impactar seriamente a vida das pessoas", comentou.
O autônomo Jean Emílio Jarske, 28, pontuou que o ideal é que o valor cobrado seja o menor possível, para que todos possam arcar com o custo do combustível. "Ninguém gosta de pagar mais, então o ideal é que o preço seja baixo, para que tenhamos cada vez mais poder de compra".
Já o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Espírito Santo (Sindipostos-ES) se manifestou por meio de nota.
Segundo o órgão, ainda não há nada definido e o setor espera que haja prorrogação da desoneração ou um planejamento para a retomada dos impostos, minimizando impactos sobre a economia e a sociedade.
O consultor empresarial, Durval Vieira de Freitas ressaltou que o possível aumento é preocupante, porque o combustível impacta diretamente no transporte coletivo, de carga e individual.
"Isso vai acarretar um aumento de custo, porque hoje todos nós somos dependentes do transporte coletivo. A carga também deve sofrer aumento, por conta da possível alta. A inflação também deve registrar impacto, então é uma notícia muito preocupante", refletiu.
Reunião nesta segunda-feira (27) para decidir sobre tributo
Com o impasse entre alas do governo que são contra e a favor da retomada dos impostos federais sobre a gasolina e álcool, o presidente Lula deve tomar uma decisão nesta segunda-feira (27), em reunião com os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Rui Costa (Casa Civil), juntamente ao presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates.
Existe a possibilidade de que o presidente aprove a reoneração parcial do imposto. Isso quer dizer que a gasolina, por exemplo, possa ser reonerada em 71% do PIS e da Cofins.
Ou seja, ao invés de voltar a fazer cobrança da totalidade do imposto, o que representaria R$ 0,69 por litro, o governo federal pode cobrar R$ 0,49 por litro.
Já em relação ao álcool, a reoneração que será avaliada por Lula deve ser menor, girando em torno dos 25%.
Se esse valor for aprovado, dos R$ 0,24 por litro, que representa a totalidade do tributo federal, o governo voltaria a cobrar R$ 0,06. O objetivo disso, segundo a equipe econômica, é manter a competitividade do etanol.
Em caso de aprovação, uma nova medida provisória com as mudanças dos impostos. deve ser assinada. Para amenizar o efeito da reoneração parcial, o governo espera que a Petrobras reduza o preço da gasolina nas refinarias nos próximos dias.
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