Carro zero até R$ 8 mil mais barato
Governo federal decidiu incluir caminhões, vans e ônibus, além dos veículos de passeio, no programa para reduzir preço do zero quilômetro
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O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta segunda medidas para baratear veículos. O plano prevê desconto de R$ 2 mil até R$ 8 mil no preço final de carros; e subsídios para a redução do preço dos caminhões e de ônibus.
No total, o governo reservou R$ 1,5 bilhão para o programa. Serão distribuídos assim: R$ 500 milhões para automóveis; R$ 700 milhões para caminhões; e R$ 300 milhões para vans e ônibus.
Quando atingir o valor total, o programa será encerrado. A redução de preços dos carros zero no País é um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à sua equipe econômica.
O governo tenta, assim, dar um estímulo à indústria e animar o consumidor, para mover a economia. Críticos do programa denunciam o incentivo aos combustíveis fósseis.
As vendas de carros com desconto serão exclusivas para pessoas físicas nos primeiros 15 dias, prazo que pode ser prorrogado por até 60 dias, a depender da resposta do mercado. Depois disso, as empresas também poderão se beneficiar do programa.
Alckmin explicou o desconto de até R$ 8 mil no preço dos veículos. Para carros de até R$ 120 mil, os descontos poderão chegar a 11,6%. O máximo desconto, segundo Alckmin, será para carros que cumprirem os critérios social, de meio ambiente e de densidade industrial.
De acordo com ele, a medida é “transitória” e vai durar quatro meses, “até que se caia a taxa de juros”, a Selic, atualmente em 13,75%.
A iniciativa, anunciada pelo governo em 25 de maio, foi “repaginada” nos últimos dias. Inicialmente, o programa previa a redução de impostos para baixar o preço final dos carros populares em até 10,96%. O novo desenho, porém, retira a isenção e a substitui pela concessão de créditos tributários.
Em vez de isenção de impostos, o pacote prevê desconto direto no preço dos veículos concedido pelas montadoras. Em troca, as empresas receberão crédito tributário.
Preços podem cair para menos de 60 mil reais
Os novos preços dos carros mais baratos do Brasil deverão ser divulgados pelas respectivas fabricantes a partir de hoje, mas, o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, sinalizou que o Brasil poderá voltar a ter carros por menos de R$ 60 mil.
“Um carro que atingir as três metas terá desconto de R$ 8 mil. Temos um carro que custa R$ 68.990 e ele vai custar R$ 60.990. Na realidade, vai ser menos de R$ 60 mil, porque as indústrias vão dar desconto, então o preço será ainda menor que R$ 60 mil”, disse Alckmin.
Hoje, o Renault Kwid e o Fiat Mobi têm o mesmo preço: custam R$ 68.990 e são os carros mais baratos vendidos no Brasil. Ambos são fabricados no Brasil.
Já existe uma tabela com o preço de carros de 20 marcas contempladas e que atendem, ainda que parcialmente, os requisitos para os descontos. É dessa tabela que vem a variação dos percentuais de descontos, entre 1,6% e 11,6%.
É essa variação do percentual de descontos que pode fazer com que as fabricantes apliquem descontos ainda maiores a fim de diminuir as distorções causadas por eficiência energética (menor emissão de poluentes) e índices de nacionalização distintos.
Saiba mais
Valor do diesel sobe para bancar programa
Repaginada
Depois de uma repaginada, o governo lançou o programa voltado para baratear carros populares. O programa vai valer para automóveis de linhas de entrada das montadoras, de até R$ 120 mil.
Prazo
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou o teto do financiamento em R$ 1,5 bilhão. Haddad disse que esse é o máximo que será oferecido para o programa e, quando o crédito acabar, o incentivo do governo também se encerra.
“Como estamos falando de crédito tributário, se Deus quiser, se esgota rápido. Então, quando bater em R$ 1,5 bilhão, o programa está encerrado”, afirmou.
De acordo com Haddad, esse formato do programa governamental vai estimular a competição entre as próprias montadoras.
Confira a divisão:
R$ 500 milhões para automóveis baratos e pouco poluentes.
R$ 700 milhões para caminhões.
R$ 300 milhões para vans e ônibus.
Combustível
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que vai reonerar o litro diesel em R$ 0,11 daqui a 90 dias. Parte dos recursos arrecadados será usado para custear os incentivos tributários do programa para baratear automóveis.
Segundo Haddad, os R$ 0,11 serão uma antecipação parcial da retomada da cobrança de impostos federais sobre o combustível, zerados desde o ano passado.
A reoneração de R$ 0,35 estava prevista para janeiro de 2024. Para garantir que o programa de incentivos às montadoras não desequilibre as contas públicas, a Fazenda resolveu antecipar a volta da cobrança de R$ 0,11.
Segundo o ministro, é também uma forma de suavizar o aumento do diesel em janeiro. “Tira pressão inflacionária de 2024”, afirmou.
Haddad disse ainda que o programa automotivo vai estimular competição entre montadoras por mais descontos.
Troca de caminhões
O vice-presidente Geraldo Alckmin disse que o programa vai estimular a compra e a venda de caminhões. “Quem tem um caminhão de mais de 20 anos vai para um de 10. Quem tem um de 10 vai para um novo”, afirmou.
O desconto para caminhões e ônibus poderá variar entre R$ 33,6 mil e R$ 99,4 mil. Para receber o desconto, os veículos têm que ter no máximo 20 anos. “O objetivo é retirar os caminhões velhos das ruas”, afirmou Alckmin.
Um caminhoneiro que tem um veículo com mais de 20 anos poderá vendê-lo, se estiver licenciado.
O veículo velho irá para o ferro-velho, e o valor servirá de crédito na compra de um veículo novo.
O vice-presidente Geraldo Alckmin disse que há 20 marcas de caminhões incluídas no programa.
Para carros
O desconto nos preços de carros vai variar entre R$ 2 mil e R$ 8 mil. Um carro mais barato, de R$ 69 mil, terá desconto maior, que um mais caro, de R$ 120 mil, limite para se encaixar no programa. Outros critérios como eficiência energética e menor emissão de poluentes pode levar o valor do desconto ao ponto máximo.
Desconto mínimo é 1,5%, e o máximo, 11,26% – disse Alckmin.
Critérios
O que define o valor da isenção tributária para as montadoras são os seguintes critérios:
- Preço do veículo;
- Eficiência energética (ou seja, menor emissão de poluentes);
- Densidade industrial no País (ou seja, se a produção de peças e outros componentes for feita no Brasil);
- Renovação da frota.
Fonte: Agências Brasil, Folha, G1 e autoridades citadas.
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