“Cassino na região de montanha é diferencial”, diz presidente de associação
Clima ameno e belezas naturais da região serrana são atrativo a mais, já que o Nordeste deve receber casas de jogos perto do litoral
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A possibilidade da abertura de um cassino no Espírito Santo vem deixando o setor hoteleiro capixaba otimista.
Principalmente porque o Estado tem potencial para oferecer um diferencial aos turistas interessados em aproveitar esse tipo de atração: o clima das montanhas da região serrana. É o que afirma o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Nerleo Caus, em entrevista sobre o assunto para A Tribuna.
Ele frisou que, em outros estados, principalmente os do Nordeste brasileiro, os cassinos deverão ser instalados em região de praia.
Por outro lado, as montanhas capixabas se destacam pelo clima ameno e por belezas naturais que vão além do mar. O projeto de lei que regulamenta a abertura de cassinos no País ainda vai passar pelo crivo do Senado.
A Tribuna — Qual a opinião do senhor acerca do projeto que legaliza a instalação de cassinos no País?
Nerleo Caus - Torço para que seja aprovado. Sou um otimista. O Brasil está muito atrasado na questão do turismo. A balança comercial do turismo está melhorando, mas está negativa. Historicamente, há mais brasileiros indo gastar lá fora do que gringos trazendo dinheiro para o Brasil.
O jogo traz outro cenário, vai ajudar bastante na atração de turistas, principalmente com a exuberância que tem nosso País.
Qual é o local mais apropriado no Espírito Santo para a instalação desse empreendimento? Por qual motivo?
Devido ao tipo de turista, a região de montanha do nosso Estado seria mais adequada para receber o empreendimento. Ela tem muitos diferenciais, como clima, facilidade de comunicação, proximidade da capital, do aeroporto.
Nossas praias são maravilhosas, mas no Nordeste, por exemplo, os cassinos provavelmente serão na região de praia. A opção mais diferenciada que o Espírito Santo pode oferecer é a região de montanhas.
Na região de montanhas, você tem Domingos Martins, Pedra Azul, Forno Grande (em Castelo), Caxixe (em Venda Nova do Imigrante). Aquela região toda está pronta para oferecer ao turista do cassino um diferencial.
Teria de começar um cassino do zero?
Será preciso encontrar uma área que tenha luz, água, estrutura física e geográfica de fácil acesso. E a mão de obra deve ser treinada e contratada na região. Nós somos a favor do jogo bem pensado, com inclusão, respeito social, ambiental e à legislação fiscal.
Tem de ser um cassino que traga diversão, espetáculos permanentes, arte, com shopping center, hotel, spa, pista de patinação, que seja um espaço de lazer, de diversão, não só de jogo. A gente tem a esperança de que os cassinos cheguem aqui de forma completa.
Quantos empregos seriam criados com a instalação de um cassino no Estado?
Serão criados de 1.000 a 1.500 empregos diretos, e de 5.000 a 6.000 indiretos. E é um criador de emprego limpo, não poluente, não é uma indústria. O cassino aprovado com eventos é uma forma de manter dentro dele shows e espetáculos permanentes, que vão criar chances de emprego, principalmente para quem trabalha nessa área.
O que precisaria de novo em relação à infraestrutura?
Em Pedra Azul, por exemplo, seria necessária a instalação de um Centro de Atendimento Médico, um pequeno aeroporto para facilitar o acesso à região e a duplicação da BR-262, já prevista e que também vai contribuir muito.
Saiba mais
Projeto
- O Projeto de Lei 442/1991 , que legaliza a abertura de cassinos no País, foi aprovado na Câmara dos Deputados e será analisado pelo Senado.
- Considerando como está o projeto, o Estado poderá abrigar um cassino integrado de lazer e um cassino turístico, caso o texto seja aprovado.
- Mudança
- Um dos pontos que especialistas têm apontado como necessário reavaliar é a auditoria que deveria ser independente e a tributação.
- O projeto prevê a alíquota do Cide-jogos de 17%, o que é considerada baixa, sendo menor, inclusive, que a tributação paga por outras empresas.
Tramitação
- O Projeto está no Senado. Se houver mudança, o texto volta para a Câmara, podendo acatar ou não as alterações dos senadores.
- Os projetos de lei ordinária são aprovados com mais de 50% dos deputados presentes em Plenário.
- Se aprovado em ambas as casas, o texto vai para sanção do Presidente, que tem 15 dias úteis para vetar ou sancionar. Em live, o presidente Jair Bolsonaro comentou que vai exercer o direito de veto. O veto pode ser total ou parcial. O veto tem de ser votado pelo Congresso Nacional. Para rejeitá-lo, é preciso maioria.
Fonte: Agência Câmara, Mônica Porto.
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