Estado tem inflação acima da média
Preços voltaram a subir no País e, no Estado, a alta foi de 0,6% no último mês, enquanto em todo o País o aumento foi de 0,59%
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Depois de três meses de preços em queda - num fenômeno conhecido como deflação -, os produtos em geral voltaram a ficar mais caros no País.
A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 0,59% no último mês.
Mas, no Espírito Santo, a situação foi ainda pior, com desvalorização do real maior que a média nacional: 0,6% no período.
Conforme os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), alimentação e bebidas foram os principais vilões da inflação, com alta de 0,72%. Seguem na sequência saúde e cuidados pessoais (+1,16%) e transportes (+0,58%).
O economista Felipe Storch disse explicou que determinadas regiões têm aumentos de preços acima da média nacional. “No Espírito Santo, fatores climáticos e logísticos podem influenciar o aumento”, afirmou.
O especialista indicou que o gasto para transportar certos alimentos contribuem para determinar o valor final do produto.
Hélio Schneider, presidente da Associação Capixaba de Supermercados (Acaps), concorda com o economista. “De fato, o clima é um aspecto que valida o preço”, disse ele, ao dar exemplos.
“O setor de laticínios (leite e derivados, como manteiga e iogurte) já apresentava aumentos de preços, e com o frio, a produção pode cair, o que reflete em encarecimento do produto”, comentou.
Considerando a explicação, é possível traçar uma linha lógica que justifique a inflação. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, o único que apresentou queda em outubro foi o setor de comunicação (-0,48%), que contribuiu com -0,03 p.p.
Em setembro, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) determinou a redução na cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) — percentual utilizado para calcular o valor final de um imposto — sobre os serviços de telecomunicação. O índice foi ajustado para 17% no Espírito Santo.
Na simulação feita pelo advogado tributarista Kamila Costa, em uma fatura de R$ 500, com a redução de 25% para 17% do ICMS, o que era cobrado de imposto correspondia a R$ 125, e agora, com a cobrança de 17%, o valor será de R$ 85. Ou seja, a redução gira em torno de 8% no valor da tarifa.
Dados da inflação
Preço da batata-inglesa disparou
Inflação no Estado
> Dos nove grupos pesquisados, 8 tiveram alta nos preços
- Alimentação e bebidas, registraram crescimento 0,16 ponto percentual (p.p.).
- Na sequência, está o setor de saúde e cuidados pessoais, com impacto de 0,15 p.p.
- Depois transportes, com 0,12 p.p.
- O único grupo com queda em outubro foi comunicação que marcou -0,03 p.p.
Alimentação e bebida
> Os destaques da inflação - Onde está o aumento:
- batata-inglesa (23,36%).
- tomate (17,63%).
- cebola (9,31%).
- frutas (3,56%).
- Preço estável e em queda destacam-se o leite longa vida (-6,32%).
- óleo de soja (-2,85%)
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