Especialistas indicam oito opções de aplicações para fugir da poupança
Apesar da caderneta de poupança ser a forma mais popular de investimento no País, ela não é a que mais tem apresentado bons rendimentos, segundo especialistas. Eles apontam que, inclusive, a aplicação já não supera a inflação há anos.
Desta forma, cada vez mais os brasileiros estão escolhendo outras maneiras de fazer render o dinheiro com melhores taxas e que apresentem baixos riscos de perda. Especialistas ouvidos pela reportagem apontaram oito aplicações para quem deseja investir.
Uma delas é o Certificado de Depósito Bancário (CDB). Segundo Douglas Niero, assessor da Valor Investimentos, esse tipo de aplicação rende até 100% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Já a poupança tem o rendimento de 70% da taxa Selic.
“Para obter retorno maior do que isso, o investidor ainda pode recorrer a aplicações de prazos mais longos. Se a pessoa se comprometer a deixar o recurso aplicado em um prazo maior, ela pode contratar taxas maiores, como até 140% do CDI a depender da instituição financeira. Tudo isso com o risco baixo”, afirmou Douglas.
Já o economista José Márcio Soares de Barros destacou as Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCI e LCA) como formas de fazer render melhor os investimentos, já que são aplicações livres de taxação de Imposto de Renda (IR).
“Essas aplicações têm a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). E pagam até 86% do CDI com liquidez a partir de 90 dias (período de carência). Depois desse período, é liquidez diária”.
Barros destacou que é preciso desconfiar de instituições que ofereçam rentabilidade muito alta. “Pode ter um risco embutido com essa taxa, é importante observar. O risco pode ser muito alto”.
Em relação a investimentos em bancos digitais, Douglas Niero afirmou que é preciso ficar atento se a aplicação é coberta pelo FGC. “Quando um cliente faz uma aplicação num banco digital, a primeira coisa que ele deve averiguar é o tipo de aplicação. Conhecendo a aplicação, tem que verificar se ela está coberta pelo FGC”.
Ainda de acordo com Douglas, para começar um investimento não é necessário ter uma grande quantia em dinheiro.
“O primeiro passo é buscar a ajuda de um especialista na instituição financeira na qual ela tem conta. As principais corretoras abrem contas a partir de qualquer valor e os bancos digitais também”.
Renda fixa e aposta até em ações
Quem desistiu de investir na caderneta de poupança e procurou novas formas de fazer render o próprio dinheiro foi a aposentada Ana Maria Barcellos, de 64 anos.
Usuária da poupança há mais de 30 anos, ela afirmou que estava insatisfeita com a rentabilidade que tinha. A aposentada passou então a investir em aplicações como renda fixa, RDB, CDB e também no mercado de ações.
“Isso já faz uns três anos. E não me arrependo. Nunca perdi nada. Ainda deixo um pouquinho na poupança pela facilidade de pagar alguma conta e outras coisas”, explicou.
Ela destacou que, caso as taxas da poupança melhorassem, ela poderia voltar a investir. “A gente quer segurança, mas renda também”.
OS INVESTIMENTOS
1 Tesouro Selic
- O Tesouro Direto Selic é um título de dívida emitido pelo governo federal. Isso significa que, ao investir nele, você estará emprestando dinheiro ao poder público.
- Para o investidor que busca aplicar com a flexibilidade de poder resgatar o dinheiro quando quiser, sem perda de lucro, o Tesouro Direto tende a ser uma boa opção.
- É uma aplicação de baixo risco e vai render próximo à taxa Selic, que tem retorno aproximado de 100% do CDI, com a liquidez diária. Esta aplicação tem IR retido na fonte.
- O investidor pode fazer o investimento na própria plataforma do banco ou corretora dele, acessando o menu do tesouro direto e solicitando uma aplicação.
2 Certificado de Depósito Bancário (CDB)
- É um dos investimentos mais conhecidos pelos investidores da renda fixa. É um título emitido por bancos com o objetivo de captar dinheiro.
- O rendimento está interligado com o prazo de liquidez da aplicação. Essas aplicações rendem, em média, 100% do CDI. Mas isso pode variar de acordo com cada instituição financeira, segundo especialistas. É protegido pelo FGC.
- De acordo com o assessor da Valor Investimentos Douglas Niero, se a pessoa se comprometer a deixar o recurso aplicado em um prazo maior, ela pode contratar taxas maiores, como até 140% a depender da instituição financeira.
- Para investir, a pessoa tem que ter um saldo em banco ou na corretora e fazer uma aplicação. Em seguida, o valor é descontado do saldo e vai para dentro da aplicação.
3 Letra de Crédito Imobiliário (LCI)
- É um título de renda fixa emitido com o objetivo de levantar recursos para aplicação em investimentos no setor imobiliário.
- Paga até 86% do CDI, com liquidez a partir de 90 dias (período de carência). Depois desse período, é liquidez diária. Não tem taxação de IR. É protegido pelo FGC.
4 Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)
- Também é um título de renda fixa emitido pelos bancos, mas, diferente da LCI, a captação é direcionada para financiar as atividades do setor do agronegócio.
- O rendimento é parecido com o da LCI e também não possui taxação de IR. É protegido pelo FGC.
5 Recibos de Depósitos Bancários (RDB)
- Funciona como o CDB, são títulos emitidos pelos bancos.
- Para iniciar o investimento, é necessário procurar um gerente para abrir uma conta investimento no banco ou na instituição financeira.
- Os valores mínimos que devem ser investidos variam de acordo com a instituição financeira.
- A média de rentabilidade é 100% do CDI para liquidez diária. Possui taxação de IR. É protegido pelo FGC.
6 Letra de Câmbio (LC)
- É um título de renda fixa muito semelhante ao CDB. A principal diferença entre o CDB e a LC é que o primeiro é emitido por um banco e a segunda por financeiras.
- A média de rendimento é de 100% do CDI, podendo variar de acordo com cada instituição.
- O rendimento pode ser atrelado ao CDI ou combinado com uma taxa fixa mais o IPCA, por exemplo, 100% do CDI ou 4,0% + IPCA. Possui taxação de IR. Possui garantia do FGC.
7 Letras Hipotecárias (LH)
- É um investimento em renda fixa emitido por instituições financeiras para usarem como recursos para hipotecas.
- A média de rendimento é de 100% do CDI, podendo variar de acordo com cada instituição financeira. Possui taxação de IR e tem proteção do FGC.
8 Fundos de Renda Fixa
- O fundo de renda fixa é uma carteira de investimentos composta por diversos ativos de renda fixa, como títulos públicos. O retorno pode ficar em média a 100% da CDI e possui taxação de IR.
Fonte: Especialistas ouvidos e pesquisa AT.
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