Mais vendas de móveis e eletrodomésticos no ES
A retomada e ampliação do programa Minha Casa, Minha Vida também vai movimentar outros segmentos da economia
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Para além do segmento da construção civil, a retomada e ampliação do programa Minha Casa, Minha Vida também vai movimentar outros segmentos da economia.
Desde a construção e acabamento até depois da entrada do proprietário no imóvel é necessário recorrer ao comércio, segundo explicou o presidente do Sindicato dos Comerciários do Estado, Rodrigo Rocha.
“Não só na parte de construção, mas também para mobiliar”. Além dos móveis, ele destacou a compra dos eletrodomésticos, principalmente os da linha branca.
A expectativa é de melhoria no mercado como um todo. “Quem vende, consegue tirar uma comissão melhor”, lembrou. E destacou ainda que a compra de móveis e eletros da linha branca não acontece somente após a entrega dos imóveis.
A cadeia produtiva começa a se movimentar com a criação de empregos na construção civil. “Esses trabalhadores que retornarão ao mercado também vão impactar o comércio, com as vagas criadas pela construção civil”, ressaltou.
“Depois de pronta a construção, a pessoa compra sofá, geladeira. Vai criar oportunidades em outros segmentos”, reforçou o presidente da Associação dos Construtores Capixabas, João Roncetti.
Idalberto Luiz Moro, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio-ES), comemora a retomada do programa, que cria empregos e incrementa as vendas.
“O Minha Casa, Minha Vida, sem dúvida, é um programa importante. É um negócio que abre oportunidades de trabalho, que atende uma fatia grande de moradia da sociedade. A retomada é positiva, aquece o mercado, sobretudo o da construção. Mas não é só isso, tem a parte de mobiliário, das vendas no comércio em geral”.
O vice-presidente da Associação Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), Alexandre Schubert, também pontuou o aquecimento do comércio, em um primeiro momento, de material de construção para as construtoras.
“Pensando na retomada das entregas das obras, para os próximos três anos, também temos a venda de mobiliário. É toda uma cadeia que se movimenta a partir do aquecimento do setor”, reforçou.
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Energia solar ganha espaço
Um dos pontos que vai mudar no novo Minha Casa, Minha Vida, caso seja seguida a recomendação do relatório da equipe de transição, é a possibilidade dos imóveis serem equipados com painel solar.
A ideia é possibilitar que os moradores desfrutem de uma energia renovável e consigam também economizar na conta de luz. A diarista Vanusa dos Santos Justino Marins, de 48 anos, aprovou a iniciativa. “Além de gastar menos, contribui com o meio ambiente”.
Alguns imóveis do programa já possuíam energia solar no banheiro e torneiras, mas existe uma expectativa de ampliação para o imóvel como um todo.
Outra mudança que pode ser implantada são os apartamentos e casas com varanda, uma necessidade que ficou mais evidente com a pandemia, quando as famílias tiveram de enfrentar o isolamento domiciliar.
Além dessas mudanças, também virão os imóveis com apenas um quarto, eles serão mais baratos, contudo atenderão às pessoas que moram só.
O presidente da Associação dos Construtores Capixabas, João Roncetti destacou que ter imóveis menores acompanha também uma tendência da sociedade.
“Imóvel de um só quarto é tendência”
“O Minha Casa, Minha Vida é relevante do ponto de vista social. A paralisação da faixa I, voltada para os mais vulneráveis, mostra que ele não estava sendo realizado com seriedade, atendendo a população que mais precisa. É importante que a retomada seja de forma efetiva.
A construção de imóveis de um quarto é uma tendência. Hoje, as construtoras também estão construindo e financiando imóveis particulares com um dormitório, são os estúdios, que também têm sido muito comuns. Existe uma demanda para isso.
Uma preocupação é a questão do FGTS. Com a reforma trabalhista, muitas pessoas ficam sem o Fundo, usado para abater no financiamento. Por outro lado, a gente ainda tem uma população de trabalhadores que precisa desse financiamento.”
- Simone Jorge, socióloga
SAIBA MAIS
Imóvel de 150 mil para baixa renda
Nova versão
Como promessa de campanha do presidente Lula, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, confirmou em entrevista no último domingo que o programa Minha Casa, Minha vida será retomado no próximo dia 14.
O programa terá novas regras para a contratação e construção de imóveis para famílias de baixa renda.
O relançamento será durante a viagem de Lula à Bahia, onde será inaugurado um conjunto habitacional na cidade de Santo Amaro e entregues quase três mil unidades em várias regiões do País do Minha Casa, Minha Vida.
Como será o novo Minha Casa, Minha vida
O governo federal até o momento não falou oficialmente sobre as novas regras do programa, já que será lançado na próxima semana.
No entanto, algumas informações têm sido obtidas a partir da equipe de governo, assim como já defendidas pela equipe do governo Lula.
1. Novo valor para faixa 1
O governo quer financiar imóveis de até R$ 150 mil para a chamada Faixa 1, que são beneficiários com renda familiar de até R$ 1.800.
Nessa faixa, o valor do imóvel tem boa parte subsidiada pelo governo federal.
Até o momento, o valor era de até R$ 96 mil, que é voltado para as famílias de menor renda e cujo valor é quase todo subsidiado.
O novo teto estaria em análise por técnicos de diferentes áreas do governo.
2. Orçamento
O governo federal reforçou o orçamento deste ano, reservando R$ 10,4 bilhões para moradia em 2023.
3. Retomada de obras
A expectativa interna é que as primeiras unidades só comecem a ser contratadas em meados do ano, o que fará os primeiros canteiros serem abertos no segundo semestre.
Além disso, o governo tem como foco retomar as obras paradas pelo País, que chegariam a mais de 130 mil unidades. Estima-se que 40 mil casas sejam retomadas neste ano.
4. Diferentes formatos
O governo Lula estuda adotar novos formatos de imóveis, considerando as características regionais com relação a tamanho de famílias em cada região.
Também há um pedido de Lula para que alguns empreendimentos tenham varanda.
5. Energia solar
Caso seja seguida a recomendação do relatório da equipe de transição, é possível que a habitação popular seja equipada com painel solar.
A ideia é permitir que a população de baixa renda aproveite os descontos garantidos na conta de luz pela geração distribuída.
6. Urbanização e reformas
Segundo membros da equipe do governo Lula, o novo Minha Casa, Minha Vida deve ter de focar em reformas de residências, urbanização de favelas, facilitação de financiamento para informais e construções mais próximas dos centros urbanos.
Com isso, um dos objetivos é corrigir os erros do passado, como conjuntos em áreas distantes, construindo conjuntos menores em áreas já inseridas nas cidades consolidadas.
A recuperação de imóveis públicos abandonados nos grandes centros e a construção de novos projetos em terrenos privados vazios também deverá ser uma diretriz.
Fonte: pesquisa A Tribuna e agência Globo.
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