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Economia

Dívida da Americanas de R$ 9,4 milhões com shoppings do ES

Varejista deve o valor para estabelecimentos de Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica e Cachoeiro. No total, são 7.968 credores no País


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Imagem ilustrativa da imagem Dívida da Americanas de R$ 9,4 milhões com shoppings do ES
Americanas está presente em 602 shoppings no País. Débitos da empresa chegam na casa dos bilhões de reais. |  Foto: Divulgação

A crise da Americanas também atingiu o Estado. Na lista de credores capixabas divulgada pela empresa há seis shoppings  com crédito a receber e o montante chega a  R$ 9,4 milhões. São shoppings de Vitória, dois de Vila Velha, Serra, Cariacica e Cachoeiro de Itapemirim.

As administradoras não esclarecem se são aluguéis atrasados, embora em várias descrições do débito conste o condomínio como dívida. Somente um dos shoppings, o de Vitória, tem três dívidas a receber que somam mais de R$ 9 milhões. Os estabelecimentos  que ficam em Vila Velha têm a receber mais de R$ 225 mil e mais de R$ 113 mil, respectivamente.

Um centro de compras da Serra tem a receber R$ 62 mil e outro de Cachoeiro, mais de R$ 18 mil.

A assessoria de um dos shoppings só informou que  aguarda os desdobramentos da Justiça.

Em todo o Brasil, há pelo menos 100 shoppings com valores a receber da varejista. Segundo uma fonte do setor não há movimento coordenado dos shoppings para buscar ordens de despejo, mas isso seria uma questão de tempo. 

A Americanas está presente em 602 shoppings no País. Em Niterói, no Rio, por exemplo, o consórcio que administra um shopping da cidade apresentou ação de despejo contra a empresa alegando atraso no pagamento de aluguel.

A Americanas divulgou na última quarta-feira uma lista com 7.968  credores e dívida de R$ 41 bilhões. Entre os principais credores estão bancos, como BTG e Deutsche Bank, e fornecedores, como a sul-coreana Samsung.

Leia mais em:

Justiça determina bloqueio de valores das Americanas retidos em bancos

Entenda como fica o cashback Ame com a crise das Americanas

Além dos shoppings, há 951 micro e pequenas empresas do País na lista de credores. Considerando todo o País, a Americanas deve R$ 64,8 milhões referentes à classe trabalhista, R$ 41 milhões à classe quirografários (créditos feitos sem garantia) e R$ 109,4 milhões à classe de microempresas e empresas de pequeno porte.

A partir de agora, os credores podem fazer contestações à lista e aos valores das dívidas, que serão verificados pelo administrador judicial. Ele apresentará uma segunda lista, em um prazo que geralmente é determinado em 30 dias. 

O prazo deverá ser prolongado, por conta do tamanho e da complexidade da lista apresentada pela Americanas.

Débito de R$ 85 com refrigeração

Com um valor de R$ 85,62, uma empresa capixaba de refrigeração registra a menor dívida da  Americanas no  Espírito Santo. Nacionalmente, a maior dívida alcança a casa dos bilhões de reais.

Mas, apesar do valor parecer muito pequeno, talvez até irrelevante para muitos, o pagamento à empresa ainda precisa ser feito. 

O advogado trabalhista Henrique Dassie explica que este protocolo existe para que todos sejam tratados de maneira igual, mesmo que  haja uma ordem para o pagamento. “Débitos trabalhistas são os primeiros na fila de quem vai receber. Depois dele, vêm os outros pagamentos. Mas, apesar da ordem, não importa se o valor é de R$ 85 ou R$ 85 milhões, toda dívida precisa ser quitada”, comenta o advogado.

Procurado para comentar o valor, o dono da empresa de refrigeração, que fica em Cariacica, disse que o serviço realizado foi a limpeza de um filtro de ar-condicionado,  e que na época, não sabia que o grupo já havia pedido  recuperação judicial à Justiça.

Dassie esclarece que uma vez que o pedido de recuperação é aceito pelo juízo, via de regra, nenhum pagamento pode ser realizado  e que é preciso esperar o fim do processo para que os pagamentos sejam feitos. 

No País, o menor valor é de R$ 1 a título de direito trabalhista. Em  relação à  maior dívida, o montante é de R$ R$ 5,22 bilhões, valor fruto de uma relação entre a Americanas e um banco alemão, por um crédito adquirido no exterior.


SAIBA MAIS


Por dentro da crise

Ordem cronológica 

11 de janeiro: o então presidente Sérgio Rial revelou rombo de R$ 20 bilhões no balanço da Americanas e renunciou ao cargo.

Segundo a empresa, menos de seis horas depois da divulgação do problema, credores já haviam cobrado o pagamento antecipado das dívidas, “fechando as portas para qualquer tipo de negociação”.

13 de janeiro: a Justiça do Rio de Janeiro deu 30 dias para que a Americanas decidisse se pediria recuperação judicial, protegendo temporariamente a empresa dos credores.

Em paralelo, agências de classificação de risco rebaixaram a nota da  Americanas. Na S&P, a varejista passou para “D”, de “default” (calote).

18 de janeiro: o BTG Pactual conseguiu na Justiça bloquear R$  1,2 bilhão da Americanas. Outros bancos também iniciaram uma batalha jurídica contra a varejista.

19 de janeiro: pela manhã, a empresa disse ter R$ 800 milhões em caixa. À tarde, protocolou um pedido de recuperação judicial, declarando dívidas de R$ 43 bilhões com 16.300 credores.

A Justiça do Rio aceitou o pedido no mesmo dia, e determinou que os bancos Votorantim, Bradesco, Safra e Itaú fossem intimados a cumprir a liminar do último dia 13, que protegia a Americanas.

21 de janeiro: em comunicado aos consumidores, a Americanas nega que vai falir e diz seguir operando “normalmente”.

25 de janeiro: a Americanas entregou  a relação de débitos e credores à 4ª Vara Empresarial do Rio.

Na lista, a empresa declara uma dívida de R$ 41,2 bilhões a 7.967 nomes.

Espírito Santo 

Na lista, o Estado aparece com seis shoppings como credores. Eles somam uma dívida  de mais de R$ 9,4 milhões a receber. 

O menor valor registrado é de R$ 85,62, de uma empresa de refrigeração, em Cariacica.

Fonte: UOL e pesquisa AT.

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