Novo teste vai detectar Covid em uma hora
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Um novo tipo de teste para Covid-19, que detecta a presença do vírus em 24 horas após a transmissão e com resultado em uma hora, deve chegar nos próximos meses ao mercado.
Um grupo de pesquisadores da Universidade Laval, no Canadá, estuda há anos uma tecnologia que pode tratar doenças como Alzheimer, câncer, mas que agora vai ajudar a detectar, pela saliva, pessoas que contraíram o coronavírus.
O médico brasileiro Marcelo Bossois, pesquisador assistente do estudo, contou que a proteína Crispr, usada para tratamento de outras doenças, trouxe a possibilidade de ser utilizada em testes para Covid-19.
“Vimos que essa proteína, utilizada para tratar outras doenças, poderia ter outras aplicabilidades. Anteriormente, essa proteína já havia apresentado uma boa resposta contra outros tipos de vírus. Então, começamos a estudar a ação dela para a Covid-19”, explicou.

De acordo com o médico, a Crispr pode detectar a presença do coronavírus em 24 horas depois de a pessoa ter contraído o vírus. Além disso, o teste seria mais prático que os já existentes atualmente, e mais preciso, pois a coleta de material acontece pela saliva.
“O teste é mais simples. O paciente coloca a saliva em um primeiro pote, que vai extrair o DNA do vírus. Depois, o material colhido é passado para outro tubo, que é onde acontece a reação para saber se a pessoa está ou não contaminada. Se depois da reação a saliva sofrer alteração na cor, significa que o paciente está com coronavírus”, detalhou Bossois.
Atualmente, dos exames disponíveis para coronavírus, o PCR é o mais preciso, porém o material é coletado pelo nariz e garganta, mais incômodo para o paciente, além de o resultado demorar quase uma semana para ser divulgado.
Segundo Marcelo Bossois, a precisão do exame Crispr é de 95%. A previsão para o teste chegar à população é de até seis meses, de acordo com o pesquisador, mas isto vai depender de cada país, após o tempo de aprovação.
Já sobre o preço do teste, os valores ainda não foram definidos, mas a expectativa, segundo o pesquisador, é de que fique em torno de R$ 250.
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