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Economia

Especialista diz que tecnologia não vai acabar com emprego

Durval Vieira de Freitas acredita que profissões vão se transformar, mas que mão de obra humana jamais deixará de ser necessária


Imagem ilustrativa da imagem Especialista diz que tecnologia não vai acabar com emprego
Durval Vieira de Freitas é diretor da DVF Consultoria e idealizador do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF) |  Foto: Aquiles Brum/AT

Mesmo com o avanço da tecnologia, não vai faltar emprego e as profissões tradicionais vão continuar a existir. É o que diz o consultor empresarial e diretor da DVF Consultoria, Durval Vieira de Freitas.

Durval atua no Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF), que aumentou diálogo das empresas capixabas com as gigantes, como Vale, ArcelorMittal e Samarco, criando um ambiente de negócios. Ele detalhou as chances e também falou de sua trajetória. 

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Detalhes sobre cursos de qualificação e possibilidades de fazer negócios com essas grandes empresas estão disponíveis em vídeo com a entrevista na íntegra, disponível no QR Code no fim da página. 

A Tribuna – O Estado tem a atuação de empresas enormes e de destaque. Há chances de negócios com elas para pequenos empresários  ou é algo mais restrito aos médios e grandes?

Durval Freitas – Temos no Estado uma economia diferente: 60% do PIB relacionados à Vale, Samarco, Petrobras, Suzano e ArcelorMittal Tubarão. Essas empresas compram de tudo, fortalecendo as empresas de base, de metalmecânica, que fazem manutenção, montagem e projetos.

Essas empresas vão comprar uniformes, refeição, vão ao posto de gasolina, fazer manutenção, contratar transporte, e comprar materiais e bens de toda natureza. Essas empresas de serviços podem fornecer para as grandes, para outras de serviços. Quanto maior essa cadeia, maior será a rede de fornecedores e mais forte a economia.

Anteriormente, esse trabalho que a gente desenvolve vinha de fora, e conseguimos mudar essa realidade. As empresas capixabas hoje trabalham em igualdade de condições com as maiores empresas brasileiras e algumas já até exportando.

O senhor escreveu o livro Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF), sobre o trabalho de aproximação entre as empresas locais e as gigantes do Estado. Poderia falar sobre o tema? 

Em 1990, as empresas do Estado forneciam no máximo 8% do que as grandes companhias atuantes aqui compravam. Era muito pouco.  Nossa mão de obra era chamada  de “Moca” (mão de obra capixaba),  sigla pejorativa. “Cuidado com a Moca”, diziam. Era algo para se referir a gente sem preparo. Mudamos isso. Nossos profissionais estão entre os melhores do Brasil.

Essa mudança aconteceu quando começamos a trabalhar para identificar o que a grande empresa precisava e o que a pequena, média e microempresa podiam fazer. Foi um trabalho árduo, e tivemos apoio de todos. Hoje, as empresas locais têm relação de parceria com as grandes, o que criou uma cadeia de negócios, criando empregos. 

Os profissionais vinham de outros estados. Como era isso?

A CST (Companhia Siderúrgica Tubarão, hoje ArcelorMittal Tubarão) foi inaugurada em 1983 e privatizada em 1993. Quando foi inaugurada, ela tinha um  alojamento para 40 mil pessoas que não eram do Estado. 

Esse pessoal de fora acabou se envolvendo e  engravidando muitas garotas da periferia e que foram morar no bairro São Pedro (em Vitória), e os trabalhadores foram embora para seus estados.  O certo é empregar pessoas locais.  

A atividade pode e deve ser executada por uma empresa ou um trabalhador local, que vai para o trabalho, volta para casa, usa hospital, escola, supermercado. E daí  não é preciso construir alojamento.  A economia local ganha porque esse dinheiro vai ser aplicado aqui.

Esse papo de “Moca” já era?

Hoje nem se fala nisso. O trabalhador capixaba é referência em todo o cenário. Temos, por exemplo, os melhores soldadores.  Falta mão de obra qualificada, mas isso é um problema nacional. Estamos tendo um apagão, pois tem trabalho e não tem mão de obra.

Além da tecnologia, tem alguma área mais operacional em que está faltando pessoal?

Faltam soldador, montador, eletricista, mecânico, pedreiro de acabamento, pintor, e você vê muita gente desempregada. Temos  de 9% a 10% da população economicamente ativa desempregada, mas é pessoal sem preparo. Junto com a Findes e o Senai, estamos com um esforço grande de qualificação.

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O senhor é um facilitador de conhecimento, que leva essa qualificação para as pessoas, mas qual é a sua formação?

Sou engenheiro industrial mecânico e eu sou porque eu quis ser. Eu nasci na roça. A mãe queria que estudasse e mudasse para a cidade. E na cidade tinha três profissões muito valiosas na época, na década de 1950 e início de 1960, que era ser médico, padre ou delegado.

Eu queria ser padre, mas não tinha jeito para isso (risos). Delegado... eu nunca peguei numa arma, então sobrou médico. Ela me pôs para trabalhar em farmácia, tenho irmão médico veterinário, mas eu via sangue e desmaiava. 

Eu queria voltar para a roça para ajudar meu pai na venda. Ele tinha um caminhão velho que vivia quebrando e minha mãe tinha dito que tinha que estudar. 

Deixa eu fazer esse negócio. O que é isso? Engenharia? E eu fiz e gosto muito. Eu vou fazer 77 anos, tenho três filhos, nove netos. Sou casado há 51 anos. Eu não quero levar para baixo a terra que eu sei.

Vemos a Inteligência Artificial, robôs que trabalham no lugar de humanos. Como é que vai ficar o mercado de trabalho?

Eu acho que tem coisa para acontecer aí, que agora depende de estudo, mas as profissões tradicionais vão continuar a ser mantidas, talvez de forma diferente.

Cada vez colocamos mais carros nas ruas e rodovias, e para mim isso na frente será com drone. Mas vai precisar fabricar o drone. Não adianta, tem inteligência que opera, mas tem de ser fabricado por alguém. O que vai acabar são os empregos daquele que não tem conhecimento. Vão ser cada vez mais os empregos inteligentes.


Perfil de Durval Vieira de Freitas

É diretor da DVF Consultoria e idealizador do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF).

É formado em Engenharia Mecânica pela Escola de Engenharia da Universidade Federal Fluminense (UFF), especializado em Desenvolvimento de Negócios e Gestão Empresarial, com experiência nacional e internacional.

Criou em 1995 o PDF, que foi implementado em vários Estados.

Aproxima as grandes empresas do Espírito Santo, como ArcelorMittal, Vale, Samarco, Suzano, de outras empresas que fornecem produtos e serviços, criando empregos para a população capixaba.

No período de 2017 a 2020 foi Gerente de Petróleo e Gás da Federação das Indústrias de Espírito Santo (Findes) e coordenador do Fórum Capixaba de Petróleo e Gás, além de ser Membro do Conselho de Administração da ES Gás.

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