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Economia

Falta de produtos na Americanas e dívida de R$ 47,9 bi

Administração judicial aponta aumento no rombo da rede, que começa a conviver com problema de desabastecimento


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Imagem ilustrativa da imagem Falta de produtos na Americanas e dívida de R$ 47,9 bi
Loja da rede Americanas, que tem dívidas com fabricantes das guloseimas já tradicionais em suas prateleiras. Na foto: Movimentação Lojas Americanas, centro de Vitória |  Foto: Fábio Nunes

A Americanas, em recuperação judicial desde o último dia 19, já começa a enfrentar problemas de abastecimento. Prateleiras vazias já são vistas em lojas da rede visitadas em São Paulo nos últimos dez dias. 

A equipe de administração judicial do processo de recuperação mostrou que  a dívida total do grupo é de R$ 47,9 bilhões. Como parte do pedido de recuperação, apresentado em janeiro, o grupo havia citado o valor de R$ 41,2 bilhões.

A diferença, de R$ 6,6 bilhões, foi aferida pela equipe, que fez um pente-fino na lista de dívidas e credores apresentada pelo próprio grupo Americanas.

A informação sobre a discrepância foi enviada via petição, na última quarta, à 4ª Vara Empresarial da cidade do Rio de Janeiro, que acompanha a recuperação judicial da empresa.

Em resposta ao questionamento, o grupo Americanas disse que os R$ 6,6 bilhões a mais se devem ao valor total de debêntures nas quais a Americanas S.A é devedora das empresas JSM Global e B2W Digital Lux, que integram o grupo Americanas e também estão sob recuperação judicial.

Leia mais em:

Justiça usa ação para resguardar trabalhadores das Americanas

Luiza Trajano volta à lista dos bilionários da Forbes após crise na Americanas

Prateleiras 

Tradicional vendedora de guloseimas como chocolates, biscoitos e chicletes, a varejista acumula dívidas milionárias com grandes fornecedores, como Nestlé (R$ 260 milhões), Bauducco (R$ 97 milhões) e Mondelez (R$ 93 milhões). Esta última é dona de marcas como Lacta, Trident, Mentos e Oreo.

Alguns fornecedores não têm mais interesse em continuar vendendo para a Americanas, apurou a reportagem da Folha de S. Paulo. A empresa sempre foi considerada um trunfo pelos fabricantes: tendo em vista o tamanho da sua rede e o seu marketplace, vender para a varejista era uma chance de alavancar o market share (participação de mercado).

Mas o temor de calote, especialmente entre os pequenos fabricantes e importadores, que não contam com seguro de crédito, é grande.

Em razão da dificuldade de abastecimento, a companhia deu início a um processo de realocação de estoques entre as lojas, a fim de garantir produtos nos pontos de mais alto fluxo.

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