BR-101 vai ter 4 mil empregos todo ano e 84 km duplicados até 2028
EcoRodovias seguirá no trecho entre Espírito Santo e Bahia por 24 anos, com R$ 10 bi em obras, desconto em tag e isenção para motos
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A EcoRodovias venceu o leilão de concessão do trecho da BR-101 que passa pelo Espírito Santo, realizado ontem na Bolsa de São Paulo, a B3, o que garante que a empresa seguirá na gestão do trecho de 478 quilômetros que liga o Estado, da divisa com o Rio de Janeiro à Bahia.
Logo nos primeiros três anos do novo contrato, estão previstos R$ 1,82 bilhão em investimentos, incluindo a conclusão de 84 km de duplicações. Segundo Roberto Amorim, diretor superintendente da concessionária, a previsão é que sejam criados 4 mil empregos por ano, entre diretos e indiretos.
O valor ofertado pela EcoRodovias para se manter à frente da administração da BR-101 foi de R$ 0,05525 por quilômetro rodado, o que corresponde exatamente à tarifa proposta em edital. O tempo de contrato é de 24 anos.
Como antecipado por A Tribuna na edição de ontem, não apareceram concorrentes para a disputa do leilão, que faz parte do processo de modernização e otimização do contrato da concessionária Ecovias 101, subsidiária da EcoRodovias que já opera o trecho desde 2013.
Com o resultado, a empresa inicia um novo plano de modernização da rodovia com mais de R$ 10 bilhões em investimentos para a execução de obras e operação do trecho, além de implantar descontos para usuários do sistema de pagamento eletrônico (tag) e isenção para motos, categoria atualmente pagante.
“Entendemos que o modelo traz mais segurança jurídica e torna viável a realização dos investimentos necessários para o trecho capixaba da BR-101”, avalia Marcello Guidotti, CEO da EcoRodovias.
Logo nos primeiros três anos do novo contrato, estão previstos R$ 1,82 bilhão em investimentos, incluindo a conclusão de 84 km de duplicações, 9,45 km de marginais, 19 novos retornos, 6 km de ciclovia, 4 passarelas, 2 Pontos de Parada e Descanso (PPD) para caminhoneiro, além do início das obras dos Contornos de Ibiraçu e Fundão.
“Acompanhamos esse processo desde 2012, quando houve o primeiro leilão, e houve uma frustração com os investimentos não acontecendo conforme programados. Agora estamos na expectativa de que vá adiante, porque são investimentos que trazem segurança e que resolvem um gargalo do nosso desenvolvimento”, afirmou o governador Renato Casagrande (PSB).
Empresários defendem cobrança
O clima entre o empresariado local quanto ao resultado do leilão do trecho da BR-101 que perpassa o Estado foi de comemoração, alívio e cobrança. O consultor empresarial Durval Vieira de Freitas, por exemplo, falou que a indefinição sobre o tema era muito ruim e que, com a situação resolvida, os investimentos poderão ser acelerados.
“Mas agora temos também de cobrar a EcoRodovias para que cumpram com os cronogramas e façam os investimentos”, afirmou.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado (ABIH-ES), Fernando Otávio Campos, disse que a conexão para a BR-101 é essencial para a logística do Estado e ao turismo.
“O Rio de Janeiro já responde por 30% da demanda em cidades como Guarapari, e o Norte do Estado fica muito distante sem essa duplicação acontecendo”.
Já a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) disse, em nota, que avalia de forma positiva o resultado do leilão do trecho da BR-101. “A manutenção da EcoRodovias representa um avanço importante no modelo de reanálise de concessões no País, proporcionando celeridade à retomada plena das obras, sem a necessidade de uma nova disputa, que poderia gerar ainda mais atrasos”.
Saiba mais
Primeiros anos
Logo nos primeiros três anos do novo contrato, estão previstos R$ 1,82 bilhão em investimentos, incluindo a conclusão de 84 km de duplicações, 9,45 km de marginais, 19 novos retornos, 6 km de ciclovia, 4 passarelas, 2 Pontos de Parada e Descanso (PPD) para caminhoneiro, além do início das obras dos Contornos de Ibiraçu e Fundão.
A assinatura do termo aditivo está prevista para os próximos meses. A partir disso, o ciclo de investimentos será iniciado em até 30 dias.
Empregos
A estimativa da EcoRodovias é de que, nos períodos mais intensos de obras, sejam gerados cerca de 4 mil empregos diretos e indiretos por ano. Ao todo, o governo federal prevê a geração de 149.233 empregos, considerando diretos, indiretos e efeito-renda.
Principais investimentos
172,8 km de duplicações, inclusive em segmentos do trecho norte; 41,1 km de faixas adicionais – entre Mucuri (BA) e Linhares;
33,6 km de vias marginais;
Contornos urbanos de Ibiraçu (4,2 km) e Fundão (11,4 km);
14 novos trevos em desnível;
39 retornos em nível;
40 passarelas para pedestres;
75 novos pontos de ônibus;
2 Pontos de Parada e Descanso (PPD) para caminhoneiros;
e 34 passagens de fauna, entre outras obras.
A implantação de faixas adicionais é uma solução imediata para os trechos onde ainda não há licenciamento ambiental para duplicação.
Benefícios tarifários
A partir da assinatura do aditivo contratual, prevista para os próximos meses, os motociclistas passam a ter isenção em todas as praças, e os demais usuários terão 5% de desconto na tarifa de pedágio para os pagamentos feitos com “tag” nas pistas automáticas.
Os veículos de passeio contarão, ainda, com uma política de descontos progressivos a cada passagem no mesmo sentido por uma mesma praça de pedágio, o chamado DUF (Desconto de Usuário Frequente).
O novo modelo prevê reajustes condicionados a entregas de obras, ou seja, o contrato estabelece degraus que acompanham o volume de investimentos que será aferido por auditoria independente.
Novidades na operação
Do total de investimentos do contrato, R$ 3,31 bilhões serão aplicados na operação da rodovia e nos serviços de atendimento aos usuários como os guinchos e ambulâncias.
Entre as novidades, a Ecovias 101 vai instalar a primeira balança de pesagem de veículos na velocidade da via do Estado.
O equipamento possibilita a fiscalização de excesso de carga de 100% dos veículos comerciais sem a necessidade de fazer desvios no trajeto e redução de velocidade, evitando paradas, riscos de acidentes e possíveis atrasos na viagem.
Ainda em atendimento aos caminhoneiros, a rodovia passará a contar com dois PPDs (Ponto de Parada para Descanso) para proporcionar descanso seguro aos motoristas profissionais de transporte rodoviário de cargas e passageiros, o que previne acidentes ocasionados por fadiga.
Também estão previstas 167 câmeras de monitoramento, que ajudam na identificação de ocorrências e no rápido envio de recursos necessários em caso de acidentes, por exemplo.
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