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Economia

Chocolate acumula inflação de quase 12% com disparada do cacau

Associação afirma que fenômeno El Niño devastou plantações de Gana e Costa do Marfim, países responsáveis por 70% da produção de cacau


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Os preços dos chocolates em barra e dos bombons no Brasil acumularam inflação de 11,99% nos 12 meses encerrados em dezembro de 2024, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

A alta é a maior desde janeiro de 2023. À época, a variação acumulada em 12 meses era de 13,61%.

O IPCA, índice oficial de inflação do Brasil, é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Na média geral dos 377 produtos e serviços pesquisados, o IPCA fechou o ano de 2024 com alta de 4,83%.

A disparada das cotações do cacau, matéria-prima do chocolate, é apontada como a principal explicação para o avanço dos preços das barras e dos bombons. O custo do insumo subiu em meio a problemas climáticos.

A Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas) afirma que o fenômeno El Niño devastou plantações de Gana e Costa do Marfim, países da África responsáveis por 70% da produção de cacau.

Isso, diz a entidade empresarial, levou o preço da tonelada na Bolsa de Nova York para a faixa de US$ 10,5 mil atualmente (cerca de R$ 63,5 mil). No início da crise, em 2023, o cacau estava cotado em US$ 2.500 a tonelada, aponta a Abicab.

"Uma alta tão expressiva do principal insumo gera impactos na indústria. Nem todo esse aumento é repassado ao consumidor, mas é impossível absorver todos os custos", afirma a entidade.

O pesquisador Felippe Serigati, do centro de estudos FGV Agro, também aponta a questão climática como responsável pelo avanço das cotações do cacau.

Esse aumento, diz o especialista, foi potencializado pelo câmbio, já que o real se desvalorizou ante o dólar no ano passado.

"O cacau tende a ter uma produção mais volátil quando há qualquer variação climática. E, convenhamos, variação climática é o que não faltou em 2024", avalia Serigati.

Segundo ele, a demanda aquecida pelos ganhos de renda da população foi outro fator que contribuiu para deixar o chocolate mais caro no país.

PRODUTO SOBE MAIS EM SÃO LUÍS E MENOS EM RIO BRANCO

São Luís foi a metrópole pesquisada pelo IBGE onde as barras e os bombons acumularam a maior inflação nos 12 meses de 2024: 20,63%.

Fortaleza (19,13%), Belém (19,12%) e Aracaju (15,88%) apareceram em seguida. Em São Paulo, a alta dos preços foi de 12,61%.

Rio Branco, por sua vez, teve a menor inflação dos chocolates em barra e dos bombons no ano passado: 5,21%. Curitiba (7,02%) e Vitória (8,57%) foram as outras duas metrópoles com altas abaixo de 10%.

A coleta de dados do IPCA abrange 16 capitais ou regiões metropolitanas.

CENÁRIO PARA 2025

De acordo com Serigati, uma parte da disparada do dólar e dos reflexos sobre as cotações do cacau ainda não alcançou os preços dos chocolates nas prateleiras dos supermercados. Isso, diz o pesquisador, pode causar novas pressões em 2025.

Por outro lado, ele lembra que o início de ano costuma ser marcado por um aperto de diferentes contas no orçamento das famílias, o que poderia esfriar a demanda por chocolates e, assim, dificultar novas altas nos preços.

"Se fosse só dólar, o preço iria para cima. Mas, como não se sabe o quanto o mercado consumidor consegue absorver de repasse, porque o primeiro trimestre é um período de contas mais apertadas, fica um ponto de interrogação", aponta Serigati.

A Abicab afirma que as fabricantes de chocolates dispõem de reservas de cacau. "As indústrias associadas à Abicab acompanham as oscilações de mercado e estão atentas a possíveis soluções que supram essa demanda crescente do produto", diz a entidade.

Se de um lado a alta dos preços afeta o bolso do consumidor, de outro anima produtores no país. Em dezembro, reportagem da Folha mostrou que o sul da Bahia vive euforia e projeta investimentos com a explosão das cotações do cacau.

O estado foi o principal produtor da amêndoa em 2023, período mais recente com dados disponíveis da PAM (Pesquisa Agrícola Municipal), do IBGE. A Bahia ultrapassou o Pará na ocasião.

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