Estaleiro faz encomenda para montar navios com criação de 1.500 empregos
Seatrium fechou com empresa suíça compra de bombas para a P-84 e P-85, que terão parte da produção em Aracruz, com 1.500 empregos
A multinacional singapurense Seatrium fechou encomenda de peças para construir os navios-plataforma P-84 e P-85 para a Petrobras. Parte desse processo de produção será no estaleiro em Aracruz, Norte do Espírito Santo.
Para o processo, a empresa vai precisar reforçar seu quadro com 1.500 profissionais, conforme A Tribuna noticiou em junho, com base em informações dadas por representantes da empresa.
O consultor empresarial Durval Vieira de Freitas ressaltou que, ao todo, serão necessários 5 mil trabalhadores no Estado.
A encomenda foi feita à Sulzer, industria suíça especializada em equipamento industrial. São “três bombas de injeção de água, com duas bombas de reforço do tipo BB1, além de duas bombas de reforço de água do mar do BB2”, conforme informação divulgada no site da multinacional europeia.
A P-84 e a P-85 são do modelo FPSO (Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência), que devem iniciar a produção entre 2029 e 2030, nos campos de Atapu e Sépia, na Bacia de Santos, em São Paulo, em águas ultraprofundas.
Cada uma terá capacidade de produção diária de 225 mil barris de óleo por dia e processamento de 10 milhões de metros cúbicos de gás por dia. As bombas serão fabricadas pela empresa e integradas aos navios-plataforma já no Brasil, explica o gerente sênior de Vendas e Engenharia de Aplicação da Sulzer, Bruno Hass Antoniassi.
“Em seguida, auxiliaremos na instalação, comissionamento e testes de integração no local. Uma vez em operação, nossa equipe estará pronta para fornecer suporte técnico local de pós-venda pelos próximos 30 anos”, diz.
Com a participação da Seatrium, outras empresas internacionais podem se instalar no País para atuarem como parceiras e fornecedoras nesse processo, avalia o consultor Durval Vieira de Freitas.
“Esse tipo de projeto demanda empresas locais para fazer parcerias e dar suporte técnico. Uma produção desse tipo de plataforma é por encomenda, então as empresas precisam estar perto. Principalmente por serem encomendas de altos valores”, aponta.
Cilíndros hidráulicos, bombas de óleo, sistema pneumático, compressores e válvulas especiais são alguns dos materiais necessários e que têm potencial de serem produzidos por empresas no Estado:
“A Seatrium já se fortaleceu internacionalmente como um player de qualidade em módulos. Isso facilita para nós. E vai provocar grande contratação de mão de obra”.
Os Números
225 mil BPD produzirá cada navio
10 milhões de m de gás natural cada
Saiba Mais
Navios-plataforma
A Petrobras assinou em maio de 2024 os contratos de aquisição dos navios-plataforma P-84 e P-85, com a Seatrium O&G Americas Limited.
As duas unidades serão próprias e instaladas, respectivamente, nos campos de Atapu e Sépia, em águas ultraprofundas, no pré-sal da Bacia de Santos, com início de produção previsto entre 2029 e 2030.
As duas novas plataformas são do tipo FPSO (Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência) e serão instaladas em profundidade de água superior a 2 mil metros.
As plataformas P-84 (Atapu) e P-85 (Sépia) terão, cada uma, capacidade de produção diária de 225 mil barris de óleo por dia e processamento de 10 milhões de metros cúbicos de gás por dia.
As construções serão realizadas em estaleiros do Brasil, China e Singapura, e atingirão os percentuais de conteúdo local de 20% na P-84 e 25% na P-85.
Contratações
A Sulzer, fabricante global de bombas, conquistou um contrato para fornecer múltiplos sistemas de injeção de água para a Seatrium, destinados aos navios-plataformas.
O projeto foi concedido à Sulzer, segundo a própria empresa, devido ao histórico de fornecimento de bombas para as operações de petróleo e gás offshore — em mar aberto — desafiadoras.
Serão três bombas de injeção de água BB5 de 9,5 MW com duas bombas de reforço BB1 de 660 kW, além de duas bombas de reforço de água do mar BB2 de 850 kW. Os conjuntos serão entregues completos com bombas, motores, acoplamentos e controles já testados.
Após a entrega, a empresa vai auxiliar na instalação, comissionamento e testes de integração no local e, uma vez em operação, a equipe vai fornecer suporte técnico local de pós-venda pelos próximos 30 anos.
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