Fama tem seus prós e contras
Whindersson Nunes é um dos influenciadores de sucesso que já falaram sobre os males da vida pública
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A constante exposição dos influenciadores ao público, a exemplo de Felipe Neto, Whindersson Nunes e Thaynara OG, é um fator que reflete até mesmo na vida pessoal dos famosos. Os especialistas apontam “prós e contras” da carreira.
A maioria dos influenciadores se sentem pressionados para produzir novos conteúdos e essa pressão pode levar ao desenvolvimento de problemas como ansiedade e baixa autoestima, à medida que eles tentam atender a essas expectativas.
Um dos desafios enfrentados pelos criadores é o gerenciamento do tempo e do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Muitas vezes, eles precisam estar sempre conectados e disponíveis para seus seguidores, o que pode prejudicar sua qualidade de vida e suas relações pessoais.
O influenciador Felipe Neto já disse publicamente que sofre de crises de ansiedade, pânico e depressão. No último Rock In Rio, em setembro do ano passado, por exemplo, ele precisou sair antes do final do evento e antes de assistir sua banda favorita, Green Day, porque começou a sentir alguns dos sintomas da ansiedade.
Quem também seguiu a mesma linha foi Whindersson Nunes. Em 2019, ele fez declarações públicas falando sobre depressão e sobre seu estado de saúde mental.
A CEO da agência de marketing Be Unique, Saelly Pagung, diz que é real essa pressão que muitos influenciadores sentem e orienta que não adianta querer acompanhar todas as trends, publicar todos os tipos de conteúdo de forma aleatória, em busca de likes de todas as pessoas possíveis.
“Muitas vezes isso não trará nenhum resultado efetivo para o influenciador. De que adianta ter somente likes, mas não vender? Para isso, é preciso focar na sua persona, entender qual é o melhor formato de conteúdo para a sua audiência (independente do que está fazendo sucesso ou não) e transformar seus seguidores em verdadeiros fãs”, disse.
O mentor de carreiras Elias Gomes destaca que na medida em que vai tendo um crescimento exponencial, o influenciador corre o risco de perder cada vez mais privacidade.
“É possível que seguidores busquem informações da vida pessoal e da intimidade dele, por exemplo”, explicou o mentor.
E continuou: “Mas diria que é um problema que qualquer um que tem alta exposição vai enfrentar. O influenciador, de alguma forma, busca essa exposição. Então, tem ônus e bônus, mas faz parte, e sabendo gerir isso, vai dar tudo certo”.
Caminhos para ser um influenciador
Audiência
Também existem tipos de influenciadores, que são determinados de acordo com o seu alcance ou o tamanho da sua audiência, o engajamento e a relevância com o tema da marca. Nesse caso, eles podem ser:
Everyday influencer: até mil seguidores;
Nano influenciador: de mil a 10 mil seguidores;
Microinfluenciador: 10 mil a 100 mil seguidores;
Macroinfluenciador: 100 mil a 500 mil seguidores;
Megainfluenciador: 500 mil a 1 milhão de seguidores;
Celebridade: mais de 1 milhão de seguidores.
Estudos
Para alcançar sucesso, é importante estudar para conseguir se posicionar e produzir conteúdo com estratégia e intencionalidade. Saber qual transformação gera ou pretende gerar na audiência, com quem está falando e quais são as dores e os desejos da audiência farão toda diferença no conteúdo que irá publicar nas mídias sociais.
Na Irlanda, uma universidade vai passar até mesmo a oferecer bacharelado na carreira de influenciador digital a partir do ano que vem.
No Brasil, há algumas faculdades que podem ajudar um profissional dessa área, pois têm conteúdos que ajudam, por exemplo, na forma de se comunicar, a exemplo de Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Marketing e Gestão Comercial.
Fonte: Especialistas, Sebrae e pesquisa A Tribuna.
Ganhos podem chegar a 100 reais por hora
Com uma rotina que não é simples como parece ser e com toda exposição que pode levar a diferentes problemas, quanto ganham os influenciadores digitais?
Essa remuneração varia de acordo com fatores como disponibilidade de tempo, investimento em equipamentos, conhecimento, experiência e até mesmo sorte. Mas a revista Forbes estima que um influenciador digital pode ganhar cerca de R$ 100 por hora e até R$ 100 mil por mês, trabalhando de 8 a 10 horas por dia.
Essas figuras públicas têm o poder de influenciar os consumidores em decisões de compra. Por meio das redes sociais, os influenciadores compartilham conteúdos relacionados a produtos e serviços, fornecendo opiniões e dicas sobre eles.
Para os influenciadores, uma forma de terem mais ganhos são os conteúdos patrocinados. Quando uma empresa deseja que um produto ou marca se torne conhecido, contrata o profissional a fim de anunciar a mercadoria ou serviço nas redes sociais.
Um dado que chama bastante a atenção é que o Brasil é o segundo país com mais pessoas apostando na carreira, perdendo apenas para os Estados Unidos, onde 13,5 milhões trabalham como influenciadores, segundo pesquisa da consultoria Nielsen de 2022.
Só no Instagram, o País lidera o ranking, com 10,5 milhões de influencers — o equivalente a oito vezes o número de advogados ou quase 20 vezes o número de médicos brasileiros, segundo dados da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Controla horários
Kimberly Pereira tem 24 anos e tem mais de 1,3 milhão de seguidores nas redes sociais. “Costumo trabalhar umas 10 horas por dia, contando com edição, criação de roteiro, gravação de vídeos, montagem de cenários, entre outras questões”, disse.
Segundo Kimberly, sua rotina é bem tranquila, pois o conteúdo que produz é baseado em criatividade. “É algo que eu gosto muito. Por trabalhar com a internet consigo controlar meus horários e isso que é ótimo”, explicou.
Análise
“Temos de estar preparados para receber críticas”
“A internet tem seu lado positivo, mas o negativo também. Quando trabalhamos com as redes sociais, temos de estar preparados para receber comentários e críticas diante de um posicionamento nosso.
Ter essa exposição diária muitas vezes não é fácil, pois temos que estar presentes mostrando o nosso cotidiano e com conteúdos novos, que por vezes têm suas complicações.
Grande parte dos que buscam viver da internet e das redes sociais muitas vezes não se ligam nesses pontos, criando um boom de novos influenciadores.
Independentemente de complicações com a exposição, é algo necessário quando se visa o crescimento dentro da rede social, assim como a constância na criação de conteúdos.
Recentemente, tivemos o caso da Luísa Sonza, que já acostumada a ter sua vida exposta, se antecipou e levou um acontecimento sobre um relacionamento para a televisão e, consequentemente, para as redes sociais, já dando a sua versão dos fatos.
Com isso, podemos concluir que de qualquer forma, a pessoa pública está diante dos olhares de seus seguidores e de julgamentos dos mesmos, ainda que os fatos não sejam de total conhecimento do público.”
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