Leilão da Cesan: investimentos de R$ 600 milhões nos dois primeiros anos
Investimentos iniciais incluem modernização do esgoto e operação do sistema
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O cronograma de investimentos que devem ser realizados pelas empresas vencedoras do leilão prevê que R$ 600 milhões já sejam realizados nos dois primeiros anos do contrato.
O presidente da Companhia Espírito-santense de Saneamento (Cesan), Munir Abud, explicou que a previsão é que a entrega da ordem de serviço ocorra em três meses.
“Após isso, o parceiro privado inicia a execução dos serviços, assumindo a operação e se preparando para os primeiros investimentos. Nos dois primeiros anos, ele tem que investir — considerando os dois lotes — aproximadamente R$ 600 milhões”.
De acordo com o presidente da Companhia, os investimentos mais robustos são no segundo ano. Entre eles, o aprimoramento do sistema da capital.
“Vamos desativar uma estação de tratamento de esgoto antiga e modernizar as atuais, o que dá mais eficiência no sistema de tratamento de esgoto e nos possibilita expandir com redes elevatórias”.
Espanhóis vencem leilão para atuar em 43 cidades
Com investimentos de quase R$ 7 bilhões ao longo dos próximos 25 anos, empresas espanholas venceram o leilão internacional que definiu os novos responsáveis pela coleta e tratamento de esgoto em 43 municípios do Espírito Santo. O leilão foi realizado na terça-feira (17), na sede da B3, em São Paulo.
A GS Inima venceu o bloco A — composto por 35 municípios, incluindo Vitória —, oferecendo um desconto de 25,32% sobre a contraprestação que a estatal vai pagar à concessionária.
Esse lote tem previsão de R$ 1,08 bilhão em investimentos e R$ 3,85 bilhões em custos operacionais ao longo de 25 anos.
A multinacional espanhola já venceu, no ano passado, um outro leilão para a construção de uma estação de produção de água de reúso para a ArcelorMittal Tubarão. Já a Acciona venceu o bloco B, oferecendo um desconto de 13,88% sobre a contraprestação.
O bloco abrange os municípios de Anchieta, Afonso Cláudio, Castelo, Guarapari, Ibatiba, Itapemirim, Iúna e Viana, com investimentos de R$ 399,6 milhões e custos operacionais de R$ 1,39 bilhão, com contrato de 23 anos.
A Aegea, que já é responsável pela operação da Serra, de Vila Velha e Cariacica, também participou do leilão, mas teve o lance superado pelas concorrentes.
Para o governador do Estado, Renato Casagrande, o momento é histórico para o Espírito Santo.
“Os dois lotes de saneamento que foram leiloados tiveram um resultado extraordinário, e cria a certeza que até 2033 teremos o saneamento universalizado nos municípios gerenciados pela Cesan”.
Ele ressaltou que investir em saneamento representa saúde e proteção ao meio ambiente. Além disso, o Espírito Santo passa a resolver um assunto pendente na sociedade brasileira.
Segundo o presidente da Companhia Espírito-santense de Saneamento (Cesan), Munir Abud, a parceria não implicará reajuste na tarifa atual praticada.
“Estamos garantindo infraestrutura moderna, eficiência operacional e cobertura de esgotamento sanitário nos municípios atendidos pela Cesan, por meio de uma sólida parceria com a iniciativa privada. Os investimentos feitos garantirão a universalização dos serviços muito antes do prazo estabelecido pelo marco legal”, enfatizou.
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Leilão
Foi realizado na terça-feira (17), na sede da B3, em São Paulo, o leilão internacional que definiu empresas responsáveis pela execução de dois grandes contratos de coleta e tratamento de esgoto em 43 municípios do Estado.
O leilão — realizado pela Cesan — era composto por dois grandes contratos de Parceria Público-Privada (PPP). O investimento previsto é de quase R$ 7 bilhões por até 25 anos.
O que prevê o contrato
O projeto prevê a transferência da gestão do esgotamento sanitário e dos serviços administrativos — hoje executados pela Cesan — para a iniciativa privada, por meio de concessão administrativa.
Nesse caso, a concessionária vencedora atua em nome próprio, assumindo riscos inerentes ao negócio.
A modelagem da PPP foi desenvolvida em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), tendo sido submetida à consulta pública e, posteriormente, à análise do Tribunal de Contas do Estado.
Lote A
Foi vencido pela multinacional GS Inima. A empresa está presente em vários países, atuando na captação e potabilização de água, tratamento de esgotos domésticos, produção de água de reuso para a indústria e entre outros.
O lote vencido por ela tem 35 municípios e prevê R$ 1,08 bilhão em investimentos e R$ 3,85 bilhões em custos operacionais.
Municípios
Água Doce do Norte
Águia Branca
Alto Rio Novo
Apiacá
Aracruz
Atílio Vivácqua
Barra de São Francisco
Boa Esperança
Bom Jesus do Norte
Brejetuba
Conceição da Barra
Conceição do Castelo
Divino São Lourenço
Domingos Martins
Dores do Rio Preto
Ecoporanga
Fundão
Mantenópolis
Marechal Floriano
Muniz Freire
Muqui
Nova Venécia
Pancas
Pedro Canário
Rio Novo do Sul
Santa Leopoldina
Santa Maria de Jetibá
Santa Teresa
São Gabriel da Palha
São José do Calçado
São Roque do Canaã
Venda Nova do Imigrante
Vila Pavão
Vila Valério
Vitória
Lote B
Venceu a multinacional Acciona Água S.A.U, multinacional, também presente em mais de 40 países.
o Lote B tem oito municípios, envolvendo R$ 399,6 milhões em investimentos e R$ 1,39 bilhão em custos operacionais por 23 anos.
Municípios
Afonso Cláudio
Anchieta
Castelo
Guarapari
Ibatiba
Irupi
Iúna
Viana
Como fica a conta?
Segundo a Cesan, a parceria não implicará em reajuste na tarifa.
Universalização
Segundo o governo do Estado, com os investimentos contratados, até 2033 o Espírito Santo terá o saneamento universalizado nos municípios gerenciados pela Cesan.
Investimentos
Além de ampliar a cobertura dos serviços, o projeto prevê a construção de 39 Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), 219 Estações Elevatórias de Esgoto (EEEs) e a implantação de 1.200 quilômetros de redes coletoras e 371 mil habitantes incluídos no sistema de esgotamento sanitário até 2033.
Assinatura
Os contratos serão assinados em até três meses.
As empresas assumem a operação ainda este ano, com investimentos que começam a ser realizados já nos dois primeiros anos.
Outros municípios
Atualmente, as operações da Serra, de Vila Velha e Cariacica já são feitas via Parcerias Público Privadas (PPPs), todas elas tendo a Aegea à frente.
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