Banco Central devolveu 1,1 bilhão a vítimas de fraudes ou falhas no Pix
Mecanismo do Banco Central permitiu o ressarcimento a clientes de bancos. Sistema terá uma nova versão ainda mais avançada
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O Banco Central já devolveu R$ 1,1 bilhão a pessoas prejudicadas por fraudes ou falhas operacionais em transferências por Pix por meio do Mecanismo Especial de Devolução (MED). Criada em novembro de 2021, a ferramenta visa a facilitar o ressarcimento de recursos para vítimas de transações indevidas.
Após ter sido vítima de um golpe envolvendo o Pix, é possível recuperar o dinheiro da conta de destino e devolver para a conta de origem se o Banco Central constatar que é um caso de fraude.
Do total de recursos devolvidos, R$ 952,3 milhões devem-se a contestações por fraudes, enquanto R$ 167,6 milhões são referentes a problemas de falha operacional.
O percentual de devolução ante o número total de fraudes ainda é baixo. Este ano é de 8,2%. A parcela de transações com pedidos de devolução por fraudes em relação ao total de operações no Pix é de 0,007%.
Dados do BC mostram que foram feitas cerca de 3 milhões de solicitação de devolução por fraudes entre janeiro e agosto de 2024. A taxa de aceitação por parte do MED foi de 68%.
A autarquia também anunciou que o volume de transações por meio do Pix atingiu novo recorde diário, com 227,4 milhões de operações feitas na sexta-feira. O número divulgado desbanca a marca de 224,2 milhões de transações registradas no dia 5 de junho.
O método de pagamento se tornou popular entre brasileiros desde sua implementação, em novembro de 2020. Não demorou muito para que a tecnologia, que simplifica e agiliza transações, começasse a ser visada por criminosos para a aplicação de fraudes.
Segundo o Banco Central, vítimas de fraude, golpe ou crime devem solicitar a devolução à instituição financeira em até 80 dias após o Pix ter sido feito. O banco avalia o caso e, se entender que o pedido se adequa ao MED, bloqueia a quantia na conta do recebedor.
A análise leva sete dias, e o dinheiro é devolvido integral ou parcialmente em até 96 horas, se for fraude. Se a instituição avaliar que o caso não se trata de um golpe, a quantia na conta do recebedor é desbloqueada.
Para falhas operacionais da instituição bancária, o valor é devolvido em 24 horas.
A autarquia prepara uma nova versão do MED contra golpes. A nova tecnologia, que deve ser lançada no primeiro trimestre de 2026, deve ser capaz de rastrear e bloquear repasses até contas da quinta camada de transferência após saída da conta original.
SAIBA MAIS
Para recuperar Pix feito errado
>Após ter sido vítima de um golpe envolvendo o Pix, é possível recuperar o dinheiro da conta de destino e devolver para a conta de origem se o Banco Central constatar que é um caso de fraude.
>Vítimas de fraude, golpe ou crime devem solicitar a devolução à instituição financeira em até 80 dias após o Pix ter sido feito.
>O banco avalia o caso e, se entender que o pedido se adequa ao MED, bloqueia a quantia na conta do recebedor.
>A análise leva sete dias, e o dinheiro é devolvido integral ou parcialmente em até 96 horas, se for fraude.
>Se a instituição avaliar que o caso não se trata de um golpe, a quantia na conta do recebedor é desbloqueada.
>Para falhas operacionais da instituição bancária, o valor é devolvido em 24 horas.
Como devolver Pix errado?
>Entre na área Pix do banco;
>Vá em Extratos, clique em “Devolver”;
>Desta forma, o dinheiro será devolvido diretamente para quem originalmente mandou o Pix
Fonte: Banco Central, jornais O Globo e Folha de S. Paulo.
Sistema usado para golpes
Criado para coibir golpes, o mecanismo, porém, vem sendo usado por criminosos como parte de um esquema para enganar as vítimas.
Funciona da seguinte forma: o golpista entra em contato com a vítima alegando que fez um Pix por engano e pedindo a devolução do dinheiro. Paralelamente, o criminoso faz a requisição ao MED. No fim, fica com o dobro do valor.
Especialistas avaliam que o mecanismo de devolução precisa evoluir, porque os golpistas rapidamente tiram o dinheiro da conta.
Hoje, o BC trabalha em um aprimoramento, chamado MED 2.0, para rastrear os recursos após a conta originalmente usada para cometer a fraude, para permitir o bloqueio e a devolução de recursos de contas até a quinta camada.
Existe um grupo de trabalho discutindo o desenho geral da funcionalidade desde julho deste ano. O grupo funciona dentro do Grupo Estratégico de Segurança do Pix, com vários especialistas.
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