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Economia

Espírito Santo pode ter até quatro novas ferrovias

Primeira obra é de Santa Leopoldina a Anchieta, mas há outros três projetos. Investimentos vão movimentar a economia


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Imagem ilustrativa da imagem Espírito Santo pode ter até quatro novas ferrovias
TRens em ferrovia: um dos projetos aprovados pelo governo federal para o Espírito Santo prevê ligação entre Barra de São Francisco e Brasília |  Foto: Divulgação

O Espírito Santo pode vivenciar nos próximos anos uma expansão no seu sistema ferroviário, com a implementação de até quatro novas estradas de ferro.

Os projetos vão do Norte ao Sul do Estado e envolvem a participação de empresas como a Vale, que, em parceria com o governo estadual, apresentou em julho o cronograma para a implementação do Ramal Anchieta, uma extensão da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), de Santa Leopoldina à cidade do litoral sul capixaba.

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A Vale informou que ainda se comprometeu a doar o projeto básico da Ferrovia Kennedy, um trecho de 87 quilômetros que liga o Ramal Anchieta a Presidente Kennedy, que representa o primeiro trecho da EF-118, nome da via planejada até a capital carioca.

No Norte do Estado, a Petrocity prevê investimento de R$ 5 bilhões para construir a Estrada de Ferro Minas-Espírito Santo, com previsão de 460 quilômetros e ligando Ipatinga (MG) e São Mateus.

Além disso, o Ministério da Infraestrutura autorizou a construção e operação de outras duas estradas de ferro no Estado.

São elas: a Juscelino Kubitschek, também da Petrocity, de Barra de São Francisco, Norte do Estado, a Brasília (DF); e um projeto da Macro Desenvolvimento que ligaria um porto em Presidente Kennedy a Conceição de Mato Dentro (MG).

A presidente da Federação das Indústrias do Estado (Findes), Cris Samorini, disse que há clara vantagem econômica na logística de saída de produtos brasileiros para a Ásia por meio de portos instalados ou em instalação no Estado, mas, para isso, será necessário investir na malha ferroviária capixaba.

“Para que se obtenha o potencial máximo desses portos, é necessário o desenvolvimento da malha, para que esse conjunto de infraestruturas possa cumprir o papel de atender ao crescimento do comércio internacional brasileiro.”

Especialistas consultados pela reportagem consideram, porém, difícil que todas as ferrovias projetadas se tornem realidade. “Há o risco de ocorrer uma 'canibalização' entre a EFVM, que já existe, e as eventuais EFJK e a EFMES. Pode haver perda de atração econômica e perder a viabilidade”, avaliou um especialista em logística.

Em nota, a Vale informou que segue realizando estudos técnicos para a implantação do Ramal Anchieta. A Petrocity foi procurada para detalhar o investimento, mas a empresa não se manifestou até o fechamento desta edição. Não foi localizado representante da Macro Desenvolvimento.

Parcerias com empresas para recuperar atraso histórico

Parcerias com a iniciativa privada, permitindo uma abertura de investimentos no setor, é a solução encontrada pelo governo federal para corrigir um “atraso histórico” do País em relação a outros do mesmo porte quando o assunto é ferrovia.

O advogado especialista em Direito Público Sandro Câmara explica que até a década de 1990, a exploração dos serviços rodoviários era realizada pela estatal Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA).

“Ela acabou sofrendo com a descontinuidade de investimentos na manutenção das vias, seguido das crises econômicas que o País atravessou, principalmente no início da redemocratização, redundando em um processo de desestatização a partir dos anos 90, quando os serviços começaram a ser explorados pela iniciativa privada.

Essa queda de investimento ocorreu, segundo o professor de pós-graduação em Engenharia Civil da Ufes e especialista na área de transportes Rodrigo de Alvarenga Rosa, porque, na década de 1950, houve a necessidade de se escolher entre investir em rodovias ou ferrovias.

“O ex-presidente Juscelino Kubitschek optou por priorizar as rodovias na época da industrialização do País, e não havia verba para investir da mesma forma em ferrovias.”

O deputado federal e líder da bancada capixaba em Brasília, Josias da Vitória (PP), detalha que, em 2021, foi aprovado no Congresso o novo Marco Legal do Transporte Ferroviário, justamente para abrir a possibilidade de novos investimentos ocorrerem no segmento.

“Ele (o marco) abre a possibilidade de investimentos em novos trechos e nos trechos ociosos. Acho que é importante dar condições à iniciativa privada investir onde o poder público não consegue chegar.”


Entenda os projetos

1) Ramal Anchieta

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Trajeto do Ramal Anchieta |  Foto: Reprodução

Trajeto do Ramal Anchieta, extensão de 72 quilômetros da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), que ligará Santa Leopoldina a Anchieta. Esse ramal também deve ser ligado a Presidente Kennedy, representando o primeiro trecho da EF-118.

2 e 3) Estrada de Ferro Juscelino Kubitschek

Imagem ilustrativa da imagem Espírito Santo pode ter até quatro novas ferrovias
Trajeto da EF Juscelino Kubitschek |  Foto: Reprodução

Trajeto da EF Juscelino Kubitschek, com 1.310 km de Brasília (DF) a Barra de São Francisco, e da ferrovia de 632 km de Conceição do Mato Dentro (MG) a Presidente Kennedy.

4) Estrada de Ferro Minas-Espírito Santo

Imagem ilustrativa da imagem Espírito Santo pode ter até quatro novas ferrovias
Trajeto da EF Minas-Espírito Santo |  Foto: Reprodução

Imagem do trajeto referente à Estrada de Ferro Minas-Espírito Santo, com 243 quilômetros de extensão, e que pretende ligar o Vale do Aço em Minas Gerais ao Centro Portuário de São Mateus, no Norte do Estado.

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