Diplomacia
Em reunião no início do mês com embaixadores, a Polícia Federal afirmou que outros países também têm culpa sobre o desmatamento da Amazônia, não só o Brasil.
O encontro começou com uma fala dura de um delegado, de que não é a primeira vez que a demanda europeia coloca em risco espécies nativas do país. A fala foi ilustrada com uma imagem de índios cortando pau-brasil. Agora, disse a polícia, é a vez do ipê. A PF falou ainda que a Europa não certifica a madeira que compra aqui.
Pilares
A PF expôs na reunião países europeus que estavam exportando madeira ilegal do Brasil. A lista, como mostrou a Folha, era resultado de uma operação, que fez apreensões no Amazonas. O argumento foi repetido nesta terça (17) por Jair Bolsonaro em reunião dos BRICs.
Passe livre
No encontro do dia 5 de novembro, a PF disse que as exigências de certificação da Europa não funcionam, o que facilita, segundo essa visão, a entrada de madeira ilegal. A legislação que lá existe para controle de carne foi comparada com a de madeira. Segundo os policias, a primeira é bastante rígida, enquanto a segunda é frágil.
Vazio
A questão principal apontada é que, no caso da madeira, a certificação europeia não exige a cadeia de custódia, que é o caminho desde a origem até a venda.
1500
Por causa do desmatamento ilegal, sustenta a polícia, madeiras nobres, como o ipê, são comercializadas fora pelo valor do eucalipto, que é uma árvore que cresce e amadurece em poucos anos. Daí a comparação com o pau-brasil.
Porta-voz
Chefe da unidade regional da PF no Amazonas, o delegado Alexandre Saraiva conduziu a conversa. O diretor-geral, Rolando de Souza, estava presente.
Erro
Presidente da associação de exportadores de madeira do Pará, Roberto Pupo diz que Bolsonaro deu tiro no pé com a declaração. Sua previsão é que importadores de madeira legal poderão questionar se as documentações fornecida no Brasil são confiáveis. Ele também questiona a investigação da PF.
Elástico
Entre negociadores do governo no mercado internacional, a avaliação é que a narrativa do presidente pode se virar contra outros produtos e afetar o discurso do Brasil de que há controle sobre a produção local e repressão a crimes ambientais.
Cálculo
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), não acredita que a centro-direita vitaminada pelo resultado das eleições locais afrontem o governo. “O DEM ganhou prefeituras mas ainda está muito distante do PP, PSD e do próprio MDB”, afirma. Além disso, segundo sua leitura, todo esse espectro de centro costuma votar com o governo em pautas econômicas.
Passa depois
O almoço entre representantes de PSB, PDT e Solidariedade ontem não resultou em consenso sobre possível apoio à candidatura de Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno em São Paulo. A definição deve ficar para amanhã.
Cada um
A aposta é que a trinca de partidos aja de maneira desarticulada. O PDT tende a apoiar Boulos e o Solidariedade, a ficar neutro. Já no PSB, não há concordância. Ainda que França antagonize com João Doria (PSDB), padrinho político de Bruno Covas (PSDB), seus conselheiros apontam que há incerteza sobre como seria a gestão de Boulos.
Enfim
O Republicanos, de Celso Russomanno, decidiu aderir a Covas. Integrantes do partido dizem que a aliança já era carta marcada e que, mesmo antes da eleição, havia oposição interna à candidatura própria.
Centrado
“O partido entende que a moderação e o equilíbrio são fundamentais para que a cidade possa avançar e que Bruno Covas é a pessoa mais preparada para isso”, diz nota da sigla, assinada também por Russomanno.
Retenção
Olavo de Carvalho denunciou em suas redes sociais o que ele chamou de intervenção e censura do YouTube aos seus vídeos. Ele diz que não consegue mais publicar na rede. A plataforma informou, porém, que não há qualquer bloqueio ao canal, que tem 1 milhão de inscritos.
Tiroteio
“A gente estava lá esperando a pesquisa de boca de urna e quando chegou levamos foi uma urna na boca”
De Elsinho Mouco, marqueteiro de Celso Russomanno (Republicanos), sobre o espanto com os números da eleição no domingo (15).