Consumo das famílias cai e puxa PIB para baixo no quarto trimestre
Queda no quatro trimestre do ano passado foi o primeiro resultado negativo desde o segundo trimestre de 2021, durante a pandemia
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O consumo das famílias brasileiras fechou o ano de 2023 com crescimento acumulado de 3,1%, indicam dados do PIB (Produto Interno Bruto) divulgados nesta sexta-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 2022, o indicador havia crescido 4,1%.
No quarto trimestre do ano passado, houve queda 0,2%, primeiro resultado negativo desde o segundo trimestre de 2021, durante a pandemia.
O consumo é considerado o motor do PIB pela ótica da demanda —ou seja, dos gastos com bens e serviços. Responde por cerca de 60% do indicador.
No ano, o resultado foi puxado pelo aumento da massa salarial real, pela queda da inflação e pelos programas governamentais de transferência de renda, segundo o IBGE.
"Os programas de transferência de renda do governo colaboraram de maneira importante no crescimento do consumo das famílias, especialmente em alimentação e produtos essenciais não duráveis", afirma Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
O ano de 2023 foi marcado pela melhora de indicadores de emprego e renda e pela trégua da inflação. A combinação desses fatores beneficiou o consumo no país, de acordo com economistas.
O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também apostou na volta do Bolsa Família, que substituiu o Auxílio Brasil, em uma tentativa de garantir poder de compra para camadas mais pobres da população.
Os juros em patamar elevado, por outro lado, representaram um entrave para o consumo em 2023. O ciclo de cortes da taxa básica, a Selic, só teve início em agosto.
O nível alto dos juros também foi apontado, ao longo do ano, como um obstáculo para a ampliação dos investimentos produtivos na economia brasileira.
Os aportes, medidos pelo indicador de FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo), caíram 3% no acumulado de 2023, segundo os dados divulgados nesta sexta pelo IBGE. Foi o pior resultado desde 2016 (-12%), durante a recessão do governo Dilma Rousseff.
Entre os componentes, destaca-se a queda no consumo de máquinas e equipamentos (-9,4%).
A taxa de investimento em 2023 foi de 16,5% do PIB. Em 2022, estava em 17,8%.
CONSUMO DO GOVERNO, EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
Pelo viés da demanda, o PIB ainda contempla consumo do governo, exportações e importações. Conforme o IBGE, o consumo do governo teve alta de 1,7% no acumulado de 2023.
Nas exportações, o Brasil registrou crescimento de 9,1% no ano passado. Enquanto isso, as importações acumularam queda de 1,2%.
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