Prefeituras decidem que aulas não voltam este ano
Mesmo com o sinal verde para o retorno das aulas a partir deste mês nas cidades de risco baixo de transmissão da Covid-19, algumas prefeituras já decidiram que a volta das atividades presenciais só acontecerá no ano que vem na rede municipal.
Entre as cidades que já bateram o martelo sobre essa decisão estão Cariacica, Colatina, São Mateus e Marataízes. Aracruz não descarta essa possibilidade, mas realiza pesquisa com pais e educadores, estratégia adotada por outros municípios para nortear a decisão.
O presidente da Associação dos Municípios do Estado (Amunes), Gilson Daniel, disse que nos próximos dias haverá reunião entre prefeitos e governo para avaliar se o retorno será este ano ou em 2021.
“A tendência é a maioria não voltar este ano, mas essa decisão não é coletiva”, contou Gilson Daniel.
Em Cariacica, o secretário de Educação, José Roberto Martins Aguiar, informou que não haverá retorno presencial este ano para educação infantil e ensino fundamental. O ensino remoto continuará sendo oferecido.
Ele acrescentou que o Conselho Municipal de Educação já validou o calendário e as aulas remotas no município, e que o período letivo passou a ser bianual, ou seja, a consolidação dos conteúdos curriculares se dará até o final de 2021.
No caso de Cariacica, ainda este ano, será disponibilizada internet para todos os alunos e professores, bem como videoaulas via TV aberta, visando aperfeiçoar o ensino remoto de 2020 e preparar o ensino híbrido (que mescla aprendizado presencial com o não presencial, fazendo o uso de tecnologias para a aprendizagem) de 2021.
São Mateus manterá o formato de aulas não presencias até 23 de dezembro.
A decisão foi tomada em acordo com as autoridades em saúde que continuam considerando que os espaços coletivos, como as escolas, ainda não são ambientes seguros com relação à pandemia.
Em Marataízes, o prefeito Robertino Batista, o Tininho, anunciou que não irá retornar este ano com as aulas presenciais.
As atividades vêm sendo repassadas por meio do Facebook e Whatsapp, com exceção de algumas comunidades sem internet, em que os alunos estudam pela apostila.
Em Colatina, as aulas também só voltam em 2021, decisão que agradou a vendedora Brunela Marques, de 28 anos. Seu filho Bernardo, de 6 anos, estuda na rede municipal.
Secretário da Saúde diz que decisão foi coerente
Em meio à polêmica de um retorno ou não de aulas presenciais, o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, ressaltou que a decisão pela liberação da volta às escolas é segura, madura e coerente com a metodologia de enfrentamento ao novo coronavírus adotada pelo governo.
Mesmo assim ele frisou que, se o número de casos graves, de óbitos e internações voltar a crescer no Estado, não há dificuldade em voltar a determinar nova restrição de atividades sociais, incluindo as aulas. “No momento, não é o que está se caracterizando.”
Nésio ainda acrescentou que respeita a decisão das prefeituras que optaram por não retomar as aulas, mas recomenda que elas reavaliem qualquer medida de acordo com o contexto de baixo risco de transmissão.
“É claro que em alguns municípios, que possam estar ocorrendo o aumento do número de óbitos e de casos, a decisão mais prudente é voltar à restrição de atividades.
“Mas não seriam só as escolas a serem restringidas, mas outras também. Não é coerente alocar somente na atividade escolar o risco de contaminação.”
O secretário ressaltou que não é somente a volta às aulas que vai determinar um aumento no número de casos. “Estamos retornando as escolas com protocolo e quantidade baixa de alunos. Esse protocolo reduz o risco de transmissão. O risco de transmissão dentro desse contexto é o mesmo que em outras atividades sociais.”
E completou: “É mais seguro a criança ir para escola, seguindo todos os protocolos, que as pessoas desenvolverem atividades que não respeitam os protocolos, como ir para uma festa ou praia com aglomerações”.
A situação nos municípios
Cariacica
- A Secretaria Municipal de Educação informou que, devido à orientação do Conselho Municipal de Educação, não voltará com as aulas presenciais em 2020 para a educação infantil e ensino fundamental.
Colatina
- Anunciou que não vai voltar com as aulas presenciais na rede municipal este ano.
São Mateus
- Não retornará às aulas presenciais em 2020, mantendo o formato de aulas não presencias até 23 de dezembro, quando se encerra o ano letivo da rede municipal.
Marataízes
- Não irá retornar este ano com as aulas presenciais na rede municipal.
Aracruz
- Ainda não tem uma definição sobre o retorno das aulas presenciais, mas não descarta que essa volta ocorra só em 2021. Uma pesquisa está sendo feita com pais e educadores.
Serra
- O município informou que a decisão de retorno está sendo tomada a partir do diálogo com os professores, as famílias dos estudantes e as autoridades de saúde municipal.
- A Secretaria municipal de Educação disse que também está em diálogo com os municípios da Grande Vitória e acompanhando o cenário epidemiológico no Estado.
Vitória
- A Secretaria Municipal de Educação informou que vai começar nos próximos dias uma ampla pesquisa junto à comunidade escolar, por meio dos Conselhos de Escola, para avaliar em conjunto com as famílias dos alunos a perspectiva de volta às atividades presenciais, considerando todo o processo de decisão pautado na gestão democrática e compartilhada.
Vila Velha
- A Prefeitura, por meio da Secretaria de Educação, estará nesta semana em diálogo com todos os segmentos da comunidade escolar (diretores, pais, professores, conselhos e entidades) para avaliar a melhor e mais segura decisão a ser tomada.
Guarapari
- O município ainda não deliberou quanto ao retorno das aulas presenciais. Reuniões serão realizadas no decorrer da semana.
Viana
- Ainda não tem definição sobre o retorno na rede municipal.
Linhares
- A Secretaria Municipal de Educação disse que as aulas não retornarão este mês e que, no momento oportuno, se manifestará sobre o assunto.
Anchieta
- As aulas presenciais continuam suspensas até dia 30. Decisão deve ocorrer apenas no final do mês.
Piúma
- Por enquanto, devido ao cenário em que o município se apresenta hoje, em risco moderado, não há previsão de retorno às aulas presenciais. Mesmo não tendo previsão, está tomando as devidas providências em relação aos protocolos de saúde.
Cachoeiro de Itapemirim
- Não tem definição sobre o retorno presencial na rede municipal.
Santa Teresa
- Ainda não há posição quanto ao retorno das aulas. O município irá se reunir com conselhos de educação.
Santa Leopoldina
- O retorno não acontecerá este mês. A Secretaria Municipal de Educação realizará nesta semana uma conversa com representantes de pais, alunos, professores e outros setores sobre a possibilidade do retorno na educação infantil e no ensino fundamental em novembro.
Fonte: Prefeituras citadas.
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