2.300 celulares vendidos todo dia no ES
Previsão é que venda de aparelhos cresça 6% este ano em relação a 2023, num total de 860 mil, com base em pesquisa internacional
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O mercado global de celulares deve se aquecer em 2024, com previsão de crescimento de 6% em relação ao ano passado. No Espírito Santo, a projeção aponta para cerca de 2.300 celulares vendidos todos os dias, totalizando em 860 mil aparelhos.
A informação é fruto de levantamento do economista Ricardo Paixão com base em dados de uma pesquisa da International Data Corporation (IDC).
“Os celulares estão cada vez mais importantes para a sociedade. A população cai na sedução de que é preciso trocar e estar com o mais moderno mesmo o antigo te atendendo, porque o novo é mais rápido, bonito ou com maior resolução”, disse Paixão.
O economista Heldo Siqueira da Silva Júnior destaca que a expansão econômica de 2023, que foi maior do que a esperada, terá impactos no crescimento deste ano, promovendo um aumento nas compras.
“Há ainda um cenário de queda dos juros, que é importante para a venda de bens duráveis, que geralmente são comprados a prazo.”
Aproveitando a tendência do mercado mostrado pelo levantamento, o vice-presidente da Federação de Comércio do Estado (Fercomércio-ES), Cláudio Sipolatti, destaca que o comércio tem trabalhado muito na formação dos vendedores, para prepará-los para as demandas dos clientes.
“É essencial entender a necessidade de cada consumidor. Tem o que prefere o design, o que dá mais valor à memória do celular, outro foca na qualidade da câmera”, diz.
Sipolatti também destaca que explorar o fator imediato das lojas físicas também tem sido uma estratégia.
“A loja física é um ponto seguro, e isso precisa ser destacado. É essencial manter um estoque de produtos para mostrar que o cliente pode ter aquele produto naquele exato momento, e não ter de ficar esperando dias por uma entrega”.
Além do diferencial de receber o produto imediatamente, as lojas físicas também são vistas com mais segurança devido ao risco de golpes sofridos por compras na internet, como no caso da entrega de produtos falsificados.
Estudo de uma plataforma de comércio on-line mostrou que, em 2023, foram 24 mil fraudes relacionadas à compra de celulares em sites no País. O prejuízo aos consumidores totaliza R$ 85 milhões.
Venda de usados chegará a 130 mil até 2027, diz estudo
A International Data Corporation (IDC) estima que o mercado global de smartphones usados, incluindo aqueles oficialmente recondicionados, atingirá 431,1 milhões de unidades até 2027. Isso significa que, no Espírito Santo, serão vendidos, até 2027, 130 mil aparelhos usados.
O relatório da IDC, o Worldwide Used Smartphone Forecast, 2023–2027 fornece uma visão geral e uma previsão de cinco anos do mercado mundial de telefones recondicionados e sua expansão e crescimento até 2027. Este estudo também fornece uma visão dos principais players e o impacto que terão sobre fornecedores, transportadoras e consumidores.
Segundo o economista Ricardo Paixão, esse mercado acaba sendo uma consequência dos preços do comércio de smartphones novos, que são focados a uma classe mais alta que acaba revendendo aparelhos mais antigos.
“Os aparelhos celulares refletem a desigualdade social do País. Há aparelhos novos muito caros e que uma parte da população não tem condição de adquirir. A parcela com menor condição econômica acaba indo atrás dos usados”.
Brasileiro é o 2º entre os que mais ficam no smartphone
Levantamento realizado pela EletronicsHub mostrou que o brasileiro é o segundo no mundo que fica mais tempo no celular. São cerca de 56,6% das horas acordadas em frente da tela dos smartphones, perdendo apenas para os sul-africanos.
O vício em celular já tem até nome: nomofobia, que se trata do medo, pânico ou ansiedade de se ficar muito tempo longe do aparelho. Pesquisadores norte-americanos já relatam que 21% da população adulta sofre deste mal.
Ainda segundo a EletronicsHub, uma possível explicação para esse tempo poderia estar ligada ao crescimento dos serviços de streaming on-line, com dados revelando que 64% dos usuários brasileiros de smartphones são assinantes de serviços como Netflix, Apple TV ou Prime Video da Amazon.
“Com o mundo cada vez mais digital e as pessoas cada vez mais conectadas, o telefone virou um instrumento não apenas de comunicação, mas também de trabalho”, explica Gisélia Freitas, psicóloga e diretora de Liderança, Cultura e Diversidade do Ibef-ES.
“Acessar e-mails, videoconferência, fazer planilhas, planejamentos, acessar informações importantes, documentos, tudo hoje é feito através do celular. E com os deslocamentos, os home office, a possibilidade das empresas estarem cada vez mais digital, a logística também favorece”, completa.
Saiba mais
Venda vai aumentar
Levantamento da International Data Corporation (IDC). prevê que a venda de aparelhos celulares deve subir 6% em relação a 2023.
No âmbito estadual, isso significa que cerca de 860 mil celulares devem ser vendidos em 2024. O mercado global foi dominado por Samsung, Apple e Xiaomi, que representam metade das vendas totais em todo o mundo.
Mercado de usados
Já o mercado de usados deve chegar a 130 mil aparelhos vendidos até 2027, segundo levantamento da IDC.
Neste setor, o iPhone foi o celular mais comprado em 2023, com nove modelos diferentes figurando entre os 10 primeiros colocados, segundo levantamento da OLX.
Cuidado com os golpes
A OLX também registrou que, em 2023, ocorreram cerca de 24 mil golpes relacionados a venda de celulares, causando prejuízo estimado de R$ 85 milhões aos consumidores.
Além disso, a venda de produtos irregulares, que são aqueles produtos inferiores aos anunciados e/ou que podem parar de funcionar a qualquer momento bateu recorde no País, já representando 21% do mercado total e representando 5,5 milhões de aparelhos no último ano. Neste caso, é a Xiaomi quem lidera, representando cerca de 80% desse mercado.
Vício
O vício no uso de celulares, que se trata do medo racional de ficar sem o seu celular ou ser impedido de usá-lo por algum motivo, como ausência de conexão à internet ou bateria fraca, já atinge 21% da população adulta e levantamento realizado pela EletronicsHub mostrou que o brasileiro é o segundo no mundo que fica mais tempo no celular.
Fonte: Uol, Techtudo e IDC.
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