Indústrias vão ensinar profissão de graça e contratar mil todo mês
Serão 13 mil vagas para aprender profissão de graça em 2024. Meta é dar emprego a formados, já que o setor precisa de novos profissionais
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Com intuito de qualificar novos profissionais para trabalhar na indústria, a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) vai abrir quase 13 mil vagas somente em cursos gratuitos no próximo ano.
As contratações para emprego dos alunos qualificados será equivalente a cerca de mil todo mês. Ao todo, serão cerca de 60 mil matrículas, segundo o diretor-geral da Findes, Roberto Campos de Lima.
Ele destacou que o Estado tem atraído importantes empreendimentos industriais e de logística, e que, com isto, tem-se a necessidade de qualificar mão de obra local.
Os cursos serão oferecidos por meio de instituições como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Instituto Evaldo Lodi (IEL) e o Centro da Indústria do Espírito Santo (Cindes).
“O Estado tem vários incentivos para atrair indústrias e outras empresa. Por exemplo, no Norte, que tem os incentivos da Sudene, além dos incentivos do governo do Estado. Então, para que se atraia mais indústrias é necessário profissionais qualificados”, explicou.
O Estado precisará qualificar cerca de 179 mil profissionais para a indústria, sendo 39 mil em formação inicial e cerca de 140 mil em formação continuada, até 2025, segundo Lima
“Dias atrás estive em Colatina, e, em quatro empresas, estavam precisando de mais de 140 profissionais. E estamos falando da Bertolini, uma grande empresa, mas as outras três são médias e pequenas. A necessidade de profissionais preparados é grande”, disse.
A Findes tem aumentado o diálogo junto ao setor produtivo e está atenta às novas cadeias globais para que possa oferecer um portfólio de cursos em sintonia com as reais necessidades do mercado.
Segundo Lima, o Senai está se empenhando para aprimorar a oferta de cursos com base na demanda das empresas e nos locais onde acontecerão os investimentos de grandes empreendimentos.
“Os cursos são oportunidade de inserir esses profissionais no mercado e ao mesmo tempo atender à indústria, contribuindo com o desenvolvimento do Estado”.
Todos os cursos são definidos a partir de levantamentos feito junto as indústrias e ao mercado de trabalho pelo Observatório da Indústria, segundo a gerente-executiva de Educação do Senai, Tatiane Franco. “O Senai tem um papel determinante na qualificação e na inserção das pessoas no mercado de trabalho”.
Formação só para mulheresNo próximo ano, serão ofertadas 1.500 vagas em cursos exclusivos para mulheres para o trabalho na indústria do Estado. Segundo a gerente-executiva de Educação do Senai, Tatiane Franco, o objetivo dos cursos exclusivos é incentivar a maior inserção e manutenção das mulheres na indústria.
“Temos trabalhado para buscar não só a inserção, mas a permanência das mulheres nos diferentes setores da indústria”, explicou.
A Findes tem atuado em parcerias que visam valorizar a inserção de mulheres no mercado de trabalho, e além disso estimular a equidade de gênero e reduzir as diferenças salariais e de tratamento que ainda existem no mercado de trabalho e no dia a dia da mulher.
Embora o público feminino represente mais de 51% da população brasileira, apenas 44% delas possuem um emprego formal e ainda ganham, em média, 20% a menos do que os homens, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad-C 2021) do nstituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na indústria, elas também são minoria, representando 25% da força de trabalho formal.
A Findes conta com diferentes iniciativas exclusivas para mulheres. São cursos em parcerias com empresas do Estado, com o governo estadual e prefeituras, além de outras instituições.
Alguns exemplos são o programa Mulheres na Liderança, do IEL; o curso Aprendizagem Industrial para Meninas; o Senai Tech pras Manas; o programa Elas na Siderurgia; e o programa Elas na indústria.
Tecnologia: Qualificação
Os alunos Renan Santos, Sandra Almeida, Rousseau Ramos Almeida e Sadraque Medeiros (da esquerda para direita), com o professor Leonardo Caus ao centro, no curso de Operador de Computador, no Senai Vitória.
O aluno Sadraque Medeiros contou que buscou curso para ter uma qualificação a mais no currículo e garantia de trabalho. O objetivo do curso é a capacitação em sistemas operacionais cliente e softwares de internet.
Saiba mais: Estado precisa de mais 179 mil formadosOferta de cursos gratuitos
> No próximo ano serão ao menos 12.700 vagas em cursos gratuitos do Senai no Espírito Santo. Desse total, 6 mil vagas serão divulgadas em edital que será publicado ainda este mês.
> Entre o final e o início do ano que vem serão abertas as inscrições, com os cursos sendo iniciados a partir de fevereiro.
> Os cursos gratuitos não exigem pré-requisitos e as inscrições serão através do site do Senai (https://senaies.com.br/).
> São cursos presenciais e a distância que estão sendo ofertados em todas as unidades do Senai no Estado.
> As capacitações profissionais voltadas à iniciação – destinada a jovens e adultos que estão começando no mercado de trabalho, e continuada – que querem se qualificar mais.
> Tem cursos também com vagas ofertadas são destinadas a pessoas de baixa renda.
> A situação de baixa renda do candidato inscrito no processo de matrícula será atestada mediante auto declaração no ato da matrícula.
> A grade curricular dos cursos estão sempre atualizadas com metodologias que preparam o aluno para lidar com as transformações digitais.
> E também atender as exigências da indústria, atendendo tanto quem ainda vai entrar no mercado de trabalho quanto a força de trabalho já ativa, que necessita de qualificação contínua e aperfeiçoamento na carreira escolhida.
Áreas com maior exigência de profissionais
> As áreas com maior exigência da indústria e que terão destaque na oferta de cursos são:
> Metalmecânica
> Construção civil
> Automotiva
> Alimentação
> Petróleo e gás
> Logística
Qualificação
> Até 2025, o Espírito Santo precisará qualificar 179 mil pessoas em ocupações industriais, sendo 39 mil em formação inicial – para repor inativos e preencher novas vagas – e cerca de 140 mil em formação continuada, para trabalhadores que devem se atualizar.
> Isso significa que, da necessidade de formação nos próximos quatro anos, 78% serão em aperfeiçoamento. As ocupações industriais são aquelas que requerem conhecimentos tipicamente relacionados à produção industrial, mas estão presentes também em outros setores da economia.
> Os cursos técnicos do Senai estão alinhados às maiores necessidades das indústrias capixabas e obtém índices excelentes de aprovação no mercado de trabalho.
> Na última pesquisa de acompanhamento de egressos realizada pela instituição, 95% das empresas contratantes declararam que preferem profissionais formados pelo Senai-ES na hora de contratar.
> Hoje, sete em cada 10 alunos dos cursos técnicos do Senai estão empregados.
Transformação
> O mercado de trabalho passa por uma transformação, ocasionada principalmente pelo uso de novas tecnologias e mudanças na cadeia produtiva; e, cada vez mais, o Brasil precisará investir em aperfeiçoamento e requalificação para que os profissionais estejam atualizados.
> Atualmente, são 16 mil indústrias no Estado que criam cerca de 200 mil postos de trabalho formais. Ou seja, é um setor que tem uma grande capacidade de criar empregos, renda e irradiar oportunidades.
> Os dados são do Mapa do Trabalho Industrial, que é essencial para que se possa conectar as necessidades das indústrias, as demandas de profissões industriais com a oferta de cursos e serviços.
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