Afastamento de trabalhadores com covid reduz produção industrial no Estado
Pesquisa mostrou que 81% das indústrias tiveram que afastar trabalhadores desde o ano passado
A circulação da variante ômicron combinada com a epidemia de gripe gerada pela cepa Darwin (H3N2) aumentou a quantidade de pessoas com sintomas gripais no Espírito Santo. Uma pesquisa mostra que o afastamento dos trabalhadores por conta dessas doenças já causa impacto na atividade econômica. O levantamento mostrou que 81% das indústrias tiveram funcionários afastados, desde o ano passado, e 40% delas precisaram reduzir a produção.
Somente a primeira quinzena de janeiro deste ano, 53% das empresas foram afetadas.
A pesquisa inédita foi realizada pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), por meio do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Espírito Santo (Ideies) e ouviu representantes de 152 indústrias capixabas entre os dias 18 e 20 de janeiro.
O levantamento mostrou que, desde 2021, 81% das empresas que participaram dessa pesquisa tiveram algum colaborador afastado devido à infecção por coronavírus ou Influenza, sendo que 53% dos casos ocorreram na primeira quinzena de janeiro.
“Seguimos vigilantes. Desde o início da pandemia, em 2020, acompanhamos as indústrias do Estado e damos todas as orientações necessárias para proteger nossos trabalhadores, associados e a sociedade capixaba como um todo. E sempre trabalhamos de forma integrada com sindicatos e poder público para contribuir neste momento tão desafiador”, afirma a presidente da Federação, Cris Samorini.
Os dados da pesquisa também mostraram que, entre as empresas com afastamentos nas duas primeiras semanas de janeiro, 57% indicaram que menos de 10% dos colaboradores foram afastados, enquanto 5% tiveram mais de 40% de seus colaboradores afastados na primeira quinzena do ano.
A pesquisa mostrou que o afastamento desses trabalhadores causou impacto na produção dessas empresas.
Entre as empresas que registraram afastamentos de funcionários entre 1º e 15 de janeiro, 47% informaram que a ausência dos colaboradores não impactou na atividade do negócio; enquanto 30% informaram ter impactado, mas com redução não significativa das atividades; e 22% disseram ter impactado, com redução significativa das atividades da empresa.
Dentre as empresas que tiveram colaboradores afastados nas últimas duas semanas e que apresentaram redução de atividade, 40% informaram que, para lidar com os efeitos dos afastamentos, reduziram a produção; 36% atrasaram o prazo de entrega e 31% não realizaram ações neste sentido.
Vacinação
Quanto à vacinação, 44% dos representantes informaram que, em suas empresas, de 81% a 99% os colaboradores estão vacinados com o ciclo vacinal completo (1° e 2° dose) e/ou dose de reforço contra a covid-19.
Já 32% das indústrias possuem todos os colaboradores vacinados. O menor índice de vacinação registrado foi entre 41% e 60%, registrado por apenas 3% das empresas.
“A prevenção à doença e a vacinação sãos os principais caminhos para reduzirmos os casos de contágio em todo o mundo. Também vale destacar a relevância da testagem. Essa ação é importante para identificar quem vai precisar ser afastado do local de trabalho e também evitar que mais pessoas adoeçam”, comenta a presidente da Findes ao lembrar da parceria que o Sesi, a Unimed Vitória e o governo do Estado iniciaram nesta semana para ampliar a testagem no Estado.
Além da vacinação, as medidas de prevenção, como distanciamento, uso correto de máscara e higienização frequente das mãos e de ambientes, são necessárias para evitar a contaminação pelo coronavírus. O levantamento da Findes também questionou as empresas sobre esses cuidados.
Segundo a pesquisa, o reforço de medidas de orientação e prevenção no local de trabalho foi adotado por 98% dos respondentes como maneira de minimizar os impactos da pandemia. Além disso, o afastamento das atividades de trabalho dos colaboradores com sintomas gripais foi adotado por 86% dos participantes do levantamento.
“Desde o início da pandemia da covid-19, em 2020, a Indústria capixaba estabeleceu rígidos protocolos de segurança para combater a disseminação da doença e continua a adotá-los sem nenhum ‘afrouxamento’. Entre essas medidas estão o trabalho híbrido, o home office e a adoção de todos os cuidados para o trabalho presencial, entre eles o distanciamento”, elencou Cris.
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