Depois dos risos com Thor, é a vez de Hitler
A mistura de nazismo e Holocausto com comédia costuma ser indigesta para muitos. “A Vida É Bela”, de Roberto Benigni, sobre um pai que transforma o campo de concentração numa experiência lúdica para o filho, na tentativa de protegê-lo, recebeu muitas críticas, mesmo tendo ganhado três Oscars. Não foi diferente com “Jojo Rabbit”, de Taika Waititi.
O ator e diretor neozelandês, famoso por fazer comédias como “O Que Fazemos nas Sombras” e, claro, “Thor: Ragnarok”, usou o mesmo princípio em seu novo filme, que ganhou prêmio do público no Festival de Toronto e concorre a 6 Oscars, incluindo melhor filme.
“Sinto muito” é a resposta do cineasta a quem critica o uso do humor para falar de assunto tão trágico. “Não é meu estilo. Nunca vou fazer um drama puro”, disse Waititi em entrevista.
“Mas também não é uma ideia nova. Chaplin fez 'O Grande Ditador' durante a guerra. Há uma tradição de satirizar ditadores e regimes que focam no ódio e na intolerância e espalham essas ideias vingativas.”
“Jojo Rabbit” é inspirado no livro de Christine Leunens “O Céu Que nos Oprime”, sobre um menino alemão, Johannes (Roman Griffin Davis), o Jojo, que integra a Juventude Hitlerista como se fosse clube de escoteiros.
Um dia, ele descobre que uma menina judia, Elsa (Thomasin McKenzie), está escondida em sua casa. Sua mãe, Rosie (Scarlett Johansson, que concorre ao Oscar de atriz coadjuvante), membro da resistência aos nazistas, protege Elsa.
Uma das coisas que o diretor mudou foi incluir o próprio Adolf Hitler - ou, na verdade, a visão que Jojo tem dele. “É o papel que eu nasci para interpretar”, contou Waititi. “Mas foi embaraçoso interpretá-lo, me vestir daquela maneira - pior ainda ter de dirigir o filme metido naquela caracterização. Ele é fruto da imaginação de um menino de 10 anos, então resolvi fazê-lo como um menino de 10 anos”.
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