Mais investimentos em petróleo e gás no Espírito Santo
Área de petróleo e gás receberá R$ 335,1 bilhões em investimentos, sendo R$ 323 bilhões só em 47 projetos da Petrobras
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Entre as áreas com maiores investimentos previstos no novo PAC está a de petróleo e gás, que receberá R$ 335,1 bilhões em investimentos, sendo R$ 323 bilhões só em 47 projetos da Petrobras.
E um deles é no Estado: trata-se de uma nova unidade de produção de petróleo e gás natural no Parque das Baleias, no litoral capixaba. O consultor empresarial Durval de Freitas detalha que se trata do navio-plataforma Maria Quitéria, cujas atividades estão previstas para serem iniciadas em 2025 na região.
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“A Petrobras está aumentando a produção porque furaram novos postos no Parque das Baleias que deram bom resultado.”
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, destacou ontem, durante o evento de lançamento do novo PAC, que a empresa retomará a construção de navios no Brasil, anunciando estudos para a encomenda de 25 petroleiros.
Do total previsto para o subeixo Petróleo e Gás, R$ 273,2 bilhões estão previstos para serem investidos até o fim do mandato de Lula.
A maior parte desses recursos, R$ 286 bilhões, estão relacionados com projetos para o desenvolvimento da produção de petróleo. Outros R$ 15 bilhões serão investidos em projetos para escoamento da produção marítima.
Os investimentos da Petrobras criaram uma leve distorção na distribuição dos recursos do PAC por estados. Por isso estados com campos de produção de petróleo e unidades da Petrobras têm previsão de recursos maiores, mesmo que em alguns casos sejam menos populosas que outras.
O estado que mais receberá investimentos do PAC, por exemplo, é o Rio de Janeiro. Esses recursos serão usados em 16 novas plataformas para o desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural, 11 gasodutos interligados, um gasoduto de escoamento e com investimentos na refinaria Duque de Caxias.
Na sequência, no ranking dos estados que vão receber os maiores investimentos, aparecem São Paulo e Rio de Janeiro, cujos projetos principais estão relacionados com a área de transportes e infraestrutura.
Por outro lado, o quarto estado que mais receberá recursos será Sergipe, que conta com um projeto de gasoduto de águas profundas. Já o Espírito Santo está na 13ª colocação.
Ferrovias entre os projetos incluídos no programa
O pacote anunciado pelo governo federal prevê investimentos em três estradas de ferro que passam pelo Estado: a Estrada de Ferro 118 (EF-118 ES/RJ); a Estrada de Ferro Vitória a Minas Gerais (EFVM); e a Malha Centro-Leste.
A EF-118 está listada como “estudo de novas concessões”. Já a EFVM está listada como “obra, com investimentos das concessões existentes e novas” e a Malha Centro-Leste, que engloba, além do Espírito Santo, outros sete estados, está listada como “obras com investimentos das concessões existentes e novas”.
A EF 118 é uma contrapartida assumida pela Vale por conta da renovação antecipada da Ferrovia Vitória-Minas junto ao governo federal. Pelo contrato assinado no final de 2020, a mineradora tem de entregar a ferrovia pronta entre Santa Leopoldina e Anchieta e precisa entregar o projeto executivo completo até a divisa com o Rio de Janeiro.
Inclusão
O PAC também inclui a previsão de R$ 2 bilhões em investimentos em inclusão digital e conectividade. Segundo o governo federal, serão 2.694 escolas públicas e 374 quilômetros de rodovias federais no Estado que devem receber obras de infraestrutura para conexão com a internet.
Além disso, a sede dos 78 municípios do Estado vão receber internet 5G e cinco cidades do Estado devem receber estrutura para transmissão de TV digital. A informação de que os investimentos da modalidade “Conexão de Escolas” serão frutos de parceria público-privada.
Previsão de projetos privados entre empresários
O anúncio do novo PAC foi comemorado por empresários dos setores do comércio, construção e indústria. A expectativa é de que os investimentos em obras federais resultem em criação de empregos e maior atração para investimentos privados.
Vice-presidente da Federação de Comércio do Estado (Fecomercio-ES), José Carlos Bergamin destacou que este pode ser o sinal de um novo tempo para o País, e que a expectativa no Espírito Santo era maior do que em vários estados, pela maior organização e alinhamento das políticas públicas e iniciativa privada.
“É algo muito bem-vindo. Vivemos tempos de economia desarrumada e muito enfraquecida e os governos precisam reformular as suas políticas para ter, cada vez mais, capacidade de investimento, somando forças com a iniciativa privada.”
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-ES), Douglas Vaz, também comemorou o anúncio.
“Além de gerar emprego e renda, a expectativa é que a economia deslanche, pois temos a necessidade dos investimentos em infraestrutura viária para fazer o escoamento das produções e também do que chega pelos portos.”
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