Dia de pagamento de aposentadoria deixa ruas lotadas no Estado
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A primeira segunda-feira de abril registrou um alto volume de pessoas nas ruas e nas agências bancárias do estado. Mesmo em meio ao isolamento social proposto pelo Ministério da Saúde, por conta da pandemia do coronavírus, muitas pessoas foram às ruas receber o pagamento da aposentadoria. Com isso, casas lotéricas e agências bancárias ficaram lotadas, com diversos casos de desrespeito à distância mínima entre as pessoas.
Na Grande Vitória, o fluxo de pessoas foi intenso na região próximo às agências bancárias. Em Goiabeiras, na capital, foi possível observar mais de 30 pessoas do lado de fora de uma agência na Avenida Fernando Ferrari. Aglomeradas e (algumas pessoas) de máscaras, a preocupação maior era conseguir um espaço na sombra. A mesma situação foi observada em Laranjeiras, na Serra.
Em Cachoeiro de Itapemirim, muita gente se aglomerou para receber a aposentadoria ou para pagar contas.
A situação ficou mais complicada na Rua Capitão Deslandes, Centro. Conhecida como a Rua dos Bancos, a reportagem flagrou quatro pontos de fila, todos nas calçadas: em frente ao banco Itaú, Bradesco, Lotérica 7 de Setembro, e em frente ao Aqui Mais, um correspondente do Banco do Brasil.
Do lado de fora, não faltam reclamações. Muitos preocupados em ficar expostos ao novo vírus, como a lavradora Maria da Conceição Matias, 70. “Fico preocupada, mas não tenho jeito. Senão não recebo”, disse.
A filha dela, a cozinheira Luciara Matias Benevides, 44, disse que até pegaria para a mãe, mas o sistema do banco é por biometria.
Como havia muita gente no local faltou dinheiro no caixa. O pagamento foi interrompido várias vezes. O aposentado Sebastião Lino de Almeida disse que ficou quatro horas aguardando. “Ninguém nos informa nada”, lamentou.
A Prefeitura de Cachoeiro chegou a relaxar um pouco as restrições no comércio, permitindo a abertura de algumas atividades, mas voltou atrás após ser notificada pelo Ministério Público.
Em Mimoso do Sul, a situação também foi de muita movimentação nesta segunda, apesar da prefeitura prorrogar para o dia 12 o fechamento das lojas. Sem espaço na calçada de tão cheio, pedestres precisavam caminhar na rua.
“Sou uma pessoa doente, estou no grupo de risco. Tinha que ser mais rápido”, lamentou a costureira aposentada Rosa Maria Medeiros da Silva, 52.
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