ES vai ampliar produção de petróleo e minério de ferro
Projeção da Findes também aponta que a atividade econômica vai crescer 0,5% neste ano, abaixo dos resultados de 2023 e 2024
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O petróleo, o gás e a extração do minério de ferro devem ser as atividades industriais que vão guiar a economia do Espírito Santo em 2025. É o que projeta a Federação das Indústrias do Estado (Findes) no relatório do Indicador de Atividade Econômica (IAE), divulgado na última terça-feira (11).
A previsão da federação é de que a atividade econômica capixaba cresça 0,5% neste ano, bem abaixo dos resultados de 2024 e 2023, que registraram crescimento de 2,3% e 4,7%, respectivamente.
No entanto, o início das atividades do navio-plataforma Maria Quitéria, o avanço na retomada da produção da mineradora Samarco e a perspectiva de aumento nas receitas da Vale devem pesar positivamente nos resultados.
O navio-plataforma da petroleira, que iniciou as operações em outubro de 2024, começou em fevereiro a transportar o gás natural captado para o continente.
Agora, o combustível será processado na Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC), em Linhares, no Norte do ES, para só então se tornar apto para o uso na indústria e no comércio em geral.
As operações ocorrem hoje abaixo da capacidade total e o planejamento é de alcançar o pico ainda neste ano, segundo a petroleira.
Além de poder processar até 5 milhões de metros cúbicos de gás ao dia, a unidade tem capacidade de produzir até 100 mil barris de petróleo/dia, com uma estrutura de oito poços produtores.
Já a retomada das atividades da Usina de Pelotização 3 (P3), da Samarco, em agosto do ano passado, tem a perspectiva de, sozinha, elevar em 1,3% o Produto Interno Bruto (PIB) capixaba, analisa o consultor em investimentos Durval Vieira de Freitas.
“Junto dos investimentos do governo, os dos portos Central e da Imetame, além do novo laminador da Simec, a previsão é de que este ano não seja ruim”, analisou.
Embora mais otimista, Freitas destaca que o cenário não é de pleno crescimento das atividades, mas sim de cautela e manutenção dos projetos em curso.
O gerente de Ambiente de Negócios do Observatório Findes, Nathan Diirr, ainda destaca o aumento da produção de pelotas e briquetes pela Vale, que anunciou uma previsão de produção entre 38 milhões e 42 milhões de toneladas em 2025.
Investimento de 398 milhões até 2028
O Sistema Fecomércio-ES reúne líderes e gestores durante o 1º Fórum Integrado de Lideranças, que está sendo realizado até hoje, no Hotel Senac Ilha do Boi, em Vitória. Serão investidos pelo Sistema R$ 398 milhões até 2028.
O objetivo é detalhar os resultados das atividades da Fecomércio-ES, Sesc-ES e Senac-ES no último ano e reforçar o trabalho de integração entre as três entidades para o ano de 2025.
A expectativa do Sistema é de que sejam investidos R$ 398.263.804 até 2028 com iniciativas voltadas aos empresários, sindicatos, seus associados e trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo, com foco nos eixos estratégicos das três instituições: economia, inovação, sindical, hospitalidade, lazer e turismo, educação, saúde, cultura, assistência social e educação profissionalizante.
O encontro, sob a liderança do presidente do Sistema Fecomércio-ES – Sesc e Senac, Idalberto Moro, está apresentando as principais ações de cada instituição, assim como as atividades previstas para os próximos anos.
O Fórum contará com a participação especial do diretor-geral do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Pablo Lira, que será palestrante hoje, com o objetivo de agregar conhecimento aos líderes e fortalecer a discussão sobre o cenário socioeconômico do Estado.
O tema da palestra será: O Espírito Santo em macrorregiões e os dados socioeconômicos.
Idalberto Moro ressaltou que o encontro será essencial para as lideranças conhecerem mais a atuação umas das outras e fortalecer a integração, que tem sido trabalhada com mais afinco nos últimos anos, principalmente, com a criação do novo modelo de governança do Sistema Fecomércio-ES – Sesc e Senac. “É uma oportunidade para fortalecermos o trabalho de integração entre a Federação, o Sesc e o Senac”, disse.
Em alta, setor do café agora deve enfrentar dificuldades
A produção de café no Espírito Santo deve enfrentar um ano ruim em 2025, segundo projeção presente no Indicador de Atividade Econômica (IAE), relatório elaborado pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).
O motivo faz parte de um processo já conhecido do setor cafeeiro: a necessidade da planta de recompor os nutrientes, ou seja, a energia necessária para voltar a produzir muitos frutos.
No ano passado, a produção de café foi a principal responsável pelo resultado de 7,4% de crescimento do setor da agropecuária.
A chamada “bienalidade positiva” da lavoura do café no ano fez com que as plantas produzissem uma colheita abundante, utilizando a capacidade máxima dos recursos de cada produção.
Naturalmente, a produção tende a ser menor no ano seguinte. Esse fenômeno é influenciado principalmente pelo esgotamento dos recursos da planta após um ano de grande produção.
O ano, portanto, será de “descanso” e recuperação das plantas, que vão se concentrar em crescer o caule, as raízes e ter mais seiva para, no próximo ano, voltar a produzir o máximo de frutos de café.
A consequência desse processo, no entanto, é um peso maior no bolso do consumidor. Com o valor já pressionado pelas questões climáticas e a inflação, a perspectiva é de que a menor produção faça o preço subir ainda mais.
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