Day: "Tenho mania de culpar meu signo por tudo que faço”
A cantora Day, 25, é uma contradição ambulante. Por fora, desapegada, mas, por dentro, está sofrendo. Já na hora de lidar com algo que era esperada uma reação emotiva, demonstra frieza. Se julgada, ela argumenta: “Sou geminiana, vocês têm que entender”, revela ao AT2. A alegação é tão constante que ela batizou seu recém-lançado 2º EP de “A Culpa é do Meu Signo”.
“Tenho essa mania recorrente de culpar meu signo por tudo que faço ou deixo de fazer na minha vida. Além disso, esse é um nome que guardo comigo há alguns anos e, quando vimos a oportunidade de gravar um EP onde estaria o single 'Geminiana', falei: 'É a hora de trazer esse nome que gosto tanto de volta, além de ser um nome que chama muito atenção e que faz as pessoas se perguntarem: 'De que signo essa menina é?'”, frisa a goiana.
Coautora do hit “Não Perco Meu Tempo”, de Anitta, a artista pop também prega o desapego nas letras das novas canções, que ainda revisitam temas sombrios de seu passado, como estagnação, medo de envelhecer e sua relação com Deus.
“Em todas as músicas, falo em ser esse ser antagônico o tempo inteiro, uma característica muito forte do geminiano. E o mais interessante é que pessoas de qualquer signo podem se identificar com muitas delas”, diz ela, que ficou conhecida após participar do “The Voice Brasil”.
Na quarta-feira (8), às 20 horas, a cantora vai apresentar suas novas canções em live com transmissão em seu canal no YouTube. A apresentação tem como objetivo principal arrecadar doações para instituições de apoio à causa LGBT.
Day | Cantora e compositora “Só uma de mim já é o suficiente!”
AT2: Quem é essa geminiana que acaba de lançar EP?
Day: Essa geminiana é uma contradição que anda, um paradoxo em pessoa! Ela é uma pessoa que sonha muito e muito alto.
Me descobri artista bem nova. Lembro de ter 6 anos e já queria ser uma nova Avril Lavigne! Ganhei meu primeiro violão aos 7 e ali soube que queria viver disso.
Lançou “A Culpa é do Meu Signo”. Que responsabilidades atribui a seu signo?
Não consigo lembrar de alguma coisa específica que eu culpe meu signo, mas, normalmente, são coisas corriqueiras. Nada tão sério. São coisas do tipo: alguém me fala algo e espera que eu lide de uma forma mais mole, com mais emoção, e é sempre o contrário. Sempre lido com um pouco mais de frieza e digo: “Sou geminiana, vocês têm que entender”. (Risos)
Acredito que os meus maiores problemas são as mudanças de humor e opinião. São duas das coisas que sempre culpo o meu signo. Basicamente o dia inteiro! (Risos)
Sempre confiou nos astros?
Não. Como cresci na igreja evangélica, eu era ‘meio que impedida de acreditar’. Era Deus e pronto! Ele era encarregado do meu destino, quem me criou do jeito que sou. Mas aí alguém começou a fazer meu mapa astral e, depois de lê-lo, fiquei chocada com o quão bem ele me definia e passei a acreditar!
Mesmo assim, confesso que sei muito superficialmente sobre signos. Faço questão de entender mais sobre o meu, que deve ser uma coisa de geminiano também, né? (Risos) Mas estou disposta a acreditar até o ponto que me convém, sendo bem honesta.
Na hora de se relacionar, o signo é levado em conta?
No momento, estou com uma pessoa taurina com ascendente em gêmeos, então nos damos bem. Há horas que temos conflitos por sermos muito parecidas, mas não me relacionaria com alguém com sol em gêmeos. Só uma de mim já é o suficiente! É muito difícil lidar com alguém como eu! (Risos)
É coautora de “Não Perco Meu Tempo”, de Anitta, uma canção de desapego. Quando se trata do amor, é desapegada?
É muito louco ter feito parte da composição dessa canção! Desde o meu 1º EP, as músicas têm essa pegada de desapego, mas, ao mesmo tempo, algo do tipo “eu não quero, mas se você quiser, eu quero” é uma marca minha.
O desapego é uma característica do geminiano, mas, ao mesmo tempo, meu ascendente é em câncer e isso me torna uma pessoa ainda mais complexa.
Geralmente em meus relacionamentos, sempre “pago” de ser uma pessoa fria, desapegada, mas, no fundo, estou me mordendo por dentro e sofrendo muito.
O que ela diz
Temas sombrios
“Ao mesmo tempo que foi bom revisitar o passado, já que consegui curar algumas feridas, foi doloroso. Mas ver o resultado tornou tudo mais leve. As principais influências do EP foram o pop emo do começo dos anos 2000, como Blink 182, Paramore e Avril Lavigne, referências fortes da época em que eu era adolescente. E usá-las em músicas que falam de coisas tão sombrias para mim trouxe leveza e ajudou muito no processo de composição”, explica ao AT2.
“Paradoxal”
Na música “Paradoxal”, Day fala sobre ter chegado aos 25 anos e as coisas não terem acontecido do jeito que ela achou que iriam acontecer.
“É uma canção na qual tenho que lidar com as minhas próprias frustrações. Sinto que as coisas não aconteceram como gostaria, mas, provavelmente, era algo que eu tinha que viver, sabe? Essa música é meio que eu já aceitando isso e fazendo as pazes com esses fatos”.
Bandeira
“Quero levantar a bandeira do respeito e da aceitação. Gosto de acreditar no amor de Deus por mim, independente de quem eu seja ou o que faço ou deixo de fazer”, diz.
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