Corrida por reformas provoca falta de material de construção
A pandemia do coronavírus fez com que alguns produtos sumissem do mercado ou ficassem mais caros. Além do arroz e do óleo de soja, que sofrem fortes altas recentemente, materiais de construção já estão mais difíceis de se encontrar e com o preço mais caro.
O presidente da Associação dos Comerciantes de Material de Construção do Espírito Santo (Acomac-ES), Lésio Contarini Júnior, explica que a situação ocorreu principalmente porque, com a pandemia, muitos brasileiros aproveitaram que estavam passando mais tempo em casa para resolver problemas de manutenção.
Consertos de descarga, paredes descascando, piso rachado e a construções de novos cômodos ou troca de telhado estão entre os serviços mais requisitados.
“Os preços de tijolos e cerâmica aumentaram 65% no Estado, o cimento aumentou em 40%. A gente observou um crescimento de 85% nas vendas de material de construção em lojas de bairro. Outras regiões também tiveram um aumento considerável. É impressionante, e ocorre por conta desse período que as pessoas estão paradas em casa e podendo observar mais o que precisa ser mudado na casa”.
Com o aumento da demanda, provocado pelas pequenas reformas em casa, as lojas que comercializam esses produtos faturaram alto. Em junho, as vendas subiram mais de 91% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Em julho, esse crescimento foi de 36%.
Segundo Júnior, a liberação dos auxílios emergenciais e do FGTS colaborou para esse aumento na procura, que teria se intensificado a partir de junho. O problema é que as indústrias pararam de produzir os materiais no início da pandemia, por medo de não conseguirem vender.
“As lojas, empresas e a indústria enxugaram suas despesas e colocaram funcionários de férias, suspendendo a compra de materiais e de matéria prima, porque acharam que ficariam sem vender. Fomos todos surpreendidos por esse forte demanda, e por isso o preço aumentou. As indústrias agora estão em produção frenética para atender as demandas”.
O representante do setor acredita que os preços devem cair até o final do ano, quando a produção aumentar e houver o fim dos benefícios emergenciais. Nesse caso, é esperado que a oferta aumente e a demanda caia.
Normalização até o fim do ano
A proprietária da loja de construção Bremenkamp, Elizete Bremenkamp, também prevê que a situação se controle antes do final do ano.
“Temos um estoque grande, mas, mesmo assim, faltam algumas coisas, porque a procura tem sido alta. Mas já percebemos que a situação deve se normalizar antes do Natal. Até lá a oferta aumentará e os preços voltarão ao normal”, afirma a empresária.
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