Café com Negócios na Serra: sustentabilidade desafia e transforma empresas
Saneamento e agenda ESG ganham palco nesta quarta-feira no evento da Ases, com a Serra mostrando avanços no tratamento do esgoto
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Desafio nas empresas, a sustentabilidade nos negócios ganha destaque nesta quarta-feira (09) na 226ª edição do Café de Negócios (Caneg), promovida pela Associação dos Empresários da Serra (Ases).
O evento tem como tema “ESG na Prática: O Impacto que Move Negócios e Abre Novos Mercados”. ESG é a sigla para “Environmental, Social and Governance”, que em português significa “Ambiental, Social e Governança”, em um conjunto de ações ligadas à sustentabilidade e à preocupação com o planeta.
Esses princípios do ESG estão transformando as empresas e a forma como elas se posicionam e se tornam mais competitivas, ao mesmo tempo em que contribuem para uma economia mais consciente, disse o presidente da Ases, Fábio Junger.
“Temos orgulho de participar da construção do Plano Serra 2044, que traça metas de longo prazo e posiciona a Serra como referência em inovação, sustentabilidade e qualidade de vida. Nosso papel vai além da representação empresarial”.
Presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, uma das convidadas para o painel, compartilhará sua experiência sobre saneamento básico como vetor de transformação socioambiental e discutirá avanços e desafios da universalização do saneamento no País — destaque para a Serra, que já tem mais de 94% de cobertura de esgoto.
“Nosso objetivo é mostrar que é possível fazer o saneamento acontecer na prática. Vivemos em um País onde, em muitas localidades, o saneamento ainda não é priorizado. E a proposta dessa conversa é mostrar que, na Serra, tivemos um avanço significativo na coleta de esgoto. Vamos demonstrar que investir em saneamento básico traz retorno para a sociedade, e que este é um tema que precisa inspirar outras cidades”.
O painel será mediado pela jornalista e consultora Andréia Lopes e contará também com a participação de Guilherme Barbosa, fundador da startup do clima capixaba ECO55, publicitário e especialista em economia da mitigação das mudanças climáticas, palestrante e professor.

Futuro com descarbonização e fundo de R$ 500 milhões
Especialista em economia da mitigação das mudanças climáticas, Guilherme Barbosa apresenta os riscos e oportunidades da transição ao baixo carbono para os empresários capixabas, junto ao trabalho que desenvolveu com apoio do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) de avaliar emissões e a performance climática de 40 empresas capixabas em 2024.
“Para o Brasil poder cumprir os acordos internacionais, os estados terão que dar suas contribuições, e o Espírito Santo — em especial a cidade de Serra — tem uma economia muito dependente de carbono”, disse Guilherme Barbosa, fundador da startup do clima capixaba ECO55.

Segundo ele, a descarbonização dos negócios precisa ser vista pelo empresário como uma oportunidade de enxergar os desafios, provocar soluções, trazer inovação e fomentar a tecnologia e a educação.
“Colocar a pauta climática na agenda das empresas pela Ases é a oportunidade de dar diretriz a seus associados e de mostrar que é possível fazer mudanças a curto, médio e longo prazo, alinhado ao plano de neutralização de emissões do governo estadual, que em breve terá como fonte de financiamento um Fundo de Descarbonização, com taxas mais atrativas e que impulsionará o desenvolvimento sustentável das empresas capixabas”, destacou.
O Fundo de Descarbonização do Espírito Santo foi anunciado no final de 2024 pelo governo do Estado e Bandes. A iniciativa vai empregar R$ 500 milhões em recursos do Fundo Soberano do Estado (Funses), oriundos da exploração de petróleo e gás, para incentivar projetos e empresas voltadas à descarbonização da economia capixaba.
O edital de chamada pública para seleção de gestor e estruturação do Fundo de Descarbonização recebeu 11 propostas de empresas gestoras. Conforme o edital, a divulgação do resultado está prevista para 1º de agosto deste ano.
O Fundo representa uma ação pioneira ao unir mecanismos do mercado financeiro a metas concretas de combate às mudanças climáticas, com investimentos voltados à transição energética, inovação e sustentabilidade.
O mecanismo deve financiar iniciativas alinhadas ao Plano Estadual de Descarbonização, que estabelece como metas a redução de 27% das emissões de gases de efeito estufa até 2030 e a neutralidade de carbono até 2050.

SERVIÇO
Evento
A 226ª edição do Café de Negócios (Caneg) será promovida pela Associação dos Empresários da Serra (Ases).
Tema
“ESG na Prática: O Impacto que Move Negócios e Abre Novos Mercados”.
Onde
O evento, que ocorrerá nesta quarta-feira (09) a partir das 7h40 no Steffen Centro de Eventos, em Jardim Limoeiro, na Serra, vai reunir empresários, lideranças políticas e especialistas para discutir práticas e impactos do ESG no ambiente de negócios.
Palestrantes
Luana Siewert Pretto
É Engenheira Civil (UFSC), com mestrado na área de Análise Multicritério (UFSC) e pós-graduada em Gestão de Projetos (FGV).
Atuou na concessionária estadual de saneamento básico de Santa Catarina (Casan), e como diretora técnica e presidente da Empresa Pública municipal de saneamento básico Companhia Águas de Joinville.
Atualmente, é presidente-executiva do Instituto Trata Brasil.
Guilherme Barbosa
É fundador da startup do clima capixaba ECO55, publicitário e especialista em economia da mitigação das mudanças climáticas, palestrante e professor.
Mediadora
O painel será mediado pela jornalista e consultora Andréia Lopes.

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