Mais de 16 mil limpam o nome todo mês no ES
Dados da Federação do Comércio apontaram uma redução, com 198 mil nomes a menos na lista da inadimplência durante o ano passado
Escute essa reportagem
O número de consumidores do Espírito Santo com contas em atraso caiu: 198 mil limparam o nome e saíram da lista dos inadimplentes no ano passado, o que equivale a uma média de 16.500 por mês.
Os dados são da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Connect Fecomércio-ES), com informações da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Outro recorte dos números revela que 74.200 famílias saíram do vermelho em 2024, ao se comparar dezembro de 2023 e dezembro do ano passado.
A menor taxa de inadimplência em dezembro de 2024, comparadamente a dezembro de 2023, pode representar um alívio para as famílias capixabas em janeiro deste ano, uma vez que os meses iniciais do ano exigem uma maior capacidade de pagamento das famílias devido a fatores como: matrículas e compra de materiais escolares; pagamento de seguros; e pagamento de impostos (IPTU e IPVA).
Quando é feita a comparação entre dezembro e novembro de 2024, o percentual de famílias inadimplentes aumentou 0,9 ponto percentual, o que implica em 12,8 mil novos grupos familiares com contas em atraso, ou seja, 34 mil pessoas.
A coordenadora de pesquisa do Observatório do Comércio, o Connect Fecomércio-ES, Ana Carolina Júlio, explica que esse aumento é resultado de um efeito sazonal de concentração de datas comemorativas nos últimos meses do ano como Black Friday, Natal e Ano Novo.
“Por outro lado, a redução da inadimplência entre 2023 e 2024 reflete uma mudança do comportamento das famílias capixabas, tendo uma maior conscientização da relevância da organização e do planejamento financeiro, assim como das finanças pessoais”, ressaltou Ana Carolina Júlio.
Outro aspecto revelado pelo órgão está na capacidade de quitação das dívidas em atraso, que desde março tem aumentado. Em dezembro de 2024, 21,9% das famílias inadimplentes declararam ter capacidade de quitar seus débitos em atraso, ou seja, 105 mil disseram que podem pagar suas dívidas atrasadas.
Ao avaliar a fonte de compras, o capixaba segue tendo como preferência o cartão de crédito. Para famílias com renda menor que 10 salários mínimos (R$ 15.180), o aumento no uso do cartão de crédito foi de 0,9 ponto percentual entre novembro (89,9%) e dezembro (90,8%).
Já nos grupos familiares com renda menor que 10 salários mínimos, houve redução entre novembro (94,7%) e dezembro (93,5%) de 1,2 ponto percentual.
SPC confirma redução
O número de inadimplentes no Espírito Santo caiu 0,2% no ano passado em relação a 2023, segundo o SPC Brasil, dados que foram repassados pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Vitória.
As instituições revelaram ainda que, no mesmo período, o Brasil registrou um aumento de 1,3%, e a região Sudeste, de 1,0%.
Já a Serasa, empresa de proteção ao crédito, informou que o quantitativo de inadimplentes cresceu no Estado de 1.304.579 em 2023 para 1.305.620 em 2024, um aumento de 0,08%. Os dados são um comparativo referente aos meses de novembro dos dois anos.
Por nota, a Serasa explicou que a diferença no número de inadimplentes se deve a origem da base de dados dos credores da qual a informação foi conferida.
“As dívidas são inseridas na base da Serasa através das empresas credoras. A principal diferença entre o cadastro de uma dívida em algum birô de crédito, como a Serasa ou SPC, é a decisão das empresas credoras que cadastram o inadimplente nessas bases”.
Qualquer empresa pode cadastrar a falta de pagamento no órgão de proteção ao crédito que ela quiser. “Geralmente são colocadas em birôs em que ela sabe que há uma maior facilidade de pagamento”, finaliza a nota.
Como sair das dívidas?
Registre os gastos; organize as finanças separando as despesas em categorias (fixas, variáveis e extraordinárias, que são os gastos esporádicos e emergenciais); crie metas; corte gastos; converse com os familiares;
Além disso, renegocie a dívida; priorize as dívidas com os juros mais altos e busque fontes de renda extra.
O que pagar primeiro?
A prioridade deve ser para as dívidas que têm as consequências mais graves em caso de não pagamento.
Alguns exemplos:
> Contas essenciais: comece pagando as contas essenciais como aluguel, água, luz e gás. Essas são despesas básicas que, se não pagas, podem afetar diretamente o seu bem-estar e o da sua família;
> Dívidas com juros altos: depois das contas essenciais, foque nas dívidas com os juros mais altos, como cartões de crédito e empréstimos pessoais. Esses tipos de dívidas crescem rapidamente e, ao quitá-las primeiro, você reduz o montante total a pagar;
> Dívidas garantidas: priorize também dívidas que têm garantias, como financiamentos de carro ou casa. A falta de pagamento dessas dívidas pode levar à perda do bem, então também é preciso resolver com certa urgência;
> Dívidas de consumo: por fim, foque nas dívidas de consumo, como prestações de compras a prazo. Organize-se para quitá-las sem comprometer demais o seu orçamento mensal e verifique as opções de renegociação disponíveis.
Como sair das dívidas do cartão de crédito?
Essas dívidas podem se tornar um grande problema devido aos altos juros, que muitas vezes podem até ser considerados juros abusivos, portanto, pense em formas de fazer a amortização da dívida. Enquanto estiver pagando a dívida, evite usar o cartão de crédito em novas compras.
Em seguida, entre em contato com a administradora do cartão e tente negociar uma taxa de juros menor ou um plano de pagamento parcelado. Dessa forma, você pode evitar o agravamento da situação e reduzir as chances de enfrentar uma cobrança de dívidas, que pode incluir ações como ligações e notificações insistentes, além de possíveis restrições de crédito.
Caso não tenha uma reserva de emergência, considere a possibilidade de fazer um empréstimo com juros mais baixos para quitar a dívida do cartão. Assim, você troca uma dívida cara por uma mais barata.
Sempre que possível, pague mais do que o valor mínimo da fatura. Essa prática reduz o principal da dívida e, consequentemente, os juros futuros.
Por fim, planeje suas compras com antecedência, considere sempre a soma de todas as parcelas e evite gastar mais do que você pode pagar à vista. Impor limites é sempre a forma mais efetiva de usar essa forma de pagamento de forma consciente e segura.
Fonte: SPC Brasil
Comentários