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Economia

"Falsos servidores me deram uma cesta básica e roubaram R$ 21 mil"

Falsos servidores ligaram para aposentada e ofereceram cesta básica e remédio, tiraram sua foto e a usaram para pedir empréstimos


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Imagem ilustrativa da imagem "Falsos servidores me deram uma cesta básica e roubaram R$ 21 mil"
Cesta básica tem sido usada por falsos servidores como chamariz em golpe | Foto: Divulgação

Uma aposentada de 72 anos de Vitória perdeu mais de R$ 21 mil, roubados por falsos servidores que se passaram por representantes do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Vitória e oferecerem cesta básica e remédios.

O drama da idosa, que é viúva, foi relatado por seu filho, cujo nome não está sendo publicado para preservar a identidade das vítimas. Ele disse que seu pai, já morto, realmente tinha cadastro no Cras, e que a mãe recebeu um telefonema em que foi informada sobre o direito a receber uma cesta básica e remédios de que ela precisava.

“Ela autorizou a entrega. Daí, os falsos servidores apareceram na casa dela, uniformizados e com crachá do Cras. Entregaram a cesta e falaram que ela iria recebê-la por seis meses. Mas pediram que ela tirasse uma foto, para supostamente fazer carteirinha. Deram a cesta básica e levaram R$ 21 mil por meio de um empréstimo feito no nome dela”, relatou o filho da vítima.

A foto pedida pelos golpistas, na verdade, era um mecanismo de reconhecimento facial para acessar a conta da aposentada do celular das golpistas. Além do empréstimo, o filho da vítima conta que os golpistas fizeram cartão de crédito e até seguro de vida no nome dela.

Advogado da vítima, Sergio Araújo Nielsen disse que vai ingressar com ação contra a instituição bancária: “Vou pedir de volta os valores que foram descontados dela, assim como indenização por danos morais, já que o golpe demonstra fragilidade no sistema.”

No Estado, já foram registrados casos em Vitória, Serra, Cariacica e Viana. No mês passado, por exemplo, uma aposentada de 66 anos, que mora em Cariacica, chegou a perder R$ 33 mil após cair no mesmo golpe, conforme A Tribuna noticiou em dezembro.

Nesse caso, os golpistas pediram para tirar uma foto dela sob o argumento de que estariam comprovando que ela recebeu a cesta básica.

Com a foto, conseguiram não só pedir um empréstimo de R$ 17 mil, como também transferir R$ 7.500 via Pix para a conta de criminosos. Só não conseguiram transferir o restante - R$ 9.500 - por conta do limite diário de transações. “No dia seguinte bloqueamos e conseguimos impedir que eles transferissem o restante”, conta a filha da vítima.

Depoimento

"Pediram para eu tirar foto após receber a cesta, dizendo que era para comprovar o recebimento. Recebi a cesta básica e me roubaram R$ 21 mil com empréstimos no meu nome”

Aposentada de 72 anos, vítima dos criminosos

Servidores não fazem oferta, alertam os Cras

Todos os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) consultados – Serra, Viana, Cariacica e Vitória – relatam que seus servidores não fazem ofertas por telefones e nem solicitam documentos de porta em porta, e orienta que a população nunca compartilhe seus dados pessoais com desconhecidos.

O Cras de Vitória, por exemplo, deixa claro no site da prefeitura os requisitos para se receber cestas básicas, destacando que é necessário agendar atendimento no site http://sigaf.vitoria.es.gov.br/agendamento_online ou no aplicativo Vitória Online, para poder solicitar o recebimento.

Segundo o site do Cras de Vitória, para concessão do benefício cesta de alimentos, serão considerados critérios específicos, que deverão ser comprovados no ato do requerimento, não sendo incluídos a necessidade de tirar foto para comprovar o recebimento.

Os critérios são: situação de pobreza, conforme conceito estabelecido pelo Governo Federal, a partir de avaliação socioeconômica realizada pela equipe técnica do Cras; situação de desemprego, morte e/ou abandono pelo provedor do grupo familiar; casos de emergência e calamidade pública; e residência no Município de Vitória.

A secretária municipal de Assistência Social de Cariacica, Danyelle Lirio, ressaltou que os Cras não fazem ofertas de benefícios por telefone ou na residência das pessoas. “De forma geral, a pessoa vai até o Cras e passa por uma entrevista técnica, em que são identificadas as vulnerabilidades e necessidades delas. É feita uma análise social da vida da pessoa”.

Ela destacou que é preciso ficar atento a possíveis golpes. “O Cras só vai até as residências em casos pontuais de situação de vulnerabilidade, como enchente em que a pessoa não pode sair de casa, ou quando há denúncia de extrema pobreza”.

Crime já levou a prisão, diz Polícia Civil

Como é o golpe?

A estratégia dos golpistas segue um mesmo padrão: se passando por funcionários de Centros de Referência de Assistência Social (Cras) locais, os criminosos ligam para a vítima e solicitam autorização para entregar uma cesta básica, afirmando que ela foi sorteada ou que foi identificado que ela teria direito a receber este item naquele dia.

Após a vítima autorizar, os criminosos vão até a casa dela e entregam uma cesta básica, mas pedem que a vítima assine um documento comprovando a entrega ou que deixe que tirem uma foto dela para comprovar o recebimento.

Após isso, utilizam a foto para burlar o sistema de reconhecimento facial de bancos e fazer empréstimos no nome da vítima.

Outros casos no Estado

“Sorteio” dá prejuízo de quase R$ 17 mil na Serra

Em outubro do ano passado, uma moradora da Serra foi vítima de um golpista e perdeu quase R$ 17 mil após um homem se passar por funcionário do Cras da Serra e pegar um empréstimo sem sua autorização.

Segundo a vítima, que é moradora do bairro Feu Rosa, os golpistas afirmaram que ela teria ganho um sorteio e sido contemplada com a cesta básica, que lhe foi entregue.

Dupla é presa em Viana

Em outubro, Dois homens foram presos suspeitos de se passarem por técnicos do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) para aplicarem golpes, no bairro Vila Bethânia, em Viana.

Os suspeitos visitavam as casas de pessoas em vulnerabilidade social e pediam documentos para supostas doações de cestas básicas. Eles foram detidos durante uma abordagem da Guarda Municipal.

Durante a abordagem, foram apreendidos formulários e quatro aparelhos celulares que estavam com os suspeitos.

Prejuízo de R$ 33 mil em Cariacica

Uma aposentada de 66 anos perdeu R$ 33 mil por conta do golpe, que seguiu o mesmo padrão dos outros citados.

O titular do 14º Distrito Policial de Cariacica, Líbero Carvalho, destacou que o caso da aposentada está em investigação, em busca de identificar as pessoas que estiveram na sua residência e que participaram do golpe.

Ele ressaltou a necessidade das pessoas, especialmente as mais idosas, redobrarem a atenção ao receber pessoas em casa e fornecer documentos e informações pessoais.

Fonte: Prefeituras citadas e Polícia Civil

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