VÍDEO | Vacinadores proíbem acompanhantes na hora da vacinação contra Covid em Cariacica
Escute essa reportagem
A atitude de funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Alto Lage, em Cariacica, revoltou um morador do município durante a aplicação da primeira dose da vacina contra a Covid-19 em seu pai, um idoso de 73 anos, na tarde deste domingo (25).
De acordo com o engenheiro de segurança do trabalho Tiago de Amorim Gomes, de 37 anos, os acompanhantes estavam sendo proibidos de entrar com os idosos na hora da imunização. "Entrei na marra, passamos por grande constrangimento, fomos tratados de forma hostil e grosseira", contou o rapaz, que afirma ter sido o único a descumprir a ordem dos profissionais.
Tiago explicou que quando entrou na sala em que seu pai seria vacinado, a profissional encarregada de aplicar as vacinas afirmou que não aplicaria o imunizante no idoso, enquanto não estivesse sozinha com ele. Apesar da ameaça, o engenheiro não saiu do local e ainda começou a gravar um vídeo.
Na gravação, a vacinadora entra na frente da câmera de Tiago. "Além de tudo que passamos, eu acho que meu pai não foi vacinado. Ela entra na frente e quando eu consigo filmar de novo, ela já fala que a seringa está vazia, mas pelo que eu vi, o êmbolo nem se mexeu".
Ao fim da gravação, a mulher, que parece estar nervosa, levanta a voz e começa a afirmar para os outros profissionais que não vai vacinar ninguém que esteja acompanhado no local.
Ainda segundo o engenheiro, a profissional da saúde não quis informar qual era o fabricante da vacina aplicada no idoso, nem quando ele deveria tomar a segunda dose. "Eu voltei na sala e ela gritou comigo: 'não vou passar informação nenhuma. O que você quiser saber tem no cartão'", lembrou.
"Um abuso total. Um momento que era pra ser de alegria se tornou em constrangimento. Muito suspeito esse procedimento no PA de Alto Lage, é necessário abrir uma investigação", lamentou o rapaz.
Quando chegou em casa, Tiago de Amorim registrou um boletim de ocorrência online para que o caso seja investigado. No entanto, o documento ainda está em análise no site.
Por meio de nota, a Polícia Civil explicou que, após o registro, o Boletim Eletrônico de Ocorrência será analisado e o cidadão recebe um número de protocolo por e-mail, com as orientações para validar o Boletim, junto à delegacia que ficará responsável pela investigação.
"A partir do registro on-line, cada caso é analisado pelo delegado responsável e o cidadão será orientado caso seja necessário comparecer a uma unidade policial, para anexar documentos ou provas à ocorrência. Ele também será informado se for uma situação em que não cabe investigação por parte da Polícia Civil", diz o comunicado da PCES.
O que diz a prefeitura
A Prefeitura de Cariacica lamentou o caso e afirmou que abriu uma investigação interna para apurar a atitude da profissional da saúde.
"A Secretaria Municipal de Saúde de Cariacica (Semus) garante que a situação foi pontual e lamenta o ocorrido. O município sempre preza pela transparência nas boas práticas de imunização. As equipes de vacinação foram reorientadas sobre a permissão da entrada de acompanhante e realização de filmagem. Sobre a reação da funcionária, o caso já está sendo apurado internamente", diz a nota enviada ao Tribuna Online.
Comentários