Casagrande critica tarifa de Trump contra o Brasil: 'motivações ideológicas'
Governador capixaba afirmou que o tarifaço vai contra os interesses da população brasileira e americana
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O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), se manifestou nesta quinta-feira (10) sobre a taxação adicional de 50% dos produtos brasileiros importados pelos EUA anunciada pelo presidente Donald Trump. Através do X (antigo Twitter), Casagrande afirmou que a decisão é um "retrocesso" que atende a "motivações ideológicas".
Para o chefe de estado capixaba, o tarifaço vai contra os interesses da população brasileira e americana. Ele afirmou, ainda, defender "o comércio justo, o respeito entre as nações e o diálogo acima de disputas políticas".
O governo do Estado já havia se manifestado sobre a medida nessa quarta-feira (09), por meio da Secretaria de Desenvolvimento do Estado (Sedes). Por nota, a pasta disse “lamentar a mistura entre política e decisões econômicas no comércio internacional”, e que a decisão de Trump representa um desafio.
As tarifas impostas pelo Presidente Donald Trump ao Brasil representam um retrocesso. Como governador de um estado com relevante comércio internacional, defendo o comércio justo, o respeito entre as nações e o diálogo acima de disputas políticas. A medida atende a motivações…
— Renato Casagrande 40 (@Casagrande_ES) July 10, 2025
A tarifa valerá a partir do dia 1º de agosto. Segundo o presidente americano, a cobrança adicional é uma resposta à uma relação comercial que afirma ser injusta com seu país e à postura do STF com o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Veja trecho da carta enviada por Trump ao presidente Lula:
“Conheci e lidei com o ex-presidente Jair Bolsonaro, e o respeitei profundamente, assim como a maioria dos outros líderes de países. A forma como o Brasil tem tratado Bolsonaro (..) é uma vergonha internacional. Esse julgamento não deveria estar acontecendo. Trata-se de uma caça às bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!
Em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil contra as eleições livres e os direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos (ilustrado recentemente pelo STF, que emitiu centenas de ordens secretas e ilegais de censura às plataformas de mídia social dos EUA, ameaçando-as com milhões de dólares em multas e expulsão do mercado brasileiro), a partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos tarifa de 50% sobre qualquer produto brasileiro enviado aos EUA, além de todas as tarifas setoriais existentes.
Mercadorias transbordadas para evitar essa tarifa de 50% estarão sujeitas à tarifa mais alta. E tivemos anos para discutir nossa relação comercial com o Brasil, e concluímos que precisamos nos afastar dessa relação antiga e injusta, marcada por políticas e barreiras tarifárias e não-tarifárias do Brasil. Nossa relação tem sido, infelizmente, muito pouco recíproca.
Peço que compreenda que a tarifa de 50% é muito menor do que o necessário para equilibrar o campo de jogo com o seu País. E é necessário adotar essa medida para corrigir as graves injustiças do regime atual. Como o senhor sabe, não haverá tarifa se empresas brasileiras, ou que operem no Brasil, decidirem construir ou fabricar seus produtos dentro dos EUA.
E, de fato, faremos todo o possível para aprovar isso de forma rápida, profissional e rotineira — ou seja, em questão de semanas. Se por algum motivo o senhor decidir aumentar suas tarifas, então qualquer que seja o número que escolher aumentá-las, será acrescentado aos 50% que cobraremos. Por favor, entenda que essas tarifas são necessárias para corrigir os muitos anos de políticas tarifárias e não-tarifárias do Brasil, causando déficits comerciais insustentáveis contra os Estados Unidos. (...)
Além disso, por causa dos contínuos ataques do Brasil às atividades comerciais digitais das empresas americanas, (...) estou instruindo o Representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, a iniciar imediatamente uma investigação de Seção 301 contra o Brasil”.
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