X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Economia

Haddad anuncia 'economia' de R$ 70 bi sem usar palavra corte

Expectativa pelo pronunciamento causou impactos no mercado financeiro durante o dia


Ouvir

Escute essa reportagem

Imagem ilustrativa da imagem Haddad anuncia 'economia' de R$ 70 bi sem usar palavra corte
Haddad anuncia 'economia' de R$ 70 bi sem usar palavra corte |  Foto: Agência Brasil/ Marcelo Camargo

Em um pronunciamento de 7 minutos e 18 segundos em cadeia de rádio e televisão, Fernando Haddad anunciou medidas que, segundo ele, vão gerar economia de R$ 70 bilhões para as contas públicas nos próximos dois anos. O ministro, no entanto, não usou a palavra "corte" nenhuma vez.

"As decisões que tomamos, a partir de hoje, exigem coragem, mas sabemos que são as escolhas certas porque garantirão um Brasil mais forte, mais justo e equilibrado", disse o ministro.

A expectativa pelo pronunciamento causou impactos no mercado financeiro durante o dia. A divulgação da notícia de que a isenção do Imposto de Renda de Pessoa Física seria elevada para R$ 5.000 provocou disparada do dólar, que fechou a R$ 5,91, maior valor nominal da história.

Vista como populista pelo mercado financeiro, a correção da tabela é uma promessa de campanha de Lula, que cobra a medida de Haddad desde o início do governo.

Segundo o ministro, a medida não trará impacto fiscal porque quem tem renda superior a R$ 50 mil por mês pagará mais imposto.

O pacote, aguardado há semanas, inclui ainda medidas para a Previdência de militares, o salário mínimo e o teto do funcionalismo público. "Vamos corrigir excessos e garantir que todos os agentes públicos estejam sujeitos ao teto constitucional", afirmou o presidente.

"Para garantir os resultados que esperamos, em caso de déficit primário, ficará proibida a criação, ampliação ou prorrogação de benefícios tributários", disse Haddad.

Sem detalhar, o ministro confirmou mudanças na aposentadoria dos militares, com a instituição de idade mínima para a ida para a reserva e a limitação de transferência de pensões. A idade de aposentadoria deve ser fixada em 55 anos, e o governo deve colocar fim ao pagamento de pensão para familiares de militares expulsos das Forças, os chamados "mortos fictícios", que custam só para o Exército cerca de R$ 20 milhões por mês.

Haddad também anunciou alterações no abono salarial do PIS/Pasep, com a limitação do pagamento a trabalhadores que ganham até 1,5 salário mínimo. Hoje, tem direito ao benefício quem ganha até dois pisos.

O ministro, no entanto, não falou em limitação. "Para atender às famílias que mais precisam, o abono salarial será assegurado a quem ganha até R$ 2.640. Esse valor será corrigido pela inflação nos próximos anos e se tornará permanente quando corresponder a um salário mínimo e meio", disse ele no pronunciamento.

Sobre o salário mínimo, o ministro afirmou que o governo já devolveu ao trabalhador o ganho real, outra promessa de campanha, mas que agora estará sob novas regras. "Esse direito, esquecido pelo governo anterior, retornou com o presidente Lula. E com as novas regras propostas, o salário mínimo continuará subindo acima da inflação, de forma sustentável e dentro da nova regra fiscal", disse.

A intenção da equipe econômica é limitar o ganho real do piso, seguindo as mesmas regras do arcabouço fiscal —cujo limite de despesas tem expansão real de 0,6% a 2,5% ao ano.

Pela regra atual, o salário mínimo teria ganho real de 2,9% em 2025, conforme o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes. Em 2026, a alta seria acima de 3%, considerando as projeções para o crescimento neste ano.

Em ambos os casos, a valorização supera o ritmo de expansão do arcabouço, o que por si só poderia criar uma pressão por dentro da regra, levando ao achatamento de outras despesas.

Como antecipou a Folha de S.Paulo, limitar os ganhos reais do salário mínimo pode render uma economia de R$ 11 bilhões até 2026. A conta considera um aumento de 2,5% acima da inflação no ano que vem, no limite permitido pela regra fiscal, e de 2% em 2026, em linha com a expansão prevista para o teto de despesas naquele ano.

Haverá limitações nas emendas parlamentares, como a Folha de S.Paulo havia adiantado.

Haddad vinha repetindo há mais de duas semanas que as medidas estavam prontas. Os sucessivos adiamentos desgastaram a imagem do ministro ao evidenciarem as dificuldades políticas para estruturar o plano. A demora alimentou as expectativas do mercado e elevou a pressão por um pacote que seja robusto e tenha números críveis.

De acordo com ele, na fala, a equipe econômica trabalhou por avanços econômicos e sociais. "Trabalhamos intensamente para elaborar um conjunto de propostas que reafirmam nosso compromisso com um Brasil mais justo e eficiente", disse.

As mudanças são aguardadas em meio a uma preocupação sobre a trajetória do endividamento público ao longo dos anos. Com a piora no resultado das contas públicas e o aumento na taxa de juros, o próprio governo passou a prever neste ano uma dívida bruta acima de 81% do PIB a partir de 2026 –hoje, está em 78,3%.

MATÉRIAS RELACIONADAS:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: