Empresas querem construir prédios mais altos no Centro de Vitória
Empresários querem mudanças nas regras para construir edifícios com 25 andares ou mais na região central da capital capixaba

Empresários do setor imobiliário querem autorização para construir prédios mais altos no centro de Vitória.
Um projeto de decreto de lei para a região foi criado pelo arquiteto e urbanista Carlos Eduardo Calmon propondo alterações no Plano Diretor Urbano (PDU) para incluir construções mais robustas no regramento.
Edificações que superem 150 metros de altura — o que enquadra a categoria de arranha-céus — teriam sua construção viabilizada caso a alteração do PDU seja implementada. O documento foi desenvolvido por Calmon com apoio da Associação dos Empresários do Mercado Imobiliário (Ademi-ES) e do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-ES).
Na prática, o plano estabelece uma alteração no modelo de adoção do coeficiente de aproveitamento dos terrenos, um índice calculado que define limites de área construída aos prédios.
Atualmente, a legislação de Vitória permite a construção de edificações na região que respeitem um coeficiente de aproveitamento de 2,8, explica Calmon.
A nova regra, segundo ele, permitiria aumentar esse coeficiente a partir do pagamento de um valor ao Poder Público — o que recebe o nome de outorga onerosa. “O decreto cria uma nova malha de coeficiente, permitindo ao empreendedor comprar da prefeitura.”
Para o presidente da Ademi-ES, Alexandre Schubert, a mudança possibilita o surgimento de novas moradias, comércios e escritórios, impulsionando também a requalificação de prédios antigos e a atração de serviços como os de ensino e de saúde. “É um projeto que ainda vai passar pelos trâmites com a prefeitura e a sociedade civil. Mas a região possui terrenos a serem explorados”, comenta.
O vice-presidente do Sinduscon-ES, Leandro Lorenzon, defende a criação de um plano amplo para o desenvolvimento da região.
“A revitalização do comércio, do sistema viário, dos equipamentos públicos de lazer, saúde e educação. Todo o conjunto é necessário, para que volte a ser atrativo às pessoas morar no local”, afirma.
Valorização e qualidade de vida
O secretário de Estado do Desenvolvimento, Rogério Salume, defendeu a requalificação do centro de Vitória. Disse que o governo estadual tem a função de atuar de forma ampla e estratégica junto da prefeitura e a iniciativa privada.
Entre as ações em andamento, o secretário citou investimentos em mobilidade — como a ampliação do número de barcos e pontos de embarque —, revitalização de prédios históricos e o reforço da segurança, com totens de vigilância e aumento do policiamento.
“O objetivo comum é transformar o Centro em um polo de inovação, turismo e oportunidades, promovendo valorização imobiliária e mais qualidade de vida para quem vive e circula por ali.”
Já a Secretaria de Desenvolvimento da Cidade de Vitória informou que o Centro tem índices construtivos amplos, mas com limites de altura para preservar visadas históricas e naturais, chegando a 37,5 metros.
“O Plano Estratégico do Centro, concluído em 2025, definiu diretrizes para adensamento populacional e qualificação urbana, estimulando o uso de imóveis ociosos e novas edificações. Além disso, a Prefeitura simplificou regras urbanísticas, criou incentivos fiscais e fortaleceu o Retrofit.”
Pagamento extra para construção
Projeto
A proposta de decreto de lei altera o chamado coeficiente de aproveitamento do terreno, índice que determina a quantidade máxima de área construída permitida sobre um determinado lote, multiplicando a área do terreno por um valor definido pelo zoneamento municipal.
Na prática, seria possível pagar um valor à prefeitura para aumentar esse índice, em uma espécie de outorga.
Benefícios
Os autores defendem que o projeto traria um maior potencial de atração de investimentos para o Centro, o barateamento de imóveis a partir do aumento da oferta e o financiamento da revitalização do Centro, já que a outorga obriga o reinvestimento do valor na região atingida.
Turismo e comércio
A proposta de lei também define que os empreendimento precisam ter características que conversem com o espaço urbano — e não de condomínios fechados e isolados.
Para isso, foi estabelecido que as construções precisarão ter pavimento turístico — como mirante e cafés — e comerciais.
Edificações
Os empreendimentos, segundo o presidente da Ademi-ES, Alexandre Schubert, podem ir desde pequenos apartamentos até imóveis de grande porte, atingindo o baixo, o médio e o alto padrão.
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