Dieta do jejum intermitente é segura?
Passar longos períodos sem comer parece inviável, já que o corpo requer energia para funcionar bem. Porém, os adeptos de uma das dietas mais populares do momento, o jejum intermitente, permanecem de 12 até 24 horas sem se alimentar. Mas será que isso é seguro?
De acordo com especialistas, é seguro só para algumas pessoas. Cada pessoa deve passar por uma avaliação clínica e de sangue para verificar se está apta a seguir esse método.
Quem não tem indicação pode sofrer com compulsão alimentar, fraqueza, queda na imunidade, dificuldade de concentração e letargia. Já para quem tem indicação, é uma boa estratégia alimentar, desde que com orientação profissional.
O jejum intermitente ativa o metabolismo, ajuda a emagrecer e melhora a absorção de nutrientes, se for seguido corretamente, enfatiza a nutricionista Patrícia Fernandes.
“A janela de alimentação precisa ter equilíbrio e balanço calórico. O profissional orienta as quantias adequadas de carboidrato, proteína e gordura boa para a pessoa ter energia e disposição mesmo no período de jejum”, diz.
A nutróloga Mariana Comério explica que o corpo pode ficar até 24 horas sem comer, porém indica jejum de, em média, 12 horas para mulheres e 16 para homens, considerando as horas de sono.
“Proponho o jejum em dias alternados, e não todos os dias. Assim o paciente sente a melhora do metabolismo sem prejuízos. Se o jejum for muito intenso, pode acontecer perda muscular, o que não é saudável”, afirma a médica.
A redução do número na balança não é confirmação de eficiência da dieta. Nutrólogo e professor da pós-graduação de Nutrologia do Hospital Albert Einstein, Roger Bongestab reforça que a meta no emagrecimento é apenas a queima de gordura.
“Pesquisas mostram que o jejum intermitente e a dieta hipocalórica (redução nas calorias) têm perda de peso igual. A manutenção é maior em quem faz o plano de distribuição (em horários espaçados ao longo do dia) porque muitas pessoas não conseguem levar o jejum intermitente para toda a vida”.
“Bem-estar”
A perda de peso era o objetivo inicial da médica Francislainy Dal'Col, 32 anos, quando ela decidiu adotar essa estratégia alimentar, mas logo notou outras melhorias no bem-estar.
“Mantive o jejum intermitente mesmo após perder o peso que queria, pois os benefícios foram além do emagrecimento. Melhorou minha energia, foco, ânimo e autoestima. Foi com o jejum intermitente que consegui a melhor performance física e mental. Claro que me alimentava bem, fazia suplementação e academia”, avalia.
“Mais disposição”
Há cerca de três anos, o jejum intermitente se tornou um hábito para a cirurgiã dentista especialista em harmonização facial Jordana Berti, de 35 anos. Três dias por semana, ela permanece de 14 a 16 horas sem se alimentar.
“Optei pelo jejum intermitente porque vi o resultado para emagrecimento e senti o meu corpo mais leve. Me dou superbem com o jejum, então decidi manter mesmo depois de atingir meu objetivo para manter o peso e também porque sinto mais disposição”, conta.
“Ajuda profissional”
A doméstica Silvana Soares Garcia, 37 anos, já havia tentado fazer o jejum intermitente anteriormente, mas sem sucesso. Em agosto do ano passado, ela buscou ajuda profissional e foi quando passou a observar os sinais positivos da dieta e perdeu 12 quilos de gordura.
“No início eu sentia necessidade de mastigação, não era nem fome. Agora não consigo comer nesse horário”, conta. “Ainda preciso perder 16 quilos, mas pretendo manter o jejum intermitente para toda a vida.”
Comentários