Ex-diretores da gestão Dilma no Banco Central
Escolha do futuro diretor cabe a Lula que protagonizou embates com o presidente da instituição Roberto Campos Neto
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O governo Lula (PT) cogita os nomes de Luiz Awazu Pereira da Silva e Tony Volpon, ex-diretores do Banco Central na gestão Dilma Rousseff (PT), para a diretoria de Política Monetária da instituição. O mandato do atual titular, Bruno Serra Fernandes, expira na próxima terça-feira (28).
A escolha do futuro diretor cabe ao chefe do Executivo, que protagonizou embates com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, nas últimas semanas. Aliados de Lula defendem um nome que seja “equilibrado”.
Apesar de o fim do mandato de Serra estar próximo, integrantes do governo acreditam que a decisão sobre quem será o novo membro da cúpula da instituição pode ser adiada.
Isso porque o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, terá como prioridade resolver o impasse em torno da possibilidade de voltar a cobrar impostos federais sobre combustíveis.
Ministros e aliados no Palácio do Planalto avaliam que este deve ser o foco de Haddad e Lula para os próximos dias e que a decisão a respeito do BC só deve ser tomada depois.
Além do caso de Serra, o mandato do diretor de Fiscalização, Paulo Souza, também termina na próxima terça. A tendência é que ele seja reconduzido no cargo. Integrantes do BC demandam que o diretor de Fiscalização seja um nome de carreira do órgão, e o mais cotado é o próprio atual titular do cargo.
Mesmo que não sejam reconduzidos, os diretores podem aguardar no cargo a nomeação dos novos membros. Serra sinalizou no início de fevereiro que ficará no posto até que seu substituto seja indicado pelo governo.
A lei da autonomia da autoridade monetária, aprovada em 2021, determinou que cabe ao presidente da República a indicação dos nomes dos diretores.
Posteriormente, eles passam por sabatina no Senado Federal. A oficialização de quem assumirá a presidência da Comissão de Assuntos Econômicos também pesa sobre os próximos passos da discussão.
A ideia inicial do governo Lula era discutir a escolha com Campos Neto, que, por sua vez, tinha a expectativa de tomar uma decisão em consenso com o governo.
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