Capixabas ficam mais de 1 ano na fila para conseguir visto dos EUA
Demora teve origem na pandemia, já que consulados estavam com atendimento restrito e houve acúmulo de pedidos
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A fila de espera para os capixabas que desejam o visto para entrar nos Estados Unidos é grande e pode passar de um ano, chegando a 449 dias.
O Consulado Geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro informou que o Espírito Santo faz parte daquele distrito consular, junto com os estados do Rio e Bahia.
“Recomendamos que os moradores desses estados solicitem o visto no consulado do Rio, porém eles podem fazer isso em outro posto caso seja de sua preferência”, informou, por meio de sua assessoria de imprensa.
De acordo com o advogado de imigração e sócio-fundador da AG Immigration Felipe Alexandre, o tempo é conforme o posto diplomático, porque cada um tem sua capacidade de atendimento.
“Mas o tempo está bem mais elevado, justamente porque houve um acúmulo de pedidos de visto B1/B2 (negócios e turismo) que não puderam ser processados quando os consulados e a Embaixada estavam com atendimento restrito para emissão do documento, entre 2020 e 2021”, afirma o especialista.
A advogada Anita Mignone, da Mignone Law Firm, reforça que “qualquer pessoa que visa obter um visto de turista, no momento, enfrenta uma demora de aproximadamente um ano”, destaca a advogada.
Segundo o Consulado dos EUA no Rio, apenas os vistos de turismo deixaram de ser emitidos no período da pandemia e por tempo menor, no Rio por exemplo de março/2020 a novembro/2021.
De acordo com Felipe Alexandre, historicamente, os EUA sempre foram o principal destino turístico do brasileiro. E que os dois anos de pandemia impediram que as pessoas viajassem.
Flexibilização
“Com a flexibilização das regras sanitárias e fronteiriças do ano passado para cá, elas começaram a retomar seus planos de viagem, e aí é natural que os EUA apareçam com destaque”.
O advogado observa que é importante dizer também que, mesmo tirando o visto agora, não necessariamente a pessoa precisará viajar agora. “Como a validade é de 10 anos, ela pode esperar algum momento mais oportuno para realizar a viagem”.
Prejuízo de R$ 35 mil
Com o casamento marcado, família e 20 amigos convidados, amiga cantora contratada, a jornalista Karla dos Santos Nunes, 40 anos, e o analista financeiro Tiago Guimarães Ribeiro, 39, viram o sonho de se casar no México se transformar em um prejuízo de R$ 35 mil este ano.
Em agosto o México voltou a exigir visto impresso de brasileiros, acabando com a possibilidade de entrar no país apenas com o documento eletrônico e passaporte. Uma das condições para ser isento de visto para o México é ter o visto para os EUA.
“Quando compramos os pacotes, era o visto eletrônico. Aí, mudou para o presencial. Tentamos o americano e não conseguimos. Não houve tempo para conseguir o visto presencial”, conta Karla.
A emissão do documento depende de um agendamento na embaixada do México, em Brasília, ou nos consulados do México, em São Paulo ou Rio de Janeiro. O país já havia feito a exigência em 2021.
“Não conseguimos reembolso de nada no México. Havíamos pago o vestido de noiva, fotógrafo, a ornamentação na praia, hotel na Riviera Maya, passagens para meus pais, três filhos, minha e de meu marido. O consulado do México não responde”, diz Karla.
A jornalista conta que o casamento estava marcado para o dia 17 de outubro, no México. Porém, eles conseguiram viajar para Punta Cana, na República Dominicana, com o seguro viagem.
Mesmo assim, ainda gastaram mais R$ 7 mil e, no local, se casaram dia 23 do mesmo mês, sem a presença da maioria dos convidados e familiares.
“Estamos com planos de visitar meu irmão na Califórnia (EUA) há um ano. Já pagamos todas as taxas, desde 7 de dezembro do ano passado não abre agenda, não tem previsão”, afirma Karla.
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Documento (Como pedir o visto B1/B2 (negócios e turismo)
Passo a passo
1 - Preencha o formulário DS-160 no site do Departamento de Estado dos EUA https://ceac.state.gov/genniv/, escolhendo Porto Alegre como localidade. Caso seja uma viagem em família, cada membro da família deverá preencher seu próprio DS-160.
2 - O formulário precisa ser preenchido em inglês, com exceção de quando ele pede que o nome da pessoa seja escrito na língua nativa (no caso, o português). Aí a pessoa pode colocar acentos e outros caracteres.
3 - Durante o preenchimento do formulário, você terá de fornecer dados pessoais, do passaporte, itinerário da viagem (caso já tenha comprado voo ou reservado hotéis) e informações sobre ensino e histórico profissional.
4 - Após o preenchimento, imprima a página de confirmação com a sua identificação (Application ID).
5 - Em seguida, a pessoa deve acessar o site do CASV (Centro de Atendimento ao Solicitante de Visto) no endereço https://ais.usvisa-info.com/pt-br/niv. Em Porto Alegre, o CASV fica dentro do Consulado.
6 - Preencha o formulário, escolha o visto de turismo (B2) e pague a taxa de solicitação do visto, que atualmente é de 160 dólares. Ele pode ser pago via boleto em qualquer banco ou via cartão de crédito.
7 - Em seguida, marque os agendamentos presenciais. São dois: um no CASV e outro no Consulado. Se houver disponibilidade, ambos os agendamentos poderão ser feitos para o mesmo dia.
8 - O agendamento no CASV precisa ser marcado antes da entrevista no Consulado. No entanto, é possível que no formulário de agendamento você tenha que, primeiro, selecionar a data do Consulado.
9 - Após escolher as datas, imprima a página de confirmação do agendamento.
10 - O agendamento no CASV serve para a coleta de foto e digitais. É preciso levar o passaporte atual e anteriores (se tiver), e as páginas impressas de confirmação de preenchimento do formulário DS-160 e de confirmação do agendamento.
11 - Na entrevista no Consulado, um oficial consular fará perguntas sobre o motivo de viagem para os EUA. A Embaixada recomenda levar documentos que demonstrem condições financeiras para custear a viagem e retornar ao Brasil e que evidenciem os fortes vínculos da pessoa com o País (carteira de trabalho, declaração de imposto de renda de pessoa física e jurídica, contracheques, certidão de casamento/nascimento, comprovantes de bens como carro, casa ou outra propriedade, ou qualquer outra renda, como aluguel, poupança, etc).
12 - Se comprovada a ligação da pessoa com o Brasil e não houver divergências entre o que foi preenchido no DS-160 e as respostas para o oficial consular, o visto provavelmente será aprovado.
13 - Caso o visto seja aprovado, o passaporte poderá ser retirado já com o visto americano de turismo em até 10 dias. As informações são do advogado Felipe Alexandre.
Tempo de espera
O tempo de espera para a obtenção do visto americano (em dias) é conforme o posto diplomático, pois cada um tem sua capacidade de atendimento, segundo o advogado Felipe Alexandre.
São Paulo - 491
Rio de Janeiro - 449
Brasília - 437
Porto Alegre - 33
Recife - 337
Países que exigem visto para turistas brasileiros
Estados Unidos da América
É exigida uma entrevista pessoal para justificar o motivo da viagem, dados pessoais e o tempo de permanência para obter o visto.
Países da Europa
A partir de 2023, para entrar nos países do Espaço Schengen, será necessário o novo Etias (Sistema Europeu de Informação e Autorização de Viagens). De acordo com as informações liberadas até o momento, o documento não deve ser tão exigente como o visto norte-americano.
Austrália
O visto de turismo é feito para estadias de até 12 meses.
Canadá
Exige o documento e, dependendo da situação e do tipo de visto, pode ser facilitado se o visto americano for válido.
Japão
É Exigido passaporte válido e o visto.
Angola
Exige visto, que vale por 30 dias.
China
Para viajar à China é necessário obter um visto.
Camboja
Quem deseja conhecer os templos budistas, fique atento: é preciso pedir a autorização válida por 30 dias.
Etiópia
Os brasileiros que desejam conhecer este país da África deverão optar pelo visto eletrônico (eVisa) ou requerer o documento quando chegar ao aeroporto.
Índia
Existem duas formas para fazer o visto de turismo para a Índia, o normal, através da embaixada, e o eVisa, que é requerido por meio eletrônico.
Fonte: Especialistas citados, Renata Rocha (paralegal da Legally&Co Immigration na Flórida) e pesquisa A Tribuna.
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