Especialistas dão dicas de uso consciente do 13º salário
Orientação é evitar gastos impulsivos, priorizar pagamento de dívidas e dividir o valor entre contas, consumo e investimentos
Com a proximidade da data para o pagamento do 13º salário, trabalhadores já planejam os gastos a serem realizados nesta reta final do ano. A atenção para a impulsividade nas compras e a gestão financeira das contas, porém, é o principal alerta, segundo especialistas.
A primeira parcela deverá ser depositada na conta dos empregados sob o regime da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) até o dia 28 neste ano — uma vez que a data limite oficial, o dia 30, cai em um domingo.
Várias dicas para aproveitar melhor o dinheiro adicional no final do ano precisam ser levadas em consideração, como afirma o economista e doutor em Ciências Contábeis, Felipe Storch.
Segundo ele, há alguns erros comuns que podem ser evitados. “Gastar tudo em compras e festas de fim de ano, ignorar dívidas e entrar em 2026 endividado, misturar o 13º com o orçamento mensal e perder o controle, além de aplicar em investimentos sem entender o risco ou o prazo”, detalha.
A forma como esse valor é usado, segundo o planejador financeiro Jeff Patzlaff, pode definir se ele será um aliado da saúde financeira ou o primeiro passo para o endividamento.
“O décimo terceiro pode ser um aliado poderoso para a saúde financeira ou um inimigo, dependendo de como é utilizado”, afirma o especialista.
O erro mais comum, diz ele, é tratar o dinheiro como “extra” e gastar com presentes, festas e viagens sem considerar dívidas ou contas futuras.
Patzlaff recomenda dividir o décimo terceiro em partes: 50% para dívidas e contas, 30% para lazer e consumo e 20% para investimentos ou reserva de emergência.
“O segredo é fazer essa divisão logo no recebimento, para não cair na tentação de gastar tudo”, orienta, em matéria publicada no jornal O Globo.
Entre as opções seguras de investimento, ele cita Tesouro Selic, CDBs de liquidez diária, caixinhas de bancos e fundos de renda fixa conservadores, ideais para quem está começando ou quer reservar o dinheiro para emergências, produtos acompanham a taxa Selic — a taxa básica de juros — e oferecem rendimento considerados rentáveis e com baixo risco.
Dicas
1 Quite dívidas com juros altos primeiro
Priorize dívidas do cartão de crédito e cheque especial. Esses juros passam de 400% ao ano e são os que mais comprometem o orçamento. Pagar essas contas é, na prática, o melhor investimento possível.
2 Reserve parte para as contas de início de ano
IPTU, IPVA, matrícula escolar e material didático costumam apertar o orçamento em janeiro. Separar uma parcela agora evita entrar em novas dívidas logo no começo do ano.
3 Monte uma reserva de emergência
Quem ainda não tem uma poupança ou aplicação de emergência deve aproveitar o 13º para começar. O ideal é acumular o equivalente a três a seis meses de despesas básicas, preferencialmente em investimentos com liquidez diária, como Tesouro Selic ou CDBs simples.
4 Evite compras por impulso e promoções “imperdíveis”
Muitos consumidores gastam o 13º em Black Friday e acabam se arrependendo. Antes de comprar, pergunte-se se realmente precisa do item e se o preço é de fato uma oportunidade. Compare valores e desconfie de descontos fora da realidade.
5 Planeje o consumo de forma estratégica
Se quiser usar parte do dinheiro para consumo, defina um percentual máximo (por exemplo, 20% do valor). Assim, você se permite aproveitar o bônus sem comprometer o orçamento.
6 Invista em capacitação ou saúde financeira
Usar parte do 13º para fazer um curso, aprimorar habilidades ou regularizar documentos pode trazer retorno maior do que gastar com bens de consumo.
7 Evite “adiantar” o 13º com bancos
Algumas instituições oferecem o adiantamento do 13º salário, mas com juros embutidos. Só use essa opção em caso de emergência real.
8 Se for investir, pense no horizonte de tempo
Evite colocar o dinheiro em investimentos de risco se precisar dele em poucos meses. Tesouro Direto, fundos DI e CDBs de liquidez diária são mais adequados para objetivos de curto prazo.
9 Reforce a aposentadoria ou previdência privada
Destinar parte do 13º para um plano de previdência pode ajudar a garantir um futuro mais tranquilo. Além disso, quem tem plano PGBL pode aproveitar o benefício fiscal e reduzir o valor do Imposto de Renda a pagar.
10 Renegocie dívidas antigas
Use o dinheiro extra para negociar débitos atrasados com desconto. Feirões e campanhas de renegociação, como os promovidos pelo Serasa Limpa Nome, costumam oferecer condições especiais para quitar dívidas com abatimentos significativos.
11 Faça reparos e manutenções preventivas
Investir em pequenos consertos em casa ou no carro pode evitar gastos muito maiores no futuro. Aproveitar o 13º para colocar a manutenção em dia é uma forma inteligente de proteger o patrimônio.
12 Revise e atualize seu orçamento pessoal
Aproveite o recebimento do 13º para reavaliar suas finanças. Analise gastos fixos, cortes possíveis e novas metas para o próximo ano. Atualizar seu planejamento financeiro agora ajuda a começar o ano com mais controle.
Fontes: Felipe Storch e pesquisa AT
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